Corrida Pelo Sonho

Capítulo IX

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C A P Í T U L O IX
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Estávamos ansiosos pela chegada desse grande momento que era a vinda do novo motor, e mesmo que não tenhamos ideia de quando ele chegará, decidimos marcar o encontro para daqui uns dias.

Confesso que não ficávamos assim desde quando ganhamos nossa medalha de "melhor redação" no Campeonato de Língua Portuguesa no 2º ano do ensino médio. Aquele momento foi maravilhoso.

— Vem cá, será que posso ficar em sua casa por alguns dias? — perguntou Hector, e antes que eu pensasse que queria fugir das responsabilidade de casa — o que pode ser entendido assim, também — se explicou: — É que talvez você queira uma companhia, enquanto seus pais não voltam para casa.

Eu queria poder estar na companhia de Becca nesse momento, mas não podia falar isso para ele, certamente meu amigo ficaria magoado. Então para não transparecer tristeza — o que não foi fácil — sorri.

— Olha, eu até poderia deixar. Mas se esqueceu que temos aula amanhã? — o lembrei, recebendo a resposta de que iria pedir permissão para sua mãe, já que ela ficaria preocupada com sua segurança, mesmo nós sendo crescidos. — Sua mãe não vai se zangar?

— Honestamente? Não sei — respondeu, e isso me deixou mais aliviado... só que não.

Quando Hector dormia em casa, a gente normalmente ficava conversando sobre coisas que ocorreram no passado, e sobre nossos sonhos para o futuro. E desde que me conheceu, ele sabia do meu sonho de ser corredor profissional, e da minha paixão pela corrida.

Sugiro a ele ligar para sua mãe, assim poderia avisar ela antes de chegar lá, indagando se poderia dormir em casa, em consequência ouvindo um "sinto muito, mas não" bem na cara, o deixando um pouco sem jeito por ela ter rejeitado comigo em sua presença.

Ao discar o número de sua mãe, a mesma imediatamente atende a ligação. Ele tenta convencê-la de deixá-lo ficar em casa, e para dar uma ajudinha, aviso que estou sozinho, e que a companhia dele seria maneira.

Ela pensa um pouco e quando dá a resposta, o lembra de que teríamos aula no dia seguinte.

"Eu o lembrei disso" falei em pensamento.

— Então, vou indo aí depois pegar algumas roupas, está bem? — anunciou, e sua mãe pede que ele tenha juízo, e o mesmo afirma que ficaria bem. Desligou a ligação com um grande sorriso no rosto. — Pronto, amigo! Assunto encerrado?

— Claro! — confirmei, e nós rimos.

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Ficamos assistindo algumas programações aleatórias na televisão, e como não estava passando nada, decidimos jogar um pouco de videogame, colocando um Need For Speed Carbon.

Adivinhem qual foi meu carro no início do game? Exatamente! Meu amado Camaro SS. Não havia outro que conseguisse me conquistar à primeira vista.

— Será que o motor vai demorar para chegar? — perguntei, enquanto ia pegar um pouco de refrigerante na geladeira. Levei a garrafa para a sala, acompanhando dois copos.

— Cara, pelo fato de ser um motor, com certeza pode demorar dias. Ou até algumas semanas. — respondeu. Entreguei a ele um copo já com a bebida posta. Ele me agradece, pausa o game e toma um gole.

— Não sei se vou aguentar esperar tanto — falei, pegando o controle de sua mão, jogando um pouco em seu lugar. — Eu queria tanto que ele chegasse logo. Não vejo a hora, cara.