Quando chego perto dela, percebo que a mesma me olha de baixo para cima e sorri, ela me puxa para um abraço e eu retribuo me sentindo confortável.– Você está linda com a minha jaqueta. – ela diz séria e estala a língua dentro da boca.
– Obrigada – falei. Loris acena com a cabeça de novo. – Vamos dar uma volta? – ela pergunta, e eu cruzo meu braço no dela.
– Vamos. – eu assinto e começamos a andar.
– Você deve achar que eu sou uma cacaheira por ficar naquele bar.
– Não, não acho isso. Você que deve achar que eu sou uma maluca por ficar tanto tempo dentro do meu quarto. – falei.
– E de certa forma eu até acho.
– Você parece minha mãe falando.
– A sua mãe deve ser muito inteligente então – ela diz e eu dou risada.
– Isso com certeza ela é, ela se parece mais com você do que comigo.
– E um dia vai me permitir conhece-la? – ela pergunta baixinho, bem no meu ouvido.
– Acho que sim. – eu respondo do mesmo jeito.
– Então ta certo, mas por que ela parece mais comigo do que com você? – ela questiona quando chegamos em uma praça, ela senta num banco feito de madeira e eu sento ao seu lado.
– Bom – eu fico pensativa – O modo que você se veste, a forma que você aproveita a vida, é como se...eu não sei explicar, é como uma insanidade só que boa. E eu tenho esse jeito estranho que no mínimo herdei do meu pai. – balanço a cabeça negativamente.
– Eu gosto do seu jeito estranho – ela fala e eu concordo ironicamente – Ser estranho não significa ser ruim Liv, isso é bom.
– Eu já tentei mudar o meu jeito sabe, sair e ser mais social, namorar e ter muitos amigos, mas no fim eu sempre acabo sozinha – digo de cabeça baixa um pouco envergonhada.
– Eu espero mudar isso pra você – ela admite.
E eu me pergunto mudar qual parte. Embora eu nunca tenha dito em voz alta, eu sei o que sou e sei também que poderia ser julgada por isso, e até mesmo morta.
Acabo por ficar pensativa demais, olho para Loris em seu momento de distração, é como se ela tivesse o mundo todo em mãos, e eu apenas uma parte bem pequenina.
Sua beleza, não estou falando nem da exterior. É grandiosa e contagiante, é o tipo de pessoa que faz falta quando está longe, me pergunto mentalmente quantas vezes Loris já amou, e se foram muitas vezes, me pergunto qual realmente a marcou.
– Eu também espero – digo por fim, e ela deita a cabeça no meu ombro e fica ali.
O final da tarde logo chegou e a praça é substituída por casais invés de crianças gritando. Dois homens sentam-se em um banco que é de frente para nós, quem olha acha que é apenas dois amigos ou irmãos, mas quem observa vê que é muito mais.
Eles não se tocam apenas conversam entre si, um deles olha em volta do parque provavelmente para ver se está muito lotado, e quando vê que não, eles se aproximam e juntam as mãos.
Um deles me vê, e eu dou um sorrisinho discreto para mostrar que está tudo bem e que eu o entendo, e naquele momento compartilhamos segredos sem precisar dizer um A.
O tempo passa pessoas vem e vão, o casal vai embora e Loris continua deitada no meu ombro. Me recordo do nosso primeiro encontro no metrô, a única diferença é que agora nos conhecemos.
– Loris? – eu a chamo. Ela levanta a cabeça ficando de frente para mim. Eu congelo com a proximidade. Ela fica me olhando, diga alguma coisa caramba! – Só queria saber se está acordada ainda.
– Não vou dormir não, mas eu gosto de um silêncio confortável – ela diz.
– Eu também gosto – falei.
Ela olha no relógio.
– Hora da diversão – ela diz e levanta.
– Então até mais – eu levanto também e ela me olha de cara feia.
– Garota? ta de brincadeira né.
– Eu acho que não – respondo convencida.
– Eu.Você.Diversão – ela aponta para si e depois para mim.
Depois de uma certa enrolação da minha parte, e não proposital. Eu e Loris acabamos em um parque de diversão daqueles bem hardcore.
Fico encantada quando entramos é cheio de luzes coloridas, e tem muitos jovens estilosos dou a graças a deus por estar com está jaqueta.
Loris não compra nenhum ingresso por ter muitos contatos como ela disse. Eu compro dois algodãos doces e entrego um para ela, noto que seus olhos brilham por conta das luzes.
Ela puxa minha mão e a noite se passa como um borrão, eu corro, eu vômito, eu como de novo, e assim vai indo o ciclo sem fim.
Quando finalmente paro para tomar um pouco de água, Loris mais uma vez me puxa e eu resmungo.
– Liv só mais esse, vamos na roda gigante – ela aponta e eu cedo. Ao entramos o moço apenas alerta do cinto de segurança e assim a roda gigante começa lentamente.
– Eu adoro a roda gigante – Loris diz e eu apenas observo encantada. – Olha que maravilhoso – ela fala mais agitada quando a roda gigante atinge seu ponto mais alto.
E eu percebo como o mundo é grande e que garotas como eu merecem pelo menos um pouco dessa imensidão. Eu sinto meus olhos lacrimejaram e mordo o lábio inferior para amenizar qualquer emoção.
– Tudo isso aqui é nosso Liv – ela abre os braços e começa a rir, e pela primeira vez consigo sentir meu o coração quentinho.
Loris entrelaça sua mão na minha e saímos da roda gigante, eu não sinto os meus pés. O caminho para a casa é o mesmo, vamos de metrô e em pé, ela tem uma de suas mãos em volta da minha cintura e eu seguro na barra de ferro.
Loris me deixa em casa, mas dessa vez ela não se despede correndo, ela coloca uma de suas mãos na minha nuca e beija o canto da minha boca.
– Até mais Liv – ela diz.
– Até mais Loris – falei e ela se virou. Mas a tempo de eu conseguir ver um sorrisinho vitorioso em seu rosto. – Boa noite – eu disse.
– Boa noite Liv – ela respondeu sem se virar.
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Tudo o que o meu coração queria ter dito a você ( Lésbico )
Roman d'amour[Concluído] O que é o amor? Eu me perguntei enquanto encarava meu reflexo no espelho. Era como se uma parte do meu coração estivesse florescendo e eu finalmente deixando. Noites mal dormidas porque no meu pensamento só existia um nome. Loris. Não...