DOMINIC SANCHEZ

30• Ligação maldita

Na própria segunda-feira Dominic, Alaric e as crianças me fizeram uma surpresa. Dom os buscou na escola com a ajuda de meu irmão e preparam um bolo. Que por um milagre não saiu ruim, pelo contrário, muito bom! Nem parecia que Dominic tinha feito sua primeira massa, já a decoração ficou por conta das crianças que enfeitram com muito chocolate e alguns frutas.
Tenho certeza que antes de eu chegar, a cozinha estava pior que o cenário da segunda guerra mundial, mas o melhor disso tudo foi ver que eles arrumaram cada cantinho que bagunçaram, pra minha felicidade.

Na terça-feira Dominic ainda continuava um pouco ruim, entretanto fez questão de me acordar com um café da manhã cheio de coisas. Devo dizer que até melhor do que eu o havia preparado no dia anterior. Confesso que uma pontada de inveja por ele ter se saído melhor do que eu na cozinha me atingiu bem em cheio, mas também a ponta do monte Everest de orgulho por Dom estar se mostrando um cara tão dedicado à mim e as crianças, também me atingiu, o que me fez chorar um bocado no banho.

Apesar de Alaric ter feito a maior parte do papel de pai na vida nas crianças, não era a mesma coisa, e agora com Dominic fazendo tudo isso por mim e pelos meus filhos faz meu peito inflar de esperança e medo. Sei que se isso continuar ou evoluir mais, não vou conseguir permanecer inteira quando ele partir, e isso me assusta.

Preciso tomar muito cuidado, sinto que entrei em um lugar onde dificilmente sairei inteira.

Na quarta-feira ele já estava muito melhor do que no final de semana e na segunda. A manhã ocorreu com ele e as crianças preparando o café enquanto eu só assistia dando leite pra pequena Hope.

Na quinta-feira tive que ficar até mais tarde no trabalho e quando cheguei não encontrei nem Dominic e muito menos as crianças. Por um momento pensei em entrar em desespero total, mas aí quando voltei pra cozinha pronta pra pegar um copo d'água pra tentar me manter calma, notei então um recado de Dom dizendo que havia levado as crianças com ele pra oficina, onde foi ajudar os meninos a concertarem algumas motos e que eu não precisava me preocupar.

Um pouco mais relaxada depois de ler o bilhete que demorei um bocado pra achar pelo nervoso, me sentei no sofá e liguei pra saber se eles estavam bem e se era preciso eu ir busca-los. Depois de certificar muito bem que todos estavam fora de perigo, me permiti tomar um banho e relaxar lendo um livro que já estava a muito tempo pendente em minha lista e claro, tomando um bom vinho.

Dominic demorou tanto pra chegar nessa merda de dia que eu até consegui terminar o livro por completo antes dele colocar a cara de pau dele na minha porta. E mesmo assim conseguiu me dobrar com uma massagem. A massagem começou nos pés enquanto Joaquim e Kauã contavam sobre o dia super legal que eles tiveram e de como aprenderam um monte de coisas interessantes sobre motos, ferramentas e lutas, às vezes subia para a panturrilha e se aventura um pouco a cima do joelho enquanto as crianças distraídas me contavam tudo. Nem preciso dizer como tudo terminou depois que meus anjos foram dormir...

Sexta-feira chegou e Dom me chamou pra correr com ele, mas eu claro, como uma boa e profissional sedentária recusei.

- Estou ficando fora de forma, o que acha de me acompanhar em uma corrida? - O encaro deliciada pela visão de seu tronco nu e volto a mim com sua risada.

- Se continuar me secando assim, nem vou precisar ir correr pra entrar em forma de novo...

- Sexo não conta como atividade física? Você poderia ficar aqui e aí sim eu não iria conseguir declinar o convite.

- Não me provoque Verônica! - Seus olhos escuros percorrem o caminho que o lençol faz quando o deixo cair.

- Quem? Eu?

Não foi preciso muito pra fazer Dominic atrasar um pouco sua ideia de querer correr, mas infelizmente quando terminamos o belo banho que tomamos juntos, voltou a me perguntar se eu não queria ir com ele e bom, a resposta foi um discreto, não, seguido de algumas desculpas sobre ter que terminar uns projetos que Estevan me pediu pra fazer.