Killer Bunny

Yoongi?

Jungkook me ligou.

  -Alô?
  -SE ESCONDE!!

A ligação caiu, senti uma tontura que não sei de onde veio, meu coração estava tão acelerado que achava que ia parar. Peguei meu celular e um carregador e andei com muita dificuldade até o quarto.

Cheguei lá e a primeira coisa que fiz foi deitar na cama.

Era um lugar bem aconchegante, mas eu não prestei atenção, estava mais preocupado com o que poderia vir.

Escutei barulho de alguém batendo na porta do quarto de Jungkook. Meu coração parecia tentar sair do corpo, tremia de forma assustadora, estava tonto. Fraco. Qualquer coisa poderia me matar naquele momento, até mesmo uma barata, patético. Por um momento achei que estava tudo acabado, eu pensei em ligar para a polícia, mas Jungkook acabaria tentando me matar, pensei em ligar para Jungkook, mas não achei que ele viesse, decidi procurar algo para me defender, ou um lugar para me esconder.

Mais uma ligação.

   -Alô?
  -Jimin, não se preocupe, eu estou chegando. -Jungkook falou ofegante.
  -Está tudo bem?
  -Sim, está sim. Algum problema?
  -Não, nenhum. Em quanto tempo chega?
   -Uns 10 minutos, até lá não saia daí.
   -Está bem.
   -Tchau.
   -Tchau. -Ele desligou e eu me deitei de novo.

Ele se preocupa comigo, mas não faz sentido, eu sou a vítima dele, um refém, não um convidado, o que está acontecendo? Pensei, mas eu soube que a tia Neide tinha um caso com um cara aí ela engravidou e a guarda da criança foi para ele, se bem que ela é loira e ele é moreno, mas do jeito que ela é falsa eu não vejo o porquê dos cabelos dela não serem também.

Meus pensamentos se calaram ao escutar barulhos de tiros.

Jungkook, pensei e sorri. Sabia que você era idiota, Jimin, mas não tanto. Jimin, ele é um SERIAL KILLER não uma pessoa normal, vai mesmo achar que ele considera você? TROUXA. Minha mente gritou e eu me sentei, e senti que eu deveria ajudá-lo de alguma forma, ele estava cansando, isso também me daria alguma chance de não morrer, talvez se eu fosse útil ele me deixasse viver. Agora, como?

Escutei mais tiros seguido de um grito, reconheci a voz.

   -Yoongi?- Falei. -Mas não é possível, ele me disse que estava viajando.
   -Você o conhece, Jimin?- Jungkook disse e eu me assustei.
   -Jungkook! Há quanto tempo estava aí?
   -Cheguei agora- Ele disse colocando a mão no peito onde estava sangrando.
   -Se machucou?
   -Não, não, é ketchup.
   -Ah, Jungkook!
   -O que eu falei sobre linguagem coloquial?
   -AFF, você se machucou e eu posso o ajudar, por favor, fala onde e como.
   -Está bem. -Ele suspirou e levantou a camisa.
    -Uau.
    -Machucou muito?
   -Não foi isso...
   -Ah, sério, Jimin?
   -Desculpa, chama atenção.
   -Sim, eu sei, mas se concentra.
   -Sim, senhor.
   -Foi um tiro que passou de raspão.
   -Sorte.
   -Eu sei.
   -Você tem uma caixa de primeiros socorros?
   -Tenho, fica no armário.
   -Mas a gente está no armário.
   -É, só que é do outro lado.
   -Ah, tá.
   -Vai logo, Jimin!
   -Sim, senhor!
  
Saí rapidamente e fui ao outro lado do armário, peguei a caixinha, bem bonita por sinal e voltei.

    -Pegou a caixa?-Jungkook perguntou se ajeitando a cama.
   -Sim, peguei.
   -Vamos, ande logo, garoto!
   -Já vou, já vou. -Disse me ajeitando na cama para ficar mais próximo do ferimento.
    -Ai! -Ele reclamou.
    -Fica parado, eu tenho que limpar isso.
    -Mas dói.
    -E daí? Você me nocauteou e trouxe para cá e eu não reclamei.
   -Mas é diferente, ai!
   -Fica quieto, tá acabando.
   -Para!
   -Para você, Jungkook, parece uma criança!

Ele pegou minha mão com força e me trouxe mais perto.

   -Me trate direito. -Ele disse me encarando de perto, meu coração acelerou mais uma vez.
   -D-desculpe, senhor.
   -O.k, continue.
   -S-sim, senhor. -Eu disse e voltei ao ferimento.

Finalmente acabei de limpar, iria ser mais rápido se ele calasse a boca, mas fazer o quê?

    -Vou colocar o esparadrapo, pode tirar camisa, por favor?
Ele assentiu e tirou a camisa, meu deus! Que corpo.

   -Eh, vou colocar agora, tem que ser nem muito apertado, mas nem muito frouxo, aí você me fala se estiver muito frouxo ou apertado.
    -Está bem.

Coloquei o esparadrapo, me senti um profissional, mas eu só tinha visto um vídeo na internet.

    -Acabei.
    -Foi mais rápido do que pensei.-Ele disse sorrindo -Valeu.
Ele me agradeceu? Usou drogas?
    -Sem problemas. -Disse e sorri de volta.
    -Seu sorriso é bonito, sabia?
Moço, você está drogado?
    -Não, sabia não, obrigado.
    -De nada.