Ontem olhei-me no espelho
De corpo inteiro
Havia acabado de arrumar-me pra sair
Entretanto, odiei o que vi;Hoje pela manhã lavei o rosto no escuro
E no escuro dos lençóis tenho escondido-me
Escondido-me do mundo e dos espelhos
Dos infames espelhos;O espelho da sociedade abomina o meu retrato
E isto, pouco importaria, se eu amasse-me
Se eu conseguisse amar-me pouco que fosse
E disso eu faria pouco caso se acaso
o problema fosse apenas físico;Tudo parece estar errado
Eu não sou quem gostaria de ser
E minha imagem descontenta-me
Mas, isto, isto é o que é
E vocês dirão que é frescura;Que eu devo aceitar-me e amar-me como sou
Que beleza não importa, é apenas vaidade
E eu tento, tento de verdade
Colocar isso na minha cabeça
Mas eu desmorono, desmorono
a cada defeito refletido no espelho.
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Desvanecendo
Poesía"Desvaneço em águas rasas e claras, desvaneço entorpecida pela maldade da sociedade que me rouba a calma. Desvaneço no vazio da minha própria alma." Alerta de gatilho: A obra contém temas marcantes como assédio e depressão. 🏆1° lugar no concurso Má...