| E é por isso que amigos devem dormir em camas separadas
E os amigos não devem me beijar como você me beija
Eu sei que há um limite para tudo
Mas meus amigos não me amam como você
Meus amigos nunca vão me amar como você. |
Uma história orig...
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_ Johnny você é quase dois de mim, se continuar se apoiando assim vai eu e você para o chão! - digo parando pela quarta vez na escada.
_ Mas fica difícil não me apoiar totalmente em você quando estou com o tornozelo torcido - ele bufa.
A situação é a seguinte: O Johnny teve alta hoje de manhã e sua mãe não conseguiu uma folga no serviço, assim como os meninos também não puderam faltar na faculdade, portanto, quando eu sai da escola eu vim direto para casa do Johnny. E nesse exato momento estamos tentando ir para o quarto dele, mas essa é a missão mais difícil do mundo. A diferença de altura é bem grande, e o único braço que ele pode apoiar em mim é o direito, porém é o seu tornozelo direito que está torcido. Resumindo, eu estou me matando para conseguir ajudar ele.
_ Se eu cair e ter que voltar para o hospital eu te mato.
_ Não começa a ser grosso não - respiro fundo - Vamos lá, falta só mais um pouco.
_ Eu já estou cansado desse 'para, sobe, para, sobe' - ele resmunga.
_ Eu também estou - choramingo - Falta só mais um pouquinho, vamos continuar - faço um biquinho - Por favorzinho - peço olhando em seus olhos.
Ele fica me encarando sem reação nenhuma e inconscientemente eu também fico observando-o. Seus olhos pairam sobre os meus e eu me perco em suas lumes escuras, e mais uma vez a mesma sensação estranha que eu senti ontem, invade o meu corpo. Sinto meu estômago formigar e meu corpo inteiro queimar, como se estivesse em chamas.
_ O q-ue foi? - gaguejo.
_ Nada - ele balança a cabeça e leva sua mão livre aos cabelos, os 'penteando' para trás - Vamos continuar antes que eu desista e saia rolando escada abaixo.
_ Johnny! - o repreendo e ele ri.
Tento ignorar ao máximo a confusão dentro do meu corpo e me concentro em ajudar o Johnny a subir as escadas. Com muito sacrifício e esforço, finalmente chegamos em seu quarto e eu não penso duas vezes antes de me jogar em sua cama -depois de deixar ele sentado em algum lugar é claro-. Assim que minhas costas batem no colchão, meus músculos relaxão e eu solta um pequeno gemido.
_ Eu nunca fiquei tão feliz em deitar - suspiro de olhos fechados.
_ Acho que nunca fiquei tão feliz em chegar no meu quarto - ele admite.
_ Falando nisso, faz tempo que eu não vinha aqui - agora de olhos abertos e apoiada em meus cotovelos, olho em volto.
A disposição do quarto mudou totalmente, a cama que antes era encostada na parede da janela, agora fica no meio do quarto e de frente para janela, que também está diferente, as cortinas que antes eram claras, agora ganharam mais camadas e tons mais escuros -acredito que seja para bloquear os raios de sol indesejados-. Já no lugar onde a sua cama costumava ficar agora tem um sofá de coloração escura também, a única coisa que continua no mesmo lugar 'de sempre', é sua -grande- mesa de estudos, que continua a mesma bagunça de sempre também. Simplificando, o quarto está todo diferente, não só por sua disposição, mas por suas cores também.
