O Professor EXato Para Mim

16

- Isso foi radical. - Marcos diz assim que nos afastamos da escola.

Decidimos ir para o Snacks e como de costume, o ar familiar e delicioso preencheu os meus pulmões. Pedimos lanches - milk-shakes - e nos sentamos aos fundos do estabelecimento.

- Provavelmente o Professor Antony que apagou as filmagens. Bom saber que ele não é tão tapado. - Verônica diz e morde seu sanduíche.

- Eu não sei, estou com um pressentimento ruim sobre isso. - Falo com o olhar direcionado em um ponto fixo da parede.

- Esse pressentimento só vai passar caso você conversar com ele e acabar com todo esse suspense. - Marcos diz e bebirisca seu milk-shake.

- De fato vou ter que conversar e vou me segurar para não tacar o lixo nele.

- Sei. - Marcos sorri perverso. - Vai se segurar para não beijar ele, isso sim. - Marcos e Verônica sorri em uníssono.

Começamos uma conversa agradável. Falamos sobre as sensações de está invadindo a escola e sobre diversos outros assuntos. Mal percebi que as horas se passaram rapidamente.
Me despeço dos meus amigos após sair do Snacks e sigo para a minha casa.

- Boa noite família. - Falo aos meus pais que estavam sentados no sofá assistindo algo que não consegui identificar.

- Posso saber onde estava mocinha? - Meu pai me pergunta sério.

- Após a aula eu fui para casa da Verônica e perdi a noção do tempo. Me desculpe por não ter avisado. - Minto e forço um sorriso para ele.

- Espero que não se repita. - Meu pai pareceu relaxar.

Minha mãe estava mais calada do que o normal, resolvi não perguntar o motivo, pois sabia que ela não iria me dizer.

- Vou subir, preciso organizar algumas coisas.

Subo para o meu quarto e tomo um banho rápido. Começo a estudar alguns conteúdos que iria cair no vestibular.
Após alguns minutos escuto meu celular vibrando em cima da minha cômoda. Me assusto com o toque.

- Alô?

**** **** ****

Acordo no outro dia e sinto minha cabeça doer, ontem acabei chorando muito pelo resto da noite, isso explica a dor de cabeça. Coloco uma roupa simples e amarro meu cabelo em um rabo de cavalo, passo um pouco de maquiagem pelo fato de está com olheiras enormes.
Ao chegar na escola, sigo para a recepção e peço para uma das recepcionistas me entregar o documento para mudar de turma.

Eu não estava conseguindo focar nas atividades de educação física, meus pensamentos estavam em todos os lugares, menos onde de fato deveria está. As aulas estavam se passando tranquilamente, mesmo com tudo confuso aqui dentro. O sinal para o intervalo tocou e rapidamente todos saíram da sala de história.

- Posso falar com você? - Pergunto a Antony que estava saindo da sala de sociologia.

- Pode, claro! - Ele responde calmo.

- Eu quero pedir transferência da sua turma. - Falo e retiro o papel de dentro da pasta que estava em uma de minhas mãos.

- Vamos conversar em minha sala, por favor. - Ele diz autoritário e abre a porta da sala. Antony me deu passagem e entrou logo em seguida.

- Eu posso saber os motivos para você querer isso? - Ele pergunta com a voz suave. Eu estava estranhando o fato de ele está me tratando com tranquilidade, porém gostava desse lado calmo do senhor grosseiro. - Se for por conta do que aconteceu entre a gente, eu posso lhe garantir que consigo controlar meus sentimentos.