TEMA: SCI-FI
18 de outubro 2019
— Cê quer namorar comigo, Fabrício?
A pergunta feita por Alexandre foi o fim de uma história cheia de desencontros, mal-entendidos, confusões e falhas de comunicação que aconteceram ao longo de 13 meses, desde o primeiro beijo que os dois trocaram em uma festa na noite que se conheceram.
— Claro que quero! — respondeu Fabrício feliz.
Os dois estavam sentados no capô do carro de Alexandre, observando as luzes da cidade de Patos de Minas, onde moravam. O carro estava estacionado em uma rua deserta que ficava no alto da cidade. Tomavam um vinho branco direto da garrafa, enquanto selavam o início do namoro.
— Véi, olhando pra trás, eu fico feliz em ver tudo o que gente passou pra chegar até aqui — riu Alexandre dando um gole no vinho. — Cê tava apaixonado, eu não tava, aí o jogo muda e é ocê que não quer mais nada pra depois eu ficar querendo...
— Aquele dia que cê me embebedou na festa, lembra? — Fabrício ria com as lembranças.
— Eu te agarrei pra evitar que cê ficasse com aquele cara feio.
— Aí a gente finalmente dormiu junto pela primeira vez.
— Minhas barreiras foram caindo... eu fui percebendo que tava apaixonado.
— Eu não queria mais, cê grudou em mim.
— Aí fiquei com medo e me afastei...
Lembraram com carinho todas as confusões que passaram no último ano até o momento que o vinho acabou.
— Vamos pra casa? — Alexandre sugeriu.
Era sexta-feira. Ambos trabalhavam muito durante a semana, às vezes Alexandre fazia plantões aos sábados e domingos, mas aqueles estavam completamente reservados para ficarem sozinhos.
Eles mereciam.
19 de Outubro de 2019
— Voilà! — disse Alexandre colocando a bandeja de café da manhã no colo de Fabrício, após acordá-lo
— Café da manhã na cama? Que chic! — exclamou Fabrício se ajeitando para poder comer.
— Privilégios de namorado — Alexandre brincou enquanto dava um gole no suco do namorado.
— Isso é meu! — Fabrício fingiu estar bravo com o namorado roubando comida.
Os dois começaram a comer tudo o que Alexandre preparara. Estavam em silêncio, mas era um silêncio leve e pacífico. Fabrício notou o olhar de felicidade do namorado e imaginou que o dele devia estar igual.
Alguns minutos depois os celulares dos dois começaram a tocar, juntos. Era um toque diferente do que estavam acostumados.
— Cê colocou despertador pra tocar? — Fabrício perguntou se levantando, procurando seu celular no bolso de sua bermuda jogada no chão do quarto.
— Não — Alexandre respondeu com um tom de voz de estranhamento.
Fabrício viu que uma chamada de vídeo de um número confidencial aparecia na tela. Rejeitou a ligação e assim que apertou o botão vermelho no celular a chamada recomeçou. Olhou para Alexandre, que estava olhando para o celular com uma cara inquisitiva.
— Pronunciamento importante em cinco minutos e cinquenta e oito segundos — leu Alexandre.
Fabrício apertou o botão verde aceitando a chamada e a mesma contagem regressiva apareceu para ele.
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Contos LGBT
Short StoryCapa bem preguiçosa mesmo Aqui você encontra todos os contos criados por mim que foram publicados no LGBTemas