That Should Be Me

Okay, vamos começar do começo

Não sabia como havia chegado aquele lugar, mas de alguma forma estava lá. Era um lugar grande, como se fosse uma grande fazendo, estava escuro, e longe de mim eu podia ver uma árvore. Andei em passos lentos até ela, e podia ver tudo ganhar uma nova cor. A lua estava enorme e iluminava tudo, mas deixava uma figura oculta, que estava de baixo da árvore. As cores que estavam aparecendo eram na verdade vagalumes que surgiam de todos os cantos. Emitindo uma luz branca fraca, mas charmosa, como luzes de natal. Fui me aproximando cada vez mais do tronco de arvore e pude ver a forma de uma pessoa cada vez mais evidente. A luz da lua ajudou eu pude ver boa parte do corpo dele. Estava descalço e usava roupas brancas, mas eu não conseguia ver seu rosto, a luz da lua ajudou mais uma vez e eu pude ver apenas o sorriso. E o sorriso? Tive que admitir, era lindo. Um dos sorrisos mais lindos que já havia visto. Aproximei-me mais um pouco e foi naquele momento que senti uma mão em meu ombro me puxando pra trás.

- Você vem comigo. – Era Rick, meu melhor amigo, me puxando.

- Hey o que você esta fazendo? – Perguntei, tentando tirar a mão dele do meu ombro direito, mas o baixinho parecia cinco vezes mais forte do que de costume.

- Sam, acorda!

Acordei às 9 horas da manhã, estávamos chegando a uma ensolarada Los Angeles. Eu? Okay, vamos começar do começo. Meu nome é Sam Wolfman, e tenho 18 anos e sou cantor. Digamos que, eu fiz sucesso no Brasil. Um sucesso que ninguém esperava que eu fizesse. Meu primeiro CD se tornou o mais vendido de todos os tempos no Brasil. Todo esse sucesso chamou atenção de boa parte do mundo, e principalmente dos estados unidos, segundo pais que mais consumiu meu CD. Pra você ter uma noção do que estava acontecendo, meu CD, o primeiro (e único), se encontrava na #15 posição dos mais vendidos da Billboard. Você pode dizer que isso é pouco, mas pense comigo, nem um cantor brasileiro chegou tão longe, não como eu estava. Nem um cantor brasileiro, até agora havia conquistado o mundo. Eu estava em Los Angeles para a minha primeira, porém pequena turnê pelos estados unidos. Iria cantar em pequenos festivais brasileiros e de musica rock alternativo.

- Acorda mano. – Disse meu melhor amigo, Rick, tocando devagar meu rosto com o punho devagar, como ele sempre fazia desde que nos conhecíamos e ele queria chamar minha atenção.

- Já estou acordado. – Respondi sorrindo de canto pra ele, e afastando a mão dele do meu rosto. – Chegamos? – Perguntei enquanto ele levantava da poltrona e pegava a mochila que estava no porta-bagagem à cima de nós.

- Vocês estão bem? Dormiram bem? – Andrew, meu empresário, marqueteiro, perguntou, andando em nossa direção.

- O Sam dormiu durante todo o voo, eu fiquei jogando Resident Evil no meu notebook. – Rick respondeu rindo pra mim. Sorri pra ele e tirei meu celular do bolso, procurando ver se meu cabelo não estava atrapalhado, e estava tudo em ordem. Levantei de lá sem dar muitas palavras, havia acabado de acordar, e ainda um pouco tonto de sono. Peguei pequena mala que estava no porta malas logo a cima.

- Vamos andando Sam, você tem show hoje e temos que chegar ao hotel o quanto antes e organizar as coisas. – Andrew disse, tomando minha frente enquanto Rick ainda estava ao meu lado no portão de desembarque. Rick era meu melhor amigo desde os 11 anos, quando nos conhecemos na escola, durante minha sexta serie. Não demorou muito pra que descobrisse que ele morava a poucas três quadras da minha casa e simplesmente passasse a fazer parte da família. Rick era baixinho, tinha 1,69 de altura, que era pouco se comparado aos meus 1 e 80. Seu físico era magro, com braços bastante musculosos, cabelos castanhos e olhos verdes como duas esmeraldas, seu nariz era redondo e pequeno e suas sobrancelhas eram marcantes.

Ao chegar à saída do aeroporto, um carro cinza nos esperava, não me pergunte à marca, nem o tipo, sou péssimo com isso. Rick e eu entramos no carro, juntamente a Andrew e sua mulher, Margareth (carinhosamente apelidada de Meggie), os outros membros da banda estavam em outro carro cinza logo atrás de nós, maior do que o qual estávamos. Andrew ligou o gps e dirigiu até o hotel, aquilo foi ótimo, já que pudemos observar como Los Angeles era linda, durante todo o nosso curto passeio. Em pouco menos de meia hora, chegamos ao grandioso hotel The Ritz Carlton, ao que tudo indicava, era um dos maiores de Los Angeles, e acostumado a receber celebridades de outros países em Los angeles. Rick e eu descemos do carro e logo entramos. Rick, Andrew e Meggie andaram em direção à recepção enquanto eu tive que parar por um segundo pra contemplar a beleza saguão do hotel. Era absolutamente perfeito, e eu nunca tinha visto nada tão lindo no Brasil. Por que eu reparava nessas coisas? Antes de eu ser descoberto por Andrew, eu era um estudante de arquitetura, estava no meu primeiro ano da faculdade, quando passei a focar na minha carreira. Minha historia é repleta de tremendos estouros. Eu sempre cantei desde que me entendo por gente, na igreja, claro, meus pais são religiosos. Eu não passei na universidade federal de arquitetura, então, comecei a cursar uma particular, mas, mesmo meus pais tendo dinheiro, me recusava a deixar que eles pagassem minha faculdade, então, trabalhava em um bar durante o período da tarde como garçom e a noite, no mesmo bar, eu tocava, apenas com meu violão e microfone, foi nesse bar que Andrew me descobriu cantando, então, resolvemos investir na internet, comecei a gravar covers e divulgar no youtube e bem, você já imagina o que aconteceu, tudo foi um tremendo estouro. Em poucas semanas, meus covers já estavam em todos os celulares dos jovens do Brasil, e depois daquilo, foi só um passo pra gravação do meu primeiro CD, que não faltava material, já que eu também escrevia há bastante tempo, musicas boas, com a ajuda de Rick, sempre.