8 - |We should stop|

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O caminho estava sendo silencioso, ao contrário do que pensava que seria. Jungkook dirigia calmamente, focado demais na rua pra sequer olhar pro lado, e eu me perguntava o que passava por sua cabeça naquele momento; se era mesmo a possibilidade de infringir alguma lei de trânsito que o fazia focar tanto durante as ruas que passávamos, nem tão cheias nem tão vazias. Finalmente, ele pigarreou quebrando o silêncio entre nós.
– Foi mal. – Encarei seu perfil, surpresa pelo pedido repentino, esperando que prosseguisse. – Você sabe... Por arrastar você, essas coisas. – Fiz menção a rir desacreditada.
– Isso é esquisito vindo de você. – Ele revirou os olhos e fez menção a retrucar mas logo voltou os olhos pra rua. Dei de ombros mesmo que ele não pudesse ver. – Mas tudo bem, você vai pagar de qualquer forma.
– Você não parecia muito bem.
– Está tão visível assim? – Abaixei o espelho preso ao teto do carro e comecei a encarar meu reflexo. Olhos vermelhos, cabelo levemente desengrenhado pela falta de cuidado ao tirar a touca há alguns minutos. Já estive pior.
– Não, não – Pôs-se a negar mas pausou – como se pensasse no que dizer a seguir – ao mesmo momento que teve que parar em um sinal de trânsito. Me encarou novamente. – Talvez... – Suspirei e o silêncio novamente se instalou no local. O carro logo seguiu viagem e enquanto isso tirei um momento para encarar o veículo a minha volta: bonito, limpo e com cheiro de novo.
– É alugado – Ele disse, repentinamente, alternando o olhar entre eu e o caminho. – O carro. – Confirmei com a cabeça. Era como se ele tivesse escutado meus pensamentos.
– As coisas mudaram tão rápido... Quer dizer, você deixou de ser um garoto e pode alugar um carro desses agora. – fiz uma careta – Uau. – Jungkook sorriu, satisfeito.
– Você fala como se estivesse orgulhosa de mim. Obrigado, eu acho. – Ao ouvir isso, senti um breve aperto no peito mas meu momento foi interrompido quando ele finalmente estacionou o carro e destravou as portas.
– Acredite, não estou... – murmurei, esperando que baixo demais pra que ele escutasse. Saí do carro e ele fez o mesmo, conferido se trancou as portas corretamente.
– Vamos entrar. – Disse convidativo e eu o acompanhei porta a dentro do local, não antes de dar uma boa olhada na fachada. Queens estava escrito na forma de letreiro, brilhante e vermelho com uma coroa sobre o 'uee' e a imagem da Rainha Elisabeth com um polegar pra cima, também iluminada. A estrutura era toda em madeira envernizada e dava todas as pistas de que aquilo era, certamente, um bar.
Ao contrário do esperado, ao entrar dei de cara com uma lanchonete estilo vintage. Um ambiente, inesperavelmente, familiar com crianças correndo entre as mesas, casais diversos e poucos lugares restantes. Colocamos os nossos casacos em um grande porta agasalhos e Jungkook nos guiou até uma mesa.
– Não estava esperando por isso. – disse sentando na grande poltona acolchoada e logo pegando um cardápio, morrendo de fome. – É tão simples e acolhedor, bem diferente do lugar pomposo que achei que frequentasse. – debochei.
– Ao contrário do que pensa, Jamie – Retirei o olhar do cardápio que segurava, de súbito. Aquela foi a primeira vez que me chamou pelo nome desde que nos encontramos de novo. Me perguntava se lembrava de meu nome mesmo depois daquele tempo, afinal eu lembrava do seu, ou se era o simples crachá em meu avental de trabalho habitual. – antes de ser famoso, eu era uma pessoa "normal". – ironizou. Rolei os olhos. – Aqui é simples, confortável e me lembra os anos de universidade.
Antes que eu sequer perguntasse de sua universidade, uma silhueta se aproximou de nós e quando me virei para encarar-la, lá estava Ruby com seus longos cabelos castanhos com mechas vermelhas e um caderninho em mãos para anotar nossos pedidos.
– Ruby! – dissemos em uníssono, saudando a garçonete. O encarei rapidamente. Ele também conhecia Ruby? Ela sorriu para ambos e em seus olhos pude ver a surpresa de nos ver por aqui. Talvez não os dois, mas juntos, especificamente.
– Jamie... Jk! Que bom ver vocês! – Exclamou, colocando um cacho castanho que insistia em cair em seu rosto, atrás da orelha. – É uma pena não poder conversar agora, você sabem... Chefe na área – sussurrou a última parte, se aproximando de nós e apontando para uma senhora que cozinhava em uma sala ao fundo da lanchonete e sorriu nos arrancando uma leve risada. – Posso anotar seus pedidos? – Comecei a falar mas fui interrompida por Jungkook.
– Ainda não, Ruby, tem algo que precisamos conversar antes. – A jovem parecia confusa mas apenas concordou com a cabeça, disse "Me chamem quando quiserem pedir" e nos deixou sorrindo, indo para outra mesa. – Eu sei que está com fome... Mas viemos aqui por um motivo. – Me encarou, surpreendentemente sério, finalmente voltando a parecer o cara de sempre, antes de encontrarmos Ruby. Como ele pode mudar de personalidade tão rápido? Precisei de alguns segundos para me situar sobre o que ele estava falando.
– Ah, claro! – Ri nervosamente e pigarreei – Aquele dia... – Eu, REALMENTE, não estava preparada para aquele momento mas tentei pensar em algo rápido. – Hum, eu tenho uma sobrinha, 16 anos, ela te ama tanto! Teve um problema nas pernas e não pode ir te ver naquele dia. Você não imagina o quanto ela queria te ver. – Tentei soar o mais natural possível ao dizer aquilo esperando que ele acreditasse enquanto brincava com os dedos sobre as ranhuras da madeira da mesa onde estavamos sentados, evitando olhar-lhe nos olhos. Jungkook não reagiu por um momento mas no fim apenas riu.
– Você poderia simplesmente ter entrado como uma fã normal, se fosse o caso. – Desfiz a posição tensa que estava e relaxei sobre a cadeira. – Se ia mentir poderia pelo menos inventar algo melhor! Admita que é uma fã obcecada, sim? Não vou te julgar! Até te trouxe a um lugar legal. Está tudo bem, tenho muitas dessas esses dias. – Deu mais um de seus sorrisos superiores. Por que ele vivia sorrindo? Tranquei o maxilar.
– Me desculpe, celebridade, mas eu estou falando a verdade. – Peguei minha bolsa e a pus em meus ombros. – Se me dá licença, chega de ouvir suas besteiras por hoje. Meu dia já está ruim o suficiente. – Entretanto, ele já não me olhava mais, perdido com a vista na janela. Aquilo me deixou ainda mais frustrada. – Estou indo. – Me dirigi a saída e senti-o pegar minha mão. Retirei-a rapidamente.
— Jamie, fica.
– Pare de achar que estamos em um filme ou algo assim. – Sussurei, repreendendo-o e tomando cuidado para que ninguém visse aquela cena patética. Ele não disse uma palavra e eu deixei o local após pegar meu casaco.
Mal dei um passo, uma luz branca intensa cegou meu olhos. E outra. É assim que morrer se parece? Um enxame de pessoas falavam enquanto me cercavam mas eu não conseguia destinguir muito bem sobre o que falavam e quando finalmente entendi, preferia que fosse a luz branca da morte.
"John K."
Desviei de alguns braços que tentavam me puxar e por celulares em meu rosto e voltei a entrar no local, ofegante, dando de cara com ele, parado ali como se me esperasse, mas ao ver minha expessão provavelmente se arrependera. Eu estava pronta pra cometer um assassinato ali mesmo.
– Olhei pela janela, imaginei que isso uma hora fosse acontecer, você tá bem? – Parecia que estava sendo sincero.
– Por que não me impediu? – Disse enquanto limpava uma sujeira inexistente em meu casaco. Tentei desamassar as roupas, retirei a touca da bolsa e a pus. Meu cabelo devia estar ainda mais bagunçado agora.
– Não fique brava comigo! Eu tentei te segurar, você me afastou. – Ele disse olhando em meus olhos. Bufei em resposta.
– Tudo bem, o que a gente faz agora? – Ele apenas pegou minha mão e me levou até um local perto do banheiro. – Eu não vou entrar aí! – Jungkook fez um sinal para que eu ficasse quieta e uma senhora com bandejas passou por nossos olhos distraidamente. Ele me conduziu até uma porta logo ao lado do banheiro e saímos da lanchonete dando de cara com uma lata transbordando lixo. – Como sabia daqui?
– Eu disse, tempos de universidade. – Ele sorriu aliviado e soltei nossas mãos. Ele ameaçou falar algo mas o cortei rapidamente receando que fossemos notados.
– Ótimo, universitário, mas precisamos chegar ao seu carro, tipo, agora.
Jungkook abaixou-se e seguiu para a rua, e eu fiz o mesmo. Seguimos abaixados por trás do edifício e o avistamos, atrás de uma pequena aglomeração na porta do Queens. Entre um carro e outro que passavam pela rua conseguimos cotornar o veículo e entrar no banco do motorista e carona passando de um para o outro, pela porta que dava para a rua. Ele deu partida fazendo um alarde entre as pessoas que estavam, até então, esperando algum movimento da porta da frente do local.
– Pela primeira vez estou agradecida. – Relaxei no banco depois de por o cinto. Ele riu e prosseguiu pelo caminho.
Como Gabe iria me cobrir, resolvi que precisava de uma de folga geral depois do dia de hoje, e não voltaria para ajudá-lo de noite e mandei-o uma mensagem avisando. Sinceramente, por mais egoísta que pudesse parecer, só conseguia pensar em tirar aquelas roupas pesadas e comer uma porção enorme de comida chinesa assistindo meu programa favorito e sei que se explicasse, Gabe me entenderia. Pouco antes de passar em frente ao café, pedi que Jungkook fosse direto e me deixasse em frente ao meu apartamento. 5 minutos depois estávamos em frente ao edifício. Saí do carro, mas impedi que ele fizesse o mesmo.
– Seria melhor se eles não te vissem. – Ele confirmou com a cabeça.
– Por mais que eu deteste admitir, desculpa por hoje. Minha intenção era só conversar com você.
– Tudo bem, falamos sobre isso depois. Agora vai, ok? – Ele me olhou, receoso, parecendo procupado. Mas logo ligou a ignição e se despediu com um aceno de cabeça. Até que não era uma pessoa tão ruim.
Já ia virando para trás quando encontrei Lily sentada nas escadas da entrada com um celular na mão. Passei rapidamente por ela, mas fiz sinal para que ela me acompanhasse.
– Quem é? Seu namorado? – Ela tentava olhar através de meus ombros o local aonde o carro esteve anteriormente, se movendo desajeitadamente.
– Lily, o que está fazendo aqui? – Estava surpresa já que ela quase nunca vinha me visitar. Cumprimentei o porteiro na entrada com um aceno de cabeça e fui até o elevador enquanto ela me seguia.
– Você podia ser mais receptiva, não? – Ela bufou. – De qualquer  forma, você não sabe o que aconteceu! – Cruzei os braços enquanto esperava a chegada do elevador e a encarei. Seus olhos tremiam levemente, lacrimejando e ela mordia os lábios com força. Parecia com... Raiva?
Envolvi seu rosto com as mãos em preocupação ao vê-la naquele estado e incentivei-a a prosseguir. Ela estendeu o celular e no momento em que vi notícia, gelei da cabeça aos pés. Minhas mãos, soltaram-se do rosto da menor de forma inconsciente ao que eu me aproximei do aparelho para ver melhor. Ali estava: Jungkook e eu entrando no Queens, de mão dadas enquanto andávamos agachados para a porta e saindo dele. Meu rosto estava embaçado o suficiente para que não desse para me reconhecer e os meus fios de cabelo também ajudavam, voando com o vento (as fotos aparentavam ter sido tirada de longe). O título da notícia exibia um enorme "Quem será a nova namorada de John K.?" em amarelo. – Uau...
– É, eu também não acreditei. – Ela entrou no elevador mas eu apenas continuei congelada, ali mesmo, no hall. – Você vem? – A sua voz impaciente me fez voltar aos meus sentidos e a acompanhar. A partir dali não consegui entender muito o que ela disse. Mas ela continuava a falar... E muito. A maior parte eram reclamações e grunidos de frustração. Eu estava muito ferrada.
Ao que a porta abriu, meu celular vibrou na bolsa e eu instintivamente fui pegá-lo para faze-la parar de falar. Gabe estava ligando. Era o quarto toque e, pelo que mostrava no monitor, não era a primeira vez ligando. Mais pessoas brigando comigo era tudo o que eu queria. Saímos do elevador e eu, finalmente, tomei coragem para atendê-lo.
– Gabe, de novo, sinto muit-
– Jamie, acho que devemos desistir disso tudo. – Ele me interrompeu e sua voz estava incrivelmente séria.
– Ei, do que você está falando? Que repentino. – Soltei uma risadinha, sentindo o peso esvaziar do meu peito. Só poderia ser uma brincadeira.
– Das pesquisas, de John K. ... Acho que devíamos desistir de tudo. – E desligou me deixando imóvel e sem respostas.

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oi, gente (nossa, eu to muito nervosakkkkk)! juro que não é alucinação. como vocês tão? se cuidando em casa? espero que sim. quanto tempo, meu pai! bem, os motivos pela qual eu sumi por tanto tempo são vários, passei por muita coisa em dois anos, mas, principalmente, eu estava muito insatisfeita comigo, com minha história e minha escrita. vendo os comentários de vocês durante esse tempo, me deu vontade de chorar várias vezes, com o carinho, e porque eu me sentia mal por não conseguir escrever algo bom, sempre com medo de não atender as espectativas e decepcionar vocês. não quis voltar até estar decidida a terminar logo a história e estar satisfeita com ela, entender que tá tudo bem não ser perfeita, e to aproveitando a quarentena pra isso. enfim, gente, eu vou dar o meu melhor, mesmo!!!! tenho que revisar muitas coisas já escritas e reformular tudo certinho ainda, mas a história ta andando e fé no pai que agora sai. muito grata por pessoas tipo a vick (que betou esse capítulo pra mim <3), a dani e a duda, que me ajudaram e incentivaram, em relação a história, durante minha ausencia, e vocês!!!!!!! cara, como pode existir gente tão maravilhosa assim igual a vocês??????? muito obrigada pelo carinho e persitência durante esse tempo (força guerreiros), vocês não sabem o quanto significou pra mim. MIL desculpas por preocupar vocês, pela demora, por tudo. eu estou bem agora. de novo, muito obrigada! 

plágio;; jungkook Onde histórias criam vida. Descubra agora