Capítulo onze

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A lua já estava em seu ápice, a mesma iluminava o breu da noite que os engolia a cada segundo, ambos continuavam andando pela floresta às cegas, somente preocupados com as possíveis perseguições que teriam em breve. Avice por nunca ter vivido uma aventura tão intensa sentia seus pés latejando e sua boca secava na intensidade em que ela andava mais rápido.

Thomaz percebendo o cansaço da princesa, parou e sentou-se sobre uma rocha mucosa que estava em sua frente.

— Não deveríamos sentar — disse Avice com a expressão amedrontada — está escuro e não vemos muita coisa, além disso, não sabemos qual o próximo animal selvagem vai querer nos devorar.

— Avice tem razão Thomaz, você sabe o risco que estamos correndo? Não tem só uma hierarquia atrás de nós, os rebeldes devem estar furiosos — Júlia, finalmente concordou com a princesa.

Avice com a expressão conturbada, caminhou em direção a uma árvore grande e velha, era inegável dizer que não estava extremamente cansada, contudo, não ter essa escolha a deixava completamente sem saída. O silêncio possuía aquela interminável escuridão, portanto, os ouvidos estavam tão ligeiros quanto os olhos aterrorizados.

— Vocês escutam isso? — a voz da ruiva soou com uma certa alegria.

— Eles? — Thomaz levantou e pegou a espada que havia largado no chão.

— A água — Avice respondeu rapidamente.

— Eu não ouço nada — murmurou Júlia.

— Faça silêncio e afine a audição — pediu ela.

Ambos então se atentaram para escutar. 

— Eu ouço. — finalmente a rebelde respondeu.

Estava tão acostumada com o som da cascata que vinha de trás do acampamento dos rebeldes que quase não percebeu que o tal rio que Avice escutava era real.

A princesa se levantou e puxou os dois para irem com ela em direção ao som.

— Vamos encontrar água — falou confiante — quem sabe possamos descansar também.

Como se não estivessem fugindo, tampouco tentando se esconder de possíveis pessoas que poderiam matá-los, Avice começou a cantarolar.

— Fique quieta — Júlia pediu ríspida — estamos fugindo e você não está sendo nada discreta.

A rebelde mesmo sem saber, pressentia que estavam perto de serem encontrados.

— O que houve? — Júlia perguntou em um sussurro, assim que Thomaz puxou Avice e tapou sua boca.

Em um gesto ele apontou para dois homens que conversavam na beira do rio.

— O que quer que eu faça, vossa majestade? — perguntou um dos homens, aparentemente um dos soldados da realeza de Guersi.

O outro, certamente era o rei Mizar.

— Deve encontrar essa princesa... — o homem parecia irado — essa garota...

— Estamos nos esforçando ao máximo para encontrá-la, senhor.

— E por que ainda não encontraram? — ele empurrou o ombro do soldado — são incompetentes demais.

— Ela é muito boa em se esconder, majestade.

Avice soltou uma leve risada, a qual atraiu a atenção do rei.

— Quem está aí?

Thomaz e Júlia encararam Avice com uma expressão tão séria que seria capaz de cortá-la ao meio.

A princesa prometidaOnde histórias criam vida. Descubra agora