Cap.8: Surfing Day II

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Miami - FL

P.O.V Alana Wires 08:00 a.m.

Já havia acordado e continuava deitada. Podia notar o silêncio pela casa toda, sem qualquer índice de barulho aquela hora da manhã.

E assim já fazia 9 dias em que eu fui embora de casa e estava vivendo aqui, longe de meus irmãos, dos meus pais e de tudo o que eu tive desde que cresci.

Mas de qualquer forma eu não me arrependia. Eu fui abandonada pela minha própria família e ninguém sequer procurou por mim, então vou continuar morando aqui e darei um jeito de ir até Kiribati na próxima semana. Meus pertences estão lá e eu preciso deles.

Como vou continuar convivendo com humanos preciso adquirir os mesmos costumes que eles, tudo bem que vai levar tempo porque é difícil de se acostumar, mas eu conseguirei. A Akira conseguiu e eu também consigo.

Passei as mãos no rosto e tirei meu tridente do cabelo, o observando e dei um sorriso pequeno lembrando da minha mãe. Eu sentia saudades.

Foi quando ouvi batidinhas na porta do meu quarto e lentamente ela foi semiaberta.

— Oi... Tá acordada? — era o Justin. Guardei o tridente debaixo do travesseiro e dei-lhe atenção. — Posso entrar?

— Claro, a casa é sua. — ele riu e entrou, fechando a porta e ficou parado um pouco distante da cama. — O que foi? — quis saber, aliás ele estava bem estranho.

— Ah... Alana, eu quero conversar com você. — enruguei a testa e me sentei na cama segurando o lençol no corpo. — Posso? — ele apontou pra cama e concordei.

— Fala. — então Justin suspirou e percebi suas mãos trêmulas, assim como ouvia as batidas repentinas do seu coração. — Você tá tremendo. Você tá bem? — perguntei e ele me olhou muito nervoso.

— Eu-eu queria perguntar se... Se você acha que eu tenho chances de vencer esse torneio. — arqueei uma sobrancelha e ele se sentou melhor na cama de frente pra mim. — Eu-eu tô nervoso, sabe? Esse torneio é muito importante pra mim e faz meses que venho me preparando pra isso, mas tô com medo, sabe? Vai fazer 24hrs que meu pai mudou completamente e eu tô receoso que ele volte a me tratar mal por causa do surfe. — ele falava com medo e era triste de se ver. — Tem também a Cindy. El-ela me chamou de fracassado e disse que eu nunca irei ser um bom surfista. — enruguei a testa e fiquei chateada. — Eu não perguntei nada aos meus amigos porque já sei a resposta, mas... queria saber de você.

— Saber de mim?

— É. Acha que eu sou um fracassado? — rir pelo nariz e neguei.

— Eu não acho que você seja um fracassado, Justin. Você é muito bom. — ele umedeceu os lábios e forçou um sorriso.

— Você que tem uma visão tão complexa das coisas, acha que eu tenho chances? — dei uma risada baixa e passei uma mão na cabeça.

— Por que não faz essa pergunta pra você mesmo? Afinal, estamos falando de você. — ele continuou me encarando e eu fiz o mesmo.

— Não sei, sinto que todo mundo ao meu redor suga as minhas energias e força de vontade... — então entendi bem de quem ele estava falando. — Menos você...

— Olha, Justin. Você tem amor pelo seu sonho e isso já te torna grande e enquanto aos que outros falam, você precisa aprender a ignorar, não pode adquirir pra si mesmo tudo o que falam contra você. — me expliquei e ele concordou. — Isso vai te deixar vulnerável e vai mostrar a fraqueza que essas pessoas querem ver em você. — vi seus olhos cor de mel brilharem e dei um sorriso. — Você é maior que todas essas pessoas, nunca esqueça disso. — em seguida ele sorriu, concordando com a cabeça.

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