To The End

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P. O. V. Robert

Gerard é a pessoa mais ingênua que eu já conheci em toda a minha vida, sua cabeça é como a de uma criança. Sempre tive a personalidade um pouco forte e nunca na minha vida eu aceitaria ser tratado de qualquer jeito pelo meu namorado, mas ele faz e de bom grado, isso por amar demais o cara. Eu entendo plenamente que o amor faz nossa cabeça mudar bastante, mas esse relacionamento passou a se tornar abusivo e corrosivo, eu precisava fazer alguma coisa.

Já passou dois dias desde que eu trouxe Gerard pra minha casa e tenho cuidado dele, meu namorado e eu decidimos que ficaremos com ele até quando ele quiser. O problema é que Gerard chorou pelas duas noites, não por dor, mas por falta dele. Querendo ou não, Gerard ama Frank, eu não sei se a cabeça do baixinho mudou desde aquela bomba, então não sei o que fazer.

Gerard está no psicólogo e eu aproveitei pra dar uma rápida saída e tomar um café, distraio a cabeça vendo os carros passarem na rua e logo saio dos devaneios ao notar alguém puxando a cadeira pra se sentar à minha frente. Sorrio para Frank e beberico minha xícara de café enquanto ele se senta:

— Pode sentar. — Digo irônico vendo que ele já está sentado.

— Eu preciso ver ele. — Frank diz e suspiro voltando os olho à rua.

— Gerard te ama tanto… — Reflito e faço círculos imaginários na mesa com a ponta do dedo. — E não sei se você merece ter ele, você é meio… abusivo né?

— Eu me arrependo de toda merda que eu fiz com ele, eu amo ele.

— Não, quem ama não trai, muito menos com o irmão do seu namorado. — Eu digo levando meus olhos à ele. — E outra, quem garante que se arrepende? Gerard tá muito mal e a cada dia que passa ele fica pior, eu não quero fazer ele se sentir pior do que está.

— Olha, Bert… — Ele suspira. — Eu amo o Gerard e eu fui idiota por ter feito isso com ele, Mikey não se compara à Gerard.

— Não mesmo… Eu vou te dar uma chance de falar com ele, mas se você pisar na bola mais uma vez…

— Não vou, eu juro. — Ele diz rapidamente e rio.

— Me dá seu número e vou te passar um endereço pra você aparecer lá daqui há uma hora… — Peço pegando meu celular e o entrego, ele marca.

— Hm... Bert, valeu por estar cuidando dele. — Frank diz devolvendo meu celular e me levanto.

— Não me importo em ajudar. E você, espero que tenha mudado.

Deixo o dinheiro do meu café na mesa e saio voltando até a clínica para buscar Gee.

P. O. V. Gerard

Bert tem sido muito bom comigo, eu nunca havia tido um amigo tão atencioso e legal como ele. Jeph também me ajuda, o namorado de Bert, eles são incríveis pra mim.

Hoje tive uma sessão com meu psicólogo e me senti mais leve ao sair da sala, não sei se foi algo figurativo ou se foi minha doença acabando comigo aos poucos. Eu falei sobre mim, sobre minha vida, sobre meus novos amigos e principalmente sobre Frank. Aquela traição foi um baque pra mim, meu irmão mais novo e tão amado por mim, eu ainda estou um pouco decepcionado. Eu deveria ter associado o cheiro familiar de Mikey quando ele havia chegado, eu conhecia bem aquele perfume e Frank também. Iero poderia ter me deixado, me dito, qualquer coisa, menos me deixar naquela situação.

Voltamos pra casa de Bert e ajusto a bandana em minha cabeça. É, eu já não tenho mais o meu cabelo e isso me machuca toda vez que paro pra reparar. Frank me acharia feio, essa doença fez com que eu perdesse o resto da minha auto estima e minha vontade de viver. Não quero ser um fardo pra ninguém, eu quero partir de uma vez.

I Don't Love You - FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora