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Acordo um pouco antes do despertador, então aproveito para olhar as notificações em meu celular e de repente surge em minha mente "Será que ele possui redes sociais?", Não, não vou stalkear, me repreendo e expulso esses pensamentos da minha mente. Quando o celular desperta, levanto e faço o que tenho que fazer, coloco o uniforme da escola, calço meu vans e amarro meu cabelo em um rabo de cavalo, coloco meus óculos que fazia um bom tempo que não usava, ele era apenas para descanso, então não precisava usar sempre. Como eu ainda tinha tempo antes de ir para o colégio, resolvo tomar café da manhã, meus pais já tinham ido trabalhar esse horário, ou seja, estava em casa sozinha e ansiosa, ansiosa pelo fato de que querendo ou não vou ter que ver e conversar com o meu professor totalmente inresistivel e arrogante, Antony Somerhalder.
Tomo café e sigo para a escola, hoje a primeira aula seria com ele. Meus melhores amigos me esperavam no lugar de sempre, em frente a entrada do colégio, cumprimento eles e caminhamos em direção a sala.
Verônica dessa vez senta na última mesa e eu me sento em sua frente, na antepenúltima.

- Bom dia turma. - Diz Antony caminhando até sua mesa e deixando a sua bolsa carteiro em cima da mesma.

- Bom dia. - Respondemos em uníssono, com excessão de alguns alunos que provavelmente ainda não tinham nem acordado direito.

Ele estava elegante como sempre, com uma blusa preta e um suéter branco por cima, calça jeans preta e sapato social também preto. Algumas meninas da turma estavam quase entrando em êxtase só de olhar Antony e isso me causou um certo desconforto.

Professor Antony percorre o olhar por toda a sala, como costumava fazer, por um momento breve seus olhos param sobre os meus e ele começa a falar.

- Eu sei que todos devem está com muito sono pelo fato de ainda ser de manhã, mas preciso que respondam a atividade que vou entregar, é uma revisão para a prova que será semana que vem. - Ele caminha até sua mesa, tira uma pasta de sua bolsa e pega uns papéis de dentro dessa pasta.

Ele entrega para todos os alunos. Quando ele entrega a folha para mim o seu perfume amadeirado entra em minhas narinas e lembranças do dia anterior invadem minha mente com uma certa intensidade, coro no mesmo instante.

Ele caminha até seu lugar e se senta.

- Qualquer dúvida só me chamar, aproveite que é só uma revisão, porque em dias de prova eu deixo de ser professor e esqueço tudo. - Ironizou.

Escuto alguns sorrisos baixos.

Ele não para de me encarar, ora olha para a folha que está em suas mãos, ora olha para mim, tento não olhar tanto, mas se tornar algo impossível. Nossos olhos se encontram no momento em que eu estava pensando na resposta da última questão, dessa vez sustento o olhar e ficamos ali, não sei por quanto tempo nos encarando, o que será que se passava em sua mente? O seu olhar era misterioso, mas dava pra ver algo no fundo daquele mistério, era desejo, eu sei que era. 
Escuto Verônica pigarrear algo atrás de mim que não entendi, pois o meu foco estava totalmente em um par de olhos verdes que parecia dominar meus sentidos no momento. Verônica cutuca minhas costas e eu me viro, quebrando todo aquela consolidação que havia entre Antony Somerhalder e eu.

- Desculpa, não entendi o que você disse, Verônica. - falo.

- Eu disse que se você e o senhor Somerhalder continuar se olhando assim eu vou acabar chorando. - Sussurrou.

- Se olhando? Eu estava apenas pensando e como assim acabar chorando? - Tento me fazer de desentendida.

-  vocês estavam quase se comendo com os olhos, não finja demência logo comigo e sim, acabar chorando. - soltou um sorriso perverso. - Não disse por onde.

- Aí meu Deus Verônica, sua mente podre. Eu só estava pensando na resposta da última questão.

- Se vocês continuar fofocando assim sem mim vou acabar ficando com ciúmes. - Marcos diz virado para mim. Ele estava sentado em minha frente.

- Nada demais relâmpago Marquinhos, só a Verônica com a mente perversa dela de sempre. - Respondo.

Escuto toques na porta e logo em seguida ela é aberta.

- Bom dia professor Antony, bom dia alunos. - O diretor Getúlio diz e se encosta na lousa. - Desculpa atrapalhar a sua aula professor Antony, vou ser breve.

- Imagina diretor, pode usar o tempo que precisar. - Antony responde, ainda sentado em seu lugar.

- Obrigado. Bom turma, o professor Antônio, o antigo professor de sociologia de vocês infelizmente se mudou para outro estado e não dará mais aulas aqui no colégio Constantine, por esse motivo o professor Antony Somerhalder deixa de ser professor provisório e se torna o professor de sociologia definitivo de vocês. Agradeço pela atenção e tenham uma boa aula. - O diretor Getúlio se despede e sai da sala.

O sinal bate informando que o final da primeira aula chegou, todos deixam suas folhas sobre a mesa do professor Antony e sai a caminho de suas próximas aulas, inclusive eu.

- Você não está bem, pode contando o que está acontecendo! - Diz Verônica caminhando em meu lado em direção ao meu armário.

- Eu estou bem, só estou preocupada com alguns conteúdos de química que não entendi muito bem. - minto.

- Você sabe que sou boa em química,mais tarde vou na sua casa e tiramos suas dúvidas. - Diz Verônica, que possuía um olhar um pouco desconfiado.

Abro meu armário e pego meu livro de história.

- Obrigada, te amo. - Respondo e vejo que Marcos caminha ao nosso encontro e para em nossa frente.

- Meninas, eu venho pensando nos últimos dias e finalmente hoje tomei coragem, vou dizer ao meu pai que sou gay. - Marcos diz com firmeza.

Marcos é um garoto magro, tem os cabelos da cor castanho médio, a pele branca e estimo que tenha pelo menos  1,79 m. Carinhoso e com um coração enorme, sempre estava bem arrumado, dividia seu estilo entre roupas estravagantes e coloridas e roupas mais sociais, porém quando estava com seu pai mudava completamente o jeito de agir e de se vestir. A mãe de Marcos morreu em um acidente de carro quando ele ainda era criança, por esse motivo foi criado somente pelo seu pai que sempre foi muito protetor e rígido com ele. Grande parte do tempo que passava com seu pai, Marcos não transparecia ser quem realmente ele era e sim alguém que o pai dele queria que ele fosse e realmente isso não só matava ele por dentro como também me deixava totalmente triste por não poder fazer nada.

- Eu acho que é a melhor coisa que você deve fazer Marcos. - coloco uma de minhas mãos em seu rosto e repouso a mesma ali. - Por mais que o seu pai não apoie no começo, ele precisa entender o seu verdadeiro "Eu" e não deve te jugar e sim te apoiar.

- Eu tenho medo da reação dele. - Ele diz e vejo que tenta segurar a lágrima que insiste em cair.

- Ele te ama, vai dar tudo certo.

Abraço ele e Verônica se junta ao abraço.

- Geovanna e eu estamos aqui, sempre. - Verônica diz, após desfazermos o abraço.

- Eu tenho as melhores amigas do mundo, eu amo vocês. - Marcos diz e vejo que escorre uma lágrima em seu rosto.

- Também amo você. - Verônica e eu respondemos em uníssono.

Limpo seu rosto. Marcos puxa o ar e solta.

- Me desejem sorte. - Marcos diz se distanciando.

- Boa sorte, me liga qualquer coisa. - Falo alto e ele lança um beijo no ar.

Tranco meu armário e me despeço de Verônica pois já estava atrasada para a aula de história.

O resto das aulas passam particularmente devagar. Em  todas as aulas tive que fazer atividades que contariam na nota ao final do bimestre. Meus pensamentos estavam em todos os lugares, menos onde deveriam realmente estar, eu me sentia confusa e com ansiedade.
O sinal finalmente soa pela sala anunciando que a última aula do dia acabou de se findar. Guardo meu material em minha bolsa e caminho para onde querendo ou não eu tinha que ir, a sala dos professores.

                          ...

O Professor EXato Para MimOnde histórias criam vida. Descubra agora