Capítulo 5

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Kate correu de volta à sala, seguida pelos garotos, e agarrou o receptor. 

— Alô? Alô? Alô! — tagarelou. 

— Meu Deus, você parece estar se divertindo! — respondeu a voz do outro lado. 

— Barnabas! — arfou ela. — O que está fazendo? 

— Esperando alguém atender o telefone. — Foi a resposta. — Olá, Kate Webster, estou contente que seja você. 

— Onde está? 

Houve uma rápida pausa. 

— Estou fora da cidade — disse ele. — E, para ser estritamente honesto, tendo sérias dificuldades para voltar. Mas não se preocupe. O socorro está a caminho. 

— Chamou a polícia? Os bombeiros? A guarda costeira? 

— Não — admitiu Barnabas. — O socorro sou eu. Estou a caminho. 

— A cidade congelou, todo mundo se foi e algo muito ruim está acontecendo. Você é só um curador de museu. Como pode ajudar? 

— Respire fundo. 

— O quê? 

— Isso vai acalmá-la. 

Kate respirou profundamente. 

— Agora — disse a voz de Barnabas, soando muito longe. — Eis como posso ajudar. O que está acontecendo à cidade tem algo a ver com o passado dela. E museus são sobre o passado. É aí que eu entro. Assim espero. Se conseguir chegar aí a tempo. 

— Mas... — gritou Kate. 

— Respire fundo! — advertiu Barnabas. 

— Respirar fundo só serve para eu gritar mais alto — informou Kate. — É muito bom saber que você está vindo, mas, por favor, chame também um adulto responsável. 

— Você não precisa de um adulto responsável. Precisa de mim. Es­cute... 

Kate percebeu que era a única adulta no mundo. 

Desligou.

— Por que fez isso? — arfou Armand. 

— Ele estava sendo um tonto. 

— Quem era? — quis saber Milo. 

— O curador do museu. 

— Quem é esse? — perguntou Milo. 

— Meu vizinho. Este é o museu dele. Disse que está vindo ajudar. 

— Bom, ele não vai conseguir. — Milo estava sério. As lágrimas não tardavam. — Estamos presos aqui e vamos morrer. 

Kate se preparou para consolá-lo e o telefone tocou novamente. Desta vez, Armand atendeu. 

— É para você. — Ofereceu-lhe o receptor. 

— Eu sei — disse Kate. 

— Ele é mesmo muito insistente. 

— É melhor que seja. 

Aceitou o telefone. 

— Você desligou na minha cara. 

— Sei disso. 

— Mas por quê? 

— Este é um museu muito interessante — explicou Kate. — E você não estava sendo muito prestativo. 

— Entendo. 

Houve uma pausa. 

— Tá bom, então. Sua pintura mostra dois objetos. É como um mapa do tesouro. Só precisa encontrar os objetos. 

Quando Cair o Verão & Outras HistóriasOnde histórias criam vida. Descubra agora