Cap.24: Loathing

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P.O.V Justin Bieber 19:48 P.M.

Eu estava sem reação com a cena diante dos meus olhos, era bizarro e ao mesmo tempo assustador. Nunca na minha vida eu vi alguém comendo peixe cru, confesso que tava até meio enojado com a cena.

O irmão da Alana devorava um peixe CRU, estava acabando de chupar a cabeça e fiquei com vontade de vomitar. Não queria ser chato, mas não tive a menor condição de comer da comida dela com aquilo diante de mim.

— Saboroso. — Falou ele se deliciando, enquanto chupava uma grande espinha do animal e sorri amarelo enquanto olhava pra Alana que estava séria. — Posso comer outro?

— Ah... Não. — Disse ela. — Se comer outro hoje, amanhã não terá pro seu café da manhã. — O Apolo olhou em volta da mesa e bateu o olho na vasilha com macarrão.

— O que é isso aqui?

— É massa. Quer experimentar?

— Não, queria peixe. — Arqueei uma sobrancelha e a Alana me olhou. Cara, vai ser uma situação difícil manter esse aquário que tá virando a minha casa.

— Então a gente procura um no mar pra você. Porquê não iremos acabar com a comida do Justin. — Ela me olhou e dei um sorriso amigável, vendo a mesma olhar pro meu prato de comida intacto. — Não gostou da comida?

— Ah... Na verdade eu não estou com fome, mas como antes de dormir. Prometo. — A Alana concordou e o irmão dela ficou de pé, saíndo em seguida resmungando alguma coisa.

— Ele não vai ficar aqui muito tempo, te juro, mas ele não pode simplesmente voltar pra água. Os pescadores o viram, com certeza já o reconhecem e é perigoso pra ele. — Explicou. E por mais que eu seguisse com a ideia de não querê-lo aqui, eu concordei.

Não ia mentir pra mim mesmo sobre isso. Estava desconfortável com esse cara aqui, primeiro porque eu tenho medo da espécie em si e segundo por que eu queria privacidade pra mim e pra minha namorada.

Não é óbvio?

Mas não iria fazer essa desfeita com ela, jamais. É alguém da família dela e não iria fazer nada pra deixá-la triste, então só me restou aceitar.

— Bem, eu vou limpar aqui e...

— Pode deixar que eu limpo. Você já fez o favor de cozinhar. Pode deixar que eu mesmo limparei. — Falei. Ela ficou me olhando por alguns segundos e concordou, saindo da cozinha em seguida.

Limpei toda a mesa e por último lavei a louça, as sequei e guardei tudo em seus devidos lugares. Quando segundos depois percebi alguém atrás de mim e me virei, vendo a Alana usando um biquíni. Enruguei a testa com a cena, mas me surpreendi pelo fato dela não tá nua pra ir para a praia.

— Eu tô indo... Vai ficar bem? — Perguntou e recuperei o foco que perdi quando encarei o seu decote a minha frente. — Olha, eu sinto muito por...

— Eu vou ficar bem... De verdade. — A assegurei e vi seu olhar baixar. — Eu... Eu vou me acostumar com isso, pode confiar. — A moça de cabelo ondulado me encarou nos olhos mais uma vez de forma intensa e sentir meu coração gelar ao pensar que ela estaria lendo meus pensamentos. Como a mesma me mostrou que tem o dom, e naquele momento o que me confortava era saber que eu tinha algum tipo de bloqueio, pois ela não conseguia saber de nada como eu me sentia. Ainda mais sobre o que se passava no momento pela minha cabeça.

Ouvir do seu irmão que ela não fará parte do meu futuro foi a coisa que mais me puxou para baixo. Me senti mal, fiquei muito para baixo com suas palavras e admito que fiquei com vontade de chorar. E não, não era besteira nem masculinidade frágil, era apenas uma imensa tristeza com gosto amargo de solidão que preenchia o meu coração naquele instante.

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