seventh shot

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Era uma maldita manhã de domingo, os dois submissos ainda estavam dormindo tranquilamente mesmo que Jaehyun já tenha despertado a um bom tempo. A campainha soava pelo primeiro andar da casa, chegando mais baixa no quarto do dominador, ele não queria atender nem que o pagassem. Depois da pessoa ser tão insistente e Jaehyun querer nunca mais ter uma campainha, ele se levanta e desce as escadas sonolentamente para então chegar no visor digital que ficava ao lado da porta de madeira e visualizar quem estava ali o importunando num domingo.
Nada mais nada menos do que a mãe de Taeyong, o que o fez prender a respiração para fingir que não tinha ninguém em casa. Pegou o celular no mesmo instante e ligou para Minseok.

— Eu espero que seja importante o suficiente para me fazer sair de perto do Jongdae. Ele está no little space e me fez assistir uma temporada inteira de Pocoyo.
— A mãe do Taeyong está aqui.
— Na sua casa?
— Na porta da minha casa.
— Puta merda – ao fundo ele pode escutar a voz de Jongdae o mandando parar de falar palavrões – desculpa docinho. O que pretende fazer?
— Me fingir de morto, arrancar a campainha da minha casa e tomar alguns remédios para dor de cabeça.
— Faça isso enquanto eu pego minhas coisas e vou aí. Sim, o Jongdae vai junto porque você tem dois garotos pra entreter ele.

A chamada é encerrada sem que Jaehyun possa dar uma resposta. Será que por causa da conversa entre os dois o universo resolveu rir de si e mandar aquela mulher para a porta de sua casa? Totalmente possível e mal pensado por Jaehyun.
Minseok tinha a chave reserva em mãos desde a noite antepassada e isso não era um problema, poderia apreciar seus dois submissos antes de tudo virar um grande furacão e levar tudo embora. Confiava muito na faculdade que seu amigo havia feito, mas isso não quer dizer que ele fazia milagres. Apesar do trajeto da casa dele para a casa de Jaehyun ser rápido, aquilo parecia ser demorado demais, afinal, a mãe de um de seus submissos que todos juravam estar morta apareceu na porta de sua casa sem mais nem menos.

Juro, faz cinco minutos que eu 'tô parado aqui e você 'tá encarando o chão.
— Te odeio, ela ainda está lá?
— Sim, não vai embora enquanto não falar com você.
— Ela quer levar ele né?
— Acho que sim. Conversa com ela, mas cuidado pra ela não te processar.
— Vou tentar.

Após colocar uma roupa visualmente com menos cara de "acordei agora e na verdade não estava afim de receber você", deixou Minseok por conta de Chittaphon e Taeyong, junto de Jongdae.

Os traços dela lembravam bastante à Taeyong, principalmente os olhos. Parecia ser uma pessoa simples, a julgar pela vestimenta e nenhuma jóia no corpo.

Soube que está com meu filho, eu quero vê-lo.
— Antes de tudo, por que o Taeyong acha que você está morta quando na verdade está na sala da minha casa?
— Foi um acidente, um ano depois que ele nasceu, o levaram de mim, você o levou de mim.
— Primeiro, sinto muito pelo acidente. Segundo, o conheci depois de sua maioridade, impossível eu tê-lo levado com um ano de vida sendo que eu tinha seis anos.
— Então me perdoe pelo julgamento importuno. Posso vê-lo?
— Não há nada que a impeça, venha comigo.

Minseok o olhava com um olhar estranho que não era desdém pelo que eu havia feito, estava mais para neutro e um pouco atento. Taeyong já estava desperto e assistia à algum desenho junto com Chittaphon e Jongdae.

Taeyong, vem aqui rapidinho – deixando a senhora no corredor, Jaehyun chama pelo submisso sem fazer muito alarde – antes que ele chegue quero dizer que provavelmente ele não lembra do seu físico, como você disse ele era muito novo quando se separaram. Por favor, não o assuste – Taeyong havia chegado ao final da frase – sweetheart, essa é a Haseul, lembra dela?

Ele alternava o olhar entre o Jung e a mulher, tentando lembrar de onde a conhecia e entender o porquê de o dominador a estar apresentando assim.

Não, senhor.

Ao ouvir o pronome proferido por Taeyong, Haseul a olha estranho. Que tipo de tratamento poderia estar sendo dado para que seu filho o tratasse com tamanha formalidade?

Não mesmo, little one?
— Não, isso está me dando dor de cabeça.
— Tudo bem.

Reunindo coragem, foco e mais um pouco de coragem, Jaehyun decide falar de uma vez por todas.

Ela é a sua mãe, Taeyongie.
— Hoje não é primeiro de abril, ela morreu lembra? Todo mundo do orfanato sabe disso, minha ficha dizia isso.

E foi ali que o dominador pôde escutar o coração de Haseul se partindo, ela tinha o mínimo de esperança de que o seu garotinho iria lembrar de si. Ninguém tinha culpa disso estar acontecendo, como qualquer pessoa normal ele não tinha lembranças de quando era pequeno e o sentimento de que ela faleceu estava enraizado demais para que ele pudesse pensar na possibilidade de isso ser verdade.

Taeyong – pela primeira vez a mãe se pronunciou, tentando não chorar ali – eu espero, mesmo, que um dia você se lembre de mim pois eu nunca me esqueci de você – tirando um bracelete e entregando nas mãos do garoto, ela finaliza sua fala – guarde isso para quando se lembrar de mim.

Minseok se ofereceu para levá-la até a porta, mas esta negou e disse que sabia onde ficava a saída. Ninguém planejava que seria tão doloroso assim, mesmo que a possibilidade de Taeyong nunca se lembrar de fato da progenitora fosse a mais provável. De alguma forma, Jaehyun sentia a dor daquela mulher, a de ver seu filho falando que ela estava morta.

yes sirOnde histórias criam vida. Descubra agora