Abri os olhos lentamente vendo um teto deveras branco, meus olhos doeram por um segundo por culpa da luminosidade do local e quando tentei passar minha mão direita no rosto não conseguia mexer por culpa de uma dor aguçada que começou.
— Ai... — choraminguei e respirei fundo sentindo o meu corpo arder por culpa da mistura de ficar muito tempo sem respirar fundo e também o cheiro de produto de limpeza presente no cômodo. — Jungkook? — chamou o namorado com a voz fraca, mas não foi respondido.
— Ele não está filho, só eu estou aqui. — vi o rosto de minha mãe aparecer, ela estava vermelha e inchada, parecia que tinha chorado muito.
— Cadê ele? — disse fraco, quase sem voz, e no mesmo momento me lembrei tudo o que aconteceu, e isso só fez meu corpo doer mais ainda.
— Ele deve estar do lado de fora, como eu poderia deixar alguém como ele do seu lado depois do que aconteceu? — minha mãe soava preocupada, eu sei que ela não fez aquilo na maldade.
— Deixa ele entrar, eu preciso falar com ele, por favor. — supliquei virando meu rosto para ela, ela não sabia o que tinha acontecido direito, porque nem Jungkook realmente sabia, ele chegou quando a desgraça já estava pronta.
Eu não consigo nem imaginar como o moreno está se sentindo, não consigo por na minha cabeça que o pai dele conseguiu fazer algo tão ruim para alguém que seu próprio filho disse amar, era confuso, alguém tão violento assim, não me lembro de Jungkook falando nada sobre o pai dele e também se ele soubesse desse preconceito e violência que tinha em sua família, provavelmente não me levaria até lá.
No fim de tudo, Jungkook é só mais uma vítima do acaso.
Observei o corpo pequeno da minha mãe se afastar e o grande do meu namorado entrar no quarto, ele parecia horrível, seu rosto estava inchado e vermelho e ele nem se deu o trabalho de me encarar, parecia machucado, sua testa tinha um curativo pequeno e meu coração apenas bateu cada vez mais forte ao vê-lo se aproximar.
— Kookie? — chamei baixinho para ver sua reação, o maior estagnou no lugar e eu vi seus ombros começarem a se mover, ele estava chorando. — N...Não chora. — disse com a voz embargada, ver ele ali tão ferido me doía, parecia que não sabia o que fazer nem para onde ir, estava perdido.
— M...Me desculpe. — disse baixinho e se sentou na poltrona ao meu lado.
— Olha pra mim. — pedi, segurando com todas as forças as lágrimas que queria escapar de meus olhos. — Eu quero te ver, quero saber como está.
— E...Eu não tenho o direito. — disse sincero demais para o que eu gostaria.
— Como você pode me dizer uma coisa dessas com tamanha normalidade Jungkook? — me esforcei para sentar e o vi assustado tentando me fazer ficar deitado. — Você não vai ficar com essa cara toda assustada e triste não, estamos bem, e é isso o que me interessa.
— Mas...
— Mas nada, se tem alguém para se desculpar aqui sou eu, se não fosse por mim talvez você não descobrisse algo assim de seus pais. — suspirei e baguncei meu cabelo com o braço não enfaixado. — Quem está sofrendo aqui é você, não eu. — tentava soar o mais realista possível para que Jungkook parasse de se culpar ao menos um pouco.
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Minha Amizade Colorida Hétero • jjk + pjm
Romansa[CONCLUÍDA] Faz mais ou menos uns seis meses desde que a minha vida virou uma bagunça, eu posso até dizer que eu nem sei mais quem eu sou, bom eu até sei quem eu sou, eu sou um azarado e burro, se meu pai estivesse vivo com certeza ele teria vergon...