Capitulo 8 - Como se nada tivesse acontecido.

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Ressentimento, indignação, raiva e ate mesmo ódio qualquer tipo de sentimento é melhor do que nada, qualquer coisa é melhor do que se sentir vazia, oca, indiferente, qualquer "coisa", mais agora esses sentimentos me bombardearam como uma avalanche. Olhei pela janela do avião e pensei como seria bom pular dali, seria o tipo de morte que eu sempre sonhei apesar que seria um pouco dramática, em queda livre com os braços abertos e os olhos fechados sentindo o vento desfigurar cada parte do meu corpo e depois o baque no chão talvez fosse a pior parte, sentir meu corpo quebrar ate a morte, mais talvez eu morra antes de chegar ao chão, é bem provável, eu ate consigo pensar as manchetes depois "Ex noiva de Joe Bouvier pula do avião" balancei a cabeça rindo por dentro, não seja ridícula Cristal, a morte seria um luxo ate mesmo para você, meu subconsciente me respondeu rindo, lembro que uma vez conversei com a Annie sobre como seria a morte perfeita, ela olhou para mim e disse
"Cristal pare de bobagem" e eu retruquei, "Como se você nunca tivesse pensado
na sua morte e em quem realmente vai estar chorando sobre o seu cachão, falar
que nunca pensou nisso é hipocrisia An" essas lembranças agora eram me tão
distantes, olhei para o lado e o Andrew estava dormindo ao meu lado no avião,
assim ate parecia um gatinho, daqueles que você quer apertar ate lhe faltar o
ar, ri mais uma vez, minha barriga sentiu uma sensação estranha, franzi o cenho
preocupada mais era só meu corpo me avisando que o avião estava pousando, a
ultima vez que voei de avião aconteceu a mesma coisa, a aero moça acordou o
Andrew e nos dois saímos do avião, posso dizer que eu literalmente odeio
aeroportos e em todo mundo com certeza é o lugar que eu mais odeio. Além de
terem um péssimo ar de despedida, me lembrava minha antiga vida. 

— Seja bem vinda à cidade dos Anjos querida — Andrew disse
assim que pegamos nossas malas, todo mundo diz que estar em qualquer parte dos
Estados Unidos é ótimo, mais meus pés repugnaram o solo americano. Pensei nos
seriados policiais dos Estados Unidos e em como nas series tudo no final se
resolve, seja um fio de cabelo encontrado, uma mancha de sangue ou ate mesmo
uma marca de chinelo no chão, qualquer coisinha insignificante acaba com todo o
mistério e os policiais ganham mérito por prenderem bandidos e salvarem vidas
inocentes como se isso não fosse o trabalho deles, e ai a vida seguiria normal
mais todo mundo sabe que não é tão fácil assim, a vida não é um seriado de tv
americana, pelo menos não a minha.

— Para onde vamos? — perguntei.

— Você vai ver — ele deu um sorriso.

Chegamos ao hotel em ele ficaria e descobri que agora ficaria
ali também — por que eu não vou ficar no alojamento com as garotas?

— Por que eu quero — bufei — coloque um vestido, vou te levar
em um lugar. —Peguei um vestido qualquer — hum não Cristal, eu quero esse aqui.

Ele pegou um vestido preto todo rendado — Por que? —
perguntei.

— Pare de fazer perguntas ok?

— Por que? — ri por dentro — brincadeira Andrew — sorri irônica.

A essa altura eu nem me importava mais com a presença do
Andrew quando estava me trocando, coloquei o vestido que eu ele mandou e logo
terminei de me arrumar, nos dois descemos, ele estava de terno e lá fora a lua
já caia.

O carro parou em um salão de festa, na entrada um homem
entregava mascaras pretas, entramos e lá dentro era como se todos estivessem
voltado a uma época muito antiga, no meio os pares dançavam que nem
antigamente, aquelas danças que se vê em filme — eu não gosto de baile de
mascaras — murmurei para mim mesma.

Um senhor veio ao nosso encontro — Andrew! Que prazer ter
você aqui, e quem é essa linda jovem?

Andrew sorriu prepotente — Cristian essa é Cristal Salazar.

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