AntesVocê percebe que se tornou adolescente quando a solidão te atinge que nem bala perdida, você pode estar cercado de pessoas ao seu redor, mas se sente sozinho.
Eu admito que lidei bem com a adolescência, mesmo sendo triste. O que eu quero dizer é, eu não fiz coisas que pessoas da minha idade normalmente fariam. Eu passei e ainda passo a maior parte do meu tempo lendo romances.
Eu beijei na boca uma vez, e foi com um garoto, se arrependimento matasse a essa hora eu estaria só os ossos. Agora com dezessete anos eu não sinto tantas coisas como antes ;é como se a vida adulta caísse como um peso nas minhas costas, pois tudo o que sinto é desânimo.
Algumas lágrimas escorrem de meus olhos, e eu me permito chorar mais um pouco ao chegar no final do livro.
" Fiquei ali parada, observando ele, e suspirei fundo. E, talvez por estar ciente do meu olhar, nesse exato segundo ele se virou devagar e endireitou o corpo, e o sorriso que surgiu lentamente em seu rosto se igualou ao meu.
- Oi, Louisa Clark. "
– Não me diga que outro personagem morreu? – minha mãe apareceu no meu quarto, fechei o livro e a fitei.
– Dessa vez tudo deu certo.
– Sei. Jantar daqui a pouco, chega de choradeira por hoje – e saiu.
Eu soltei um suspiro, e fechei o livro com um sorrisinho no rosto satisfeita comigo mesma. O guardei de volta na prateleira já pensando qual seria minha próxima leitura.
Peguei um livro rosa chamado é assim que acaba, e conclui que seria esse mesmo. As férias de dezembro estavam ai e esse seria meu passatempo/lazer primordial como sempre.
Após o jantar com a minha mãe, ela apareceu no meu quarto um tempo depois querendo conversar, e eu já sabia do que se tratava: meu pai.
– Dez dias Lívia, o que custa? – ela perguntou com a testa franzida, brava.
– Custa dez dias mãe.
– É engraçadinha né – dei de ombros exausta. Ela sentou na minha cama e pegou na minha mão.
– Filha, eu quero que você vá porque eu não acho bom você ficar o dia todo no quarto apenas lendo, principalmente agora nas férias, e seu pai tem uma surpresa para você lá – ela disse animadinha e eu dei uma risada.
– Ta bom mãe – eu concordei, como sempre acabo concordando. Ela me abraçou – Amanhã começamos a arrumar suas coisas – Ela disse e saiu.
Eu sinto saudades dele, ele é meu pai. O único problema é: o trabalho dele o mandou para Londres, e bem, eu moro no Brasil. Tem todo aquele processo ainda, pegar avião, se acostumar com o fuso, e não errar na pronúncia.
Deito na minha cama tentando me convencer de que quando eu chega lá vai melhorar, eu até tinha alguns amigos mas amizade com cada um em um país não funciona muito bem.
Fora que eu não gosto de falar em inglês, me sinto desconfortável e os britânicos, principalmente o padeiro me acha estranha, só de imaginar que vou passar todo o sufoco de novo me dá náuseas.
Fora que eu me sinto diferente agora. Ano que vem vai ser o meu último ano na escola, então parece que tudo mudou de certa forma, não sei que profissão seguir, não tenho um emprego, meus amigos estão todos desanimados.
Eu não consigo manter nem uma amizade, imagina mais que isso. Viro-me na cama e observo minha pequena prateleira de livros, pensando comigo que é tudo que tenho e que nunca seria tirado de mim.
Por muito tempo eu fui incomodada com o meu jeito de ser. Século XXl e as pessoas necessitam fingirem quem elas não são através de redes sociais, para ter status. A minha vida inteira fui uma observadora atenta e critiquei os jovens da minha idade por serem como eram.
E isso é errado, não é porque eu vivo dentro das paredes do meu quarto e vivo histórias de personagens que sou melhor. No final somos todos jovens problemáticos querendo sentir menos.
Talvez no fundo eu só queira me igualar a eles, aproveitar a vida e se divertir, o dia mais tarde que eu cheguei em casa foi dez horas da noite, e minha mãe nem ligou porque ela acha que eu não aproveito o suficiente.
Mas também, fui nascer de uma mãe que teve uma juventude extremamente louca, ia para todas as festas, era namoradeira e tinha muitos amigos, adorava aprontar com os meus avós. Ela era demais diferente de mim.
Ela diz que o meu jeito é precioso, como se eu fosse uma peculiaridade no meio de tantos iguais.
Quando percebo já estou a chorar novamente, como de costume é o mesmo motivo: E se eu não estiver aproveitando o suficiente?
Desculpem meus erros ortográficos, espero que tenham gostado, deixem sua opinião e votem por favor...
Beijo.
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Tudo o que o meu coração queria ter dito a você ( Lésbico )
Romance[Concluído] O que é o amor? Eu me perguntei enquanto encarava meu reflexo no espelho. Era como se uma parte do meu coração estivesse florescendo e eu finalmente deixando. Noites mal dormidas porque no meu pensamento só existia um nome. Loris. Não...