19• Pratileiras altas

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Depois daquele episodio em que banquei a confidente com meu irmão e abri o meu coração pra ele, resolvi me reerguer. Ficar naquela situação de morta-viva, meio depressiva estava acabando comigo e destruindo minha imagem perante a varias pessoas. No terceiro mês do sumiço de Dominic reencontrei Erak em um mercado, confesso que foi uma cena engraçada e um tanto clichê, o que foi importante para essa minha decisão de me tornar uma pessoa menos dependente daquele estrume que nem considerações por mim teve quando partiu. 

Era quarta-feira e eu havia achado prudente escolher aquele dia da minha folga para fazer uma bela compra e repor o estoque da minha casa. Tive que ir sozinha, o embuste do meu irmão estava muito ocupado correndo atras de algum rabo de saia, e bem... quem eu considero como minhas '' amigas '' estavam muito ocupadas fazendo compras fúteis e sem necessidades no shopping. Eu e que não vou mentir, em dizer que me considero uma pessoa baixinha, tenho estatura mediana e isso me coloca em várias posições de vantagem, nao dessa vez aonde o mercado em que fui era bem tirano e fez corredores extensos e com prateleiras bem altas, tornando bem difícil a minha compra e me fazendo passar o maior mico naquela pocilga de lugar. Onde já se viu? Cadê a consideração as pessoas medianas e com as de baixo estatura?

Poxa, eu só queria pegar um produtinho básico...

Bom, depois de tentar de tudo pra não ter que vergonhosamente chamar alguém para pegar pra mim e obrigatoriamente assumir que eu não era capaz de fazer aquilo, comecei a me irritar. Fiquei uns bons cinco minutos pulando naquela merda de corredor e, toda vez que alguém passava eu mexia no cabelo, fingia que estava vendo algo ou sorria sem graça, foram os minutos mais agonizantes da minha vida, devo ressaltar! A questão mesmo é que quando eu pensei em desistir, milagrosamente Erak, todo alto e gostoso apareceu atrás de mim carregando o que em mãos? 

Ah, sim! O MALDITO PRODUTO QUE EU QUERIAAAAAAAAAAAAAA

O pior foi ver aquele sorrisinho maroto de quem estava se divertindo as minhas custas e isso talvez tenha me irritado mais do que a prateleira super alta daquele mercado infeliz. 

Enfim, com raiva tomei daquelas mãos enormes o produto e sai espumando de ódio daquele lugar, como em qualquer filme clichê o bastardo me seguiu com as mãos nos bolsos da calça, que evidenciava muito bem seu GRANDE PACOTE, não que eu tenha reparado, logicamente que não. O fato aqui é que ele me seguiu e por um instinto que não falhou eu já sabia que aquilo não era só uma mera coincidência do nosso maravilhoso destino, aquele infeliz já estava me observando a um bom tempo e eu só fui confirmar minhas suspeitas nesse dia quando ele me ofereceu ajuda pra levar as compras pra casa e depois de almoçar-mos juntos e fazer ele sentar comigo pra assistir um filme, que por fim nem assistimos, ele me contou que estava me seguindo desde que eu sai de casa, entretanto alegou que não era com intenções perversas. 

E, e eu acreditei nele, mesmos não sendo muito sensato da minha parte o fazer.

DOMINIC SANCHEZOnde histórias criam vida. Descubra agora