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Chego em casa e corro para o meu quarto e me tranco nele, aquilo definitivamente não deveria ter acontecido. Provavelmente ele é uns 10 anos mais velho do que eu, mas o problema maior não é esse, o problema maior é que ele é meu professor. Fecho meus olhos e em minha mente surge todas as lembranças de minutos atrás, a forma que ele falou aquelas coisas, o jeito que ele percorreu o meu corpo com as mãos, o gosto da sua boca ainda estava em mim, junto com o seu cheiro, aquele perfume com o cheiro amadeirado mecheu com os meus desejos mais ocultos. Eu não queria, mas gostei, gostei do jeito em que me senti entregue, gostei da sensação prazerosa que nunca nenhum outro cara me proporcionou, porém é algo que deve ser esquecido.
Depois de ficar muito tempo deitada pensando em como as coisas seriam daqui pra frente na escola, me levanto e amarro o meu cabelo em um coque, já estava na hora de eu fazer algo produtivo. Pego um dos meus livros favoritos, "O alquimista" de Paulo Coelho e começo a ler. Me envolvo tanto com a leitura e nem vejo as horas passar.

- Filha. - toques na porta. -Posso entrar?

- Oi pai, pode sim. - respondo fechando o livro e me sentando na cama.

- Hoje vai sair aquele clássico que você gosta no cinema. -Diz meu pai caminhando até a mim e sentando em meu lado. - Quer ir assistir? A sua mãe ficou para resolver umas coisas da concessionária.

Eu tinha esquecido que hoje seria o lançamento, só queria ficar na minha cama lendo o Paulinho Coelho.

- claro pai. - Sorri.

- Vamos daqui a uma hora. - Beijou o topo da minha cabeça e saiu do quarto.

Me levanto e tomo um banho rápido. Coloco uma calça jeans clara, uma blusa branca, e um cardigã por cima, calço meu velho e querido all star. Sinto minha barriga roncar, não comi nada a tarde toda. Pego a minha bolsa, celular e desço.

- Está pronta? - Pergunta meu pai levantando do sofá e pegando as chaves do carro em cima da mesinha de centro.

- Sim, vamos. - Pego uma maçã na cozinha, saio de casa, tranco a porta  e vou para o carro, onde meu pai já estava.

A trajetória até o cinema mais próximo foi tranquila.
Enquanto meu pai estava na fila para comprar os ingressos, fiquei esperando ele um pouco distante da fila, mas ainda conseguia vê-lo.

- Geovanna? - Escuto uma voz familiar, que horas atrás estava sussurrando em meu ouvido. Olho para o lado e vejo que Antony caminhava em minha direção.

Meu pai para em meu lado assim que eu iria responder.

- Senhor Somerhalder, Olá. - Respondo de forma gentil e sinto o meu coração ficar muito acelerado.

- Oi senhor Somerhalder. Diz meu pai estendendo a mão para um aperto. - É um prazer revelo.

- Senhor Mendes, como vai? - Diz e aperta a mão de me pai, soltando logo em seguida.

- Por favor, dispenso as formalidades, me chame de Orlando. Eu estou bem. - Antony sorri e eu forço um sorriso.

-Claro, Orlando. Me chame de Antony, estou novo ainda para ser chamado de senhor. - Sorriu gentilmente, nem parece que é o mesmo Antony.

- Tudo bem , Antony. - Meu pai diz e sorri. - Vai assistir ao filme? - pergunta apontando para o cartaz que estava atrás de Antony.

Antony se vira e olha o cartaz.

- É, vou sim. É um dos meus favoritos.

- Da Geovanna também. - Meu pai me olha e sorri.

Minhas mãos já estavam soando frio, tinha medo em qual rumo essa conversa tomaria.

O Professor EXato Para MimOnde histórias criam vida. Descubra agora