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Ali estava eu, dentro do carro escutando vários sermões dos meus pais, dos meus pais não, da minha mãe, meu pai só concordava, mas provavelmente nem estava prestando atenção.

- Você ficará de castigo o final de semana, já pode desmarcar todos os compromissos. - Disse minha mãe no banco da frente, sem direcionar o olhar para mim.

- Sério mesmo mãe? Castigo por eu estar me defendendo?

- Filha, não argumente com a sua mãe. - Meu pai me repreende e estaciona em frente de casa.

Saio do carro e fecho a porta, caminhando para a entrada da minha casa.

- Geovanna, entenda que eu não faço isso pelo seu mal. - Minha mãe fala atrás de mim, me viro a ela. - Você é o meu orgulho, uma menina doce, as pessoas que realmente a conhecem sabe muito bem que você não é nada daquilo que aquela menina falou, você não precisa agredir alguém fisicamente ou verbalmente para provar isso. -Caminhou até a mim e colocou uma das mãos em meu rosto. - Infelizmente sempre vão existir esse tipo de ser humano, e você não pode se abalar com isso. - Abraço ela.

A minha mãe nunca tinha sido tão sincera assim comigo, cada um tem um jeito diferente de demonstrar afeto, e a senhora Lilian tinha o jeitinho dela, por mais que seja um pouco ignorante as vezes.

Minha mãe se desfaz do abraço.

- Mas você ainda está de castigo viu mocinha, agora entra.

Sorrio com o comentário e entro. Caminho até meu quarto, tudo o que eu preciso era de um banho bem quente e de uma boa maratona de série, sextou em casa e o final de semana vai ser assim, ou estudando já que estou de castigo.

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Outro dia...

Eu nunca fiquei tão feliz em ir para a escola, depois de ficar o final de semana todo hibernando na cama, ir para a escola era lucro. Castigo era coisa de criança e eu definitivamente não era mais uma, mentira eu era sim, começando por esse meu pijama de unicórnio, ninguém com 17 anos usa pijama de unicórnio.

Levanto e me arrumo com calma, eu não costumava me arrumar muito para ir a escola, porém hoje eu acordei de bom humor. Hoje meus melhores amigos iriam passar aqui em casa.

Marcos me liga dizendo que já estava na porta, me olho no espelho mais uma vez e desço.

- Bom dia anjos sensatos, hora de seguir o rumo. - Digo e abraço cada um deles. -Eu senti muita falta de vocês.

- Que drama Geh, foi só o final de semana. - Marcos diz e começamos a andar rumo a escola.

- Para mim foi uma eternidade. -   Respondo colocando a mão no coração e fingindo uma expressão triste.

- Mudando de assunto, foquem nessa beldade aqui, vulgo eu. - Diz Verônica passando a mão pelo seu corpo, como se estivesse sensualizando. - E ai Gegeh,  preparada para ficar por duas semanas seguidas a sós com o professor Antony?

Reviro os olhos.

- Nem um pouco, falando em professor Antony, preciso contar pra vocês do meu sonho estranho que tive na sala de aula.

- É verdade, você não conseguiu me contar naquele dia. - Verônica diz e entrelaça o braço no meu, Marcos faz a mesma coisa do outro lado...

- Eu não acreditooooo, que sonho em sua safada. - Marcos praticamente grita em meu ouvido, depois que termino de contar cada detalhe.

- Esse sonho parece até aquelas histórias de wattpad. - Verônica fala e começa a dar risada em seguida.

- Estamos próximo a escola, morreu o assunto aqui gente. - Respondo e caminhamos até a entrada da escola.

Verônica e eu nos despedimos de Marcos e caminhamos até a sala em que seria a aula de sociologia. Nós sentamos no fundo da sala e em seguida entra o professor Antony, ele estava bem arrumado, como de costume. Ele analisa a sala por completo e seus olhos param sobre mim, mas desvia o olhar rapidamente.

- Bom dia turma, hoje eu irei explicar sobre os três poderes, pois não consegui explicar semana passada, espero que ninguém me atrapalhe dessa  vez. - Ele me olha e solta um sorriso de lado.

Toda a turma sorri, inclusive a Luana que estava sentada no mesmo lugar de sempre. Ele pega os livros no fundo da sala e entrega para todos os alunos.

- Alguém poderia ler a página 109 por gentileza? - Pergunta professor Antony, caminhando até a sua mesa e se encostando na frente da mesma.

- Eu posso ler, senhor Somerhalder. - Respondo e ele direciona o olhar para mim.

- Ótimo, senhorita Mendes, pode começar.

- Espero que ninguém me atrapalhe dessa vez. Digo e sorrio, vejo um meio sorriso tentando aparecer em seu rosto, mas some rapidamente.

Termino de ler a página e logo em seguida ele começa a explicação.

O sinal bate anunciando o final dessa aula, todos se levantam saindo da sala, inclusive eu, mas antes escuto o professor Antony me chamar.

- Sim? - pergunto me virando em direção a ele, que estava em pé arrumando as coisas em sua mesa.

- Não esqueça que você começa hoje. - Ele diz sem desviar o olhar de sua mesa.

- Nunca esqueceria. - Respondo com um certo tom de deboche e saio.

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As aulas passaram se arrastando e para completar tinha que ficar por mais uma hora na escola com o "melhor professor" de todos. Caminho até a sala dos professores e bato na porta.

- Está aberta. - Escuto uma voz familiar vindo de dentro da sala.

Abro a porta e encontro o professor Antony Somerhalder sentado em uma das cadeiras daquela imensa mesa, fecho a porta atrás de mim e caminho até a mesa, me sento na cadeira a sua frente e deixo minha mochila no chão mesmo.
Ele me entrega alguns trabalhos do segundo ano, se tivesse todos os pontos principais que ele pediu seria nota máxima no trabalho, Professor Antony me passa quais pontos principais que ele queria e eu começo a folhear o primeiro trabalho em minhas mãos.

- É um prazer receber a sua ajuda. - Professor Antony diz folheando um trabalho em suas mãos e solta um sorriso de lado. - Por mais que eu não precise.

- Olha. -Respiro fundo, tentando não revirar os olhos. - Eu não gosto de você e tenho certeza que você também não gosta de mim, então vamos deixar as diferenças de lado e tentar ser amigos, pelo menos nessas duas semanas. - Quase não consegui dizer isso, mas precisava me comportar se quisesse continuar estudando aqui, meu futuro, minha faculdade em Campinas depende dessa escola, ela é uma das melhores de São Paulo, tendo os melhores professores. Muitos alunos que estudaram aqui conseguiram entrar em uma faculdade boa por conta do ensino que é oferecido.

- Amigos? Não sou amigo de alunos, senhorita Mendes. - Professor Antony sorri, dessa vez, uma risada alta e irônica. - E sobre não gosta de você, sinto muito, mas a senhorita está totalmente errada, para mim você não passa de uma adolescente rebelde, mas não te odeio.

- Rebelde? Você realmente não me conhece.

- Única aluna que é indiferente comigo desde a primeira vez que dei aula nesse colégio, está sempre me desafiando, tem certeza que não é rebelde? Agora foque no que você tem que fazer desde o início, Mendes.

- Corrigindo, única aluna que não se submeteu a puxar o seu saco e bateu de frente com você por não ter um pingo de medo, se isso é ser rebelde, tudo bem, EU SOU. E sobre te ajudar a corrigir trabalho, você mesmo diz que não precisa, com licença. - Me levanto da cadeira, pego minha mochila do chão e caminho em direção a porta...

O Professor EXato Para MimOnde histórias criam vida. Descubra agora