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Durante toda a tarde e noite de terça-feira e a madrugada de hoje, Marcos, Verônica e eu arquitetamos cada detalhe de nosso plano em minha casa, tínhamos pensado em tudo,nada poderia da errado. Iriamos nos encontrar na biblioteca após o final das aulas e ficar escondidos lá até que todos os alunos e funcionários fossem embora, para não correr o risco de que alguém nos veja. Verônica ficou encarregada de conseguir pegar as chaves do zelador da escola durante o intervalo e também de vigiar a porta do diretor quando o plano começasse, enquanto Marcos e eu entraríamos na sala do diretor para apagar os vídeos.

- Qual parte de não chamar atenção, vocês não entenderam? - Pergunto para Marcos e Verônica que caminhavam em direção a mim. Marcos estava todo de preto e com óculos escuros. Verônica também estava toda de preto e com um coturno todo preto, ela usava máscara da mulher gato. - Não vai me dizer que essa máscara é do Halloween do ano passado?

- A qual é, era a única que eu tinha. Gostou do meu look? - Ela diz e dá uma volta.

- Queria entender como vocês mudaram de roupa tão rápido. - Fiz uma expressão de interrogação. - Primeiro, "NÃO IREMOS CHAMAR ATENÇÃO", lembra? - Tirei a máscara do rosto de Verônica que murmurou algo baixo e também retirei os óculos de Marcos. - Pronto, agora não parece tanto que vocês vão assaltar a escola. - Empurrei a porta da biblioteca.

- Boa tarde, senhora Campbell! - Marcos diz e acena para a senhora que cuidava da biblioteca.

- Boa tarde querido. - Ela retribui o aceno.

Sentamos em uma mesa afastada da biblioteca e esperamos até dar o limite de horas.

- Cinco minutos para a biblioteca fechar. - A senhora Campbell anuncia.

As poucas pessoas que estavam lá, vão se retirando aos poucos. Puxo Marcos e Verônica para trás de um balcão que ficava nos fundos da biblioteca e como esperado, a senhora Campbell desligou as luzes da biblioteca e saiu, trancando a imensa porta de vidro em seguida.

- Vamos esperar mais um pouco para ter certeza de que todos já foram. - Sussurrei.

Trinta minutos havia se passado e as escola estava em um extremo silêncio.

- Podemos ir agora. - Marcos diz se levantando no chão na qual estava sentado.

- Verônica, onde estão as chaves? - pergunto ao tentar abrir a porta e perceber que ela está trancada.

- Chaves? meu Deus. - Colocou a mão na testa. Eu esqueci desse detalhe.

- Você o que? - Marcos e eu gritamos uníssono. Agora ferrou tudo.

- Respira meus amores, estou só brincando. - Verônica diz e puxa as chaves do bolso traseiro de sua calça jeans e balança em seguida. O barulho das chaves batendo uma nas outras ecoa pela biblioteca silenciosa.

- Qual seu problema garota? - Marcos grita. - Estava começando a cogitar a idéia de passar a noite aqui nesse lugar.

- Seria o meu sonho dormir na biblioteca. - Pensei alto. - Agora vamos focar no principal motivo de estarmos aqui e Verônica, sem brincadeirinhas, é sério.

Verônica destranca a porta e como esperávamos, não havia ninguém na escola.

- Deixa o celular no viva voz, caso apareça alguém eu aviso a vocês. Verônica diz e destranca a porta da direção. Ela estava começando a ficar tensa, todos estávamos. - Tomem cuidado.

- Ei. - Segurei a mão dela. - Vai dar tudo certo. Toma cuidado também.

- Nós não estamos prestes a morrer, então parem com toda essa dramaturga de novela mexicana. - Marcos diz e me puxa para dentro da sala do diretor. - Verônica, vá para o seu posto. Nos vemos daqui a pouco. - Terminou de dizer e fechou a porta.

- Agora é com você, Marquinhos.

- Deixa comigo, consigo fazer isso até de olhos fechados. - Marcos tira de dentro de sua mochila um laptop e alguns cabos.

- Sugiro que você mantenha os olhos bem abertos. - Respondo e respiro fundo.

Marcos conectou um cabo no computador do diretor Getúlio e começou a escrever várias coisas que eu não conseguia decifrar. Me encosto na parede e fixo olhando ele todo concentrado. Ele estava escrevendo sem parar, já fazia uns 10 minutos.

- Não acredito. - Ele grita e me acorda dos meus devaneios. Corro até a mesa onde ele está.

- O que foi? - Pergunto, assustada.

- A senha do diretor Getúlio é "1 tio Getúlio louco". - Sorri alto. - Que merda de senha é essa? - Ele gargalhava de rir.

- Câmbio chamando, 007. - Verônica cantarola no outro lado da linha. Olho para o celular que estava sobre a mesa do diretor.

- Aconteceu algo? - Pergunto, após pegar o celular.

- Nada, só queria ver se estava funcionando mesmo. - Ela diz e escuto ela soltar uma risada baixa.

- Você ainda me mata do coração. - Refiro os olhos e coloco o celular em cima da mesa novamente.

- Consegui entrar nas câmeras de segurança. - Marcos diz concentrado no computador. - Verônica, tira o dedo do nariz, que nojeira. - Ele diz rindo. Me aproximo dele e vejo cada canto dessa escola na tela do computador.

- Posso nem limpar o nariz em paz. - Verônica grita.

- Geovanna, não consigo encontrar nenhuma das duas filmagens. Justamente as datas e os horários que você tinha falado foi cortado e deletado. - Sinto meu coração acelelar em meu peito e minha boca secar rapidamente. - Agora vou apagar as filmagens de hoje é desligar as câmeras para que ninguém saiba que estivemos aqui. Já estamos abusando da sorte.

- Gente, sinal vermelho, agora é sério. - Verônica sussurrava no outro lado da chamada. Se escondem, o diretor Getúlio está próximo a porta. - Olho para a porta e vejo a maçaneta ser forçada. Meu corpo todo entra em estado de alerta. - Droga, não vai dar tempo.

Escuto os alarmes de toque de recolher soar por toda a escola.

- Verônica? - Pego o celular e coloco em meu ouvido. Me viro para Marcos e vejo que ele guardava suas coisas apressadamente em sua mochila. - Droga, a ligação foi encerrada.

Derrepente escuto o barulho da porta se abrindo atrás de mim, me viro lentamente de olhos fechados. Meu coração batia loucamente, eu o escutava pulsando nas minhas orelhas, mantive o ar preso em meus pulmões o máximo que pude.

- Abre o olho menina. Precisamos correr. - Verônica diz me sacudindo. Respiro fundo aliviada.

Nós três estávamos correndo euforicamente. Incrível saber que eu consigo correr sendo o sedentarismo em pessoa.

- Vamos ter que ir pelos fundos. - Digo parando de correr ao ver o diretor um pouco afastado caminhando em direção a entrada, acompanhado do guarda do colégio.

Ei. Diretor Getúlio gritou assim que nos viu. - o que estão fazendo aqui?

- Corre, porque o varguinhas está puto. Verônica diz e sai em disparada. Marcos e eu fazemos o mesmo.

- Mocinhos, esperem. - viro a minha cabeça para trás para ver o que acontecia. Vejo o diretor correndo atrás de nós. Era incrivelmente horrível e engraçado a forma que ele corria. - Parem agora. Quem são vocês? - Não escuto mais ele gritando e olho novamente para trás, o senhorzinho Getúlio estava parado com as suas duas mãos no joelho. Com a sua idade por volta dos 56, já não estava tão apto para correr. Aos poucos ele foi sumindo do meu campo de visão, junto com a guarda que estava mais cansado do que o próprio diretor.

Corremos para a saída. Verônica abriu um pequeno portão que havia nos fundos da escola e a liberdade cantou. Ela jogou as chaves para dentro da escola depois de ter trancado o portão.

- Isso foi...

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Olá leitores. Não revisei esse capítulo, então me desculpem por qualquer erro. Resolvi não escrever tudo nesse capítulo para não ficar tão grande. Logo logo tem continuação. Espero que estejam gostando, perdoem minha demora e não desista do Professor exato para mim. Beijos e até a próxima.



O Professor EXato Para MimOnde histórias criam vida. Descubra agora