Cap.4: Shark Attack

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Miami  - FL

P.O.V Justin Bieber 16:23 p.m.

O barulho dos pneus freando com rapidez, ecoou em frente a minha casa e vi a Mercedes do Jeremy próxima a garagem. Bati a porcaria daquela porta com bastante força e entrei fumaçando de raiva pelos olhos, vendo ele na sala enquanto mexia no seu computador.

— Você não sabe bater na porta? Ou tenha mais modos antes de entrar.

— Que se foda essa droga! — Explodi e me aproximei o máximo. — O que você acha que está fazendo?

— Do que você tá falando?

— Não se faça de cínico pai, você sabe muito bem do que estou falando. Você falou com o Theo pra ele cancelar a minha inscrição no torneio. Como você pôde fazer isso? — Exigia respostas e ele suspirou, colocando o notebook ao seu lado no sofá.

— Então esse drama todo é por causa disso?

— Drama? — Perguntei, incrédulo. — Você sabe o quanto o surfe é importante pra mim e o quanto tenho esperado e me dedicado a esse torneio. — Gritava feito um louco e ele apenas ouvia. Óbvio, ele não tinha o que falar. — E faltando apenas 2 dias pra isso você tenta boicotar a mim? Não sente vergonha disso?

— Primeiro vamos baixar o tom da voz. — Ele falou, começando a perder a linha e travei o maxilar. — Eu apenas conversei com o seu professor.

— Conversou? Você pediu pra ele cancelar a minha inscrição! — Rebati, gritando feito um louco.

— Justin, isso não serve pra você. Você é um cara inteligente e não tá dando preço ao dom incrível que tem. Vem comigo pra empresa, você poderá criar prédios, qualquer coisa que decidirmos fazer pra expandirmos nosso patrimônio. — Rir com ironia e balancei a cabeça em negação.

— Então é isso? Acha que me privando de surfar eu vou correndo feito um cachorrinho pra trabalhar naquela empresa? — Debochei e ele travou o maxilar. — AQUILO NÃO SERVE PRA MIM, PAI! TENTA ENTENDER ISSO!

— NÃO, EU NÃO TENTO NÃO! — Ele rebateu também gritando. — EU NÃO TE CRIEI SOZINHO, NÃO TE EDUQUEI, NÃO FIZ DE TUDO POR VOCÊ, PRA AGORA QUANDO EU PRECISAR DE VOCÊ, VOCÊ SIMPLESMENTE ME IGNORAR, IGNORAR O QUE BANCA TODO O SEU LUXO POR CAUSA DE UMA PORCARIA DE PRANCHA QUE NÃO VAI DÁ EM NADA. — Engoli em seco suas palavras e ele continuou. — ACORDA PRA VIDA, JUSTIN! VOCÊ NUNCA SERÁ UM SURFISTA PROFISSIONAL, VOCÊ NUNCA IRÁ DISPUTAR COM GRANDES PROFISSIONAIS PORQUÊ VOCÊ NÃO É CAPAZ. TENTA ENTENDER ESSA DROGA! — Engoli tudo o que ele falou no seco e dei um passo atrás. Meus olhos se encheram de lágrimas depois de ouvir tudo isso da boca dele.

— Admita que você sente vergonha de mim. — Falei, baixo e ele riu pelo nariz. — Admita.

— Não é isso, é que...

— ADMITA! — Gritei dessa vez chorando de ódio e joguei um jarro contra a parede. — ADMITA QUE EU TE ENVERGONHO PORQUE NÃO SOU COMO OS FILHOS DE SEUS AMIGOS DA EMPRESA. VOCÊ ODEIA O FATO DE EU SURFAR POR CAUSA DISSO.

— Quer saber? Acertou! — Ele cuspiu com decepção e enruguei a testa. — Você me envergonha sim! Me envergonha saber que você prefere uma merda de prancha do que trabalhar numa empresa global.

— E me envergonha você só pensar em dinheiro. — Rebati com ódio e ele espumou mais ainda.

— O DINHEIRO QUE TE BANCA. QUE PAGA A SUA FACULDADE, SEUS RELÓGIOS DE OURO, CORRENTES, CELULAR DE ÚLTIMO MODELO, ROUPAS DE GRIFE, CARRO DO ÚLTIMO ANO E DINHEIRO CHEIO NA CARTEIRA E NA CONTA BANCÁRIA. — Ele passou tudo isso na minha cara e eu procurei um buraco pra me esconder de tão envergonhado que fiquei.

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