17. Conversa

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DURANTE METADE DE SUA vida Katherine foi ensinada a odiar seres sobrenaturais, instruída a caça-los sem piedade ou remorso, treinada para ser uma caçadora impecável sem falhas, esse era o destino de todos os Van Helsing, mas graças a Gabriel, sua percepção se divergia de tudo aquilo que sua família pregava e ela orgulhava-se de ter salvo vidas inocentes que eram condenadas apenas por sua natureza, e agora que estava do outro lado sentindo na pele o que era estar no lugar deles os entendi ainda mais.

A transformação repentina que sua vida sofreu lhe deu uma nova visão sobre tudo, ela soube como é sentir uma insaciável sede por sangue, como ter que se controlar com todas as suas forças enquanto sua garganta parece ser rasgada por milhares de cacos de vidro e sentia como é ter medo de perder o controle a qualquer momento, mas apesar disso, aos poucos ela tentava voltar a sua rotina "normal".

Naquela manhã Katherine se dedicou na organização dos livros que estavam embalados, as caixas espalhadas pela biblioteca aos poucos eram esvaziadas e os livros postos em fileiras por ordem alfabética sobre as prateleiras, a maioria dos títulos eram sobre coisas sobrenaturais, verdadeiras relíquias herdadas e passadas de geração a geração na família, porém em meio aos diversos livros antigos, a capa de "Orgulho e Preconceito" chamou a atenção, aquele era um dos poucos livros de romance que ela havia lido e um de seus favoritos também, tal obra fora dada por Carlisle em seu aniversário e ela ainda lembrava perfeitamente daquela noite. Aquela havia sido a melhor de sua vida, como poderia esquecer, foi a primeira vez em que o viu, enquanto descia os degraus da escada do grande salão ao longe encontrou os olhos castanhos amarelados a observando com admiração e de repente todos os outros convidados já não a importavam mais, somente ele.

A Van Helsing depositou o título sobre a mesa após um breve flash de memoria e voltou a concentrar-se em sua arrumação, o que não tardou pois o som agudo da campainha possuiu seus ouvidos atraindo totalmente sua atenção. Ao caminhar em direção a porta seus passos hesitaram por alguns segundos ao notar que não havia batimentos cardíacos do outro lado e com certo receio voltou a aproximar-se visualizando de quem se tratava pelo olho mágico, tal presença a deixou surpresa e sem demora abriu a porta.

— Oi, será que podemos conversar? — Esme perguntou assim que a porta da residência abriu e recebeu um aceno positivo como resposta.

— Aconteceu alguma coisa com a Ayla? — Katherine tencionou seus ombros fechando a porta.

— Ela está bem, vim para falarmos sobre nós. — explicou a outra um pouco nervosa.

— Pode sentar. — a Van Helsing apontou o sofá para que Esme se sentasse e fez o mesmo em seguida ainda sem compreender sobre qual assunto a vampira queria tratar.

VAN HELSING || TwilightOnde histórias criam vida. Descubra agora