Com a maresia

Por dentro do Mosteiro

Um mosteiro granitico, gelado, empedrado e a bênção dos que  juram amor eterno diante de Deus.
Começaram por aí.
Pelo amor que os levou ali, o amor que não têm, necessitam e do qual sabem que um e outro podem e sabem dar.
Havia uma natureza decrépita ao redor. Estava em estado bruto, sem mão humana.
Flores, arbustos, arvores de fruto, ramagens silvestres.
E eles, sentiram que as mãos deles, alí, podiam ser arranjo. Arranjo do corpo um do outro.
Estavam ali, apenas para se sentirem. Acabaram por descobrir que o concavo e o convexo se alternaram. Debaixo do sol quente de outono, foram concha um do outro e puderam sentir como é estar na concha de cada um.
O medo do erro e a ansiedade do não dito abafa.
Criaram nela o impulso de desertar dele.
Mas o aconhego e a entrega mútua fizeram-na ficar.
Sob a acidez dos limões e das tiradas de humor negro dela, ele mostrou que a queria em cada poro do corpo dela. Que a queria com tempo, que a queria fora do tempo, que a queria para sempre.
Nem é bem que ele a queira, ele descobriu-a e agora precisa dela.
Ela sentiu-se com muitos receios ocultos, quis sentir lhe a densidade do corpo, gostou tanto.
Tinham a promessa da separação e a promessa da união. Numa ou noutra iam perder, na verdade queriam uma união cheia de partilhas.
O sexo, o calor do corpo dela contra o duro pénis dele, os beijos fugases para afastar a paixão. Serviram apenas como seguro de que há almas de biologia compatível.
.O resto eles ja sabem tudo.....
Ela quere-o muito, quere-o todo com o mundo todo.
Ele, tem nela uma esperança de vida que tardou em chegar.
Jamais se perderão um ao outro.
Foram muito melhor ao vivo.
Ela veio cheia de sorrisos e beleza no olhar, ele partiu inteiro, como há muitos anos não se sentia.
Nada prometeram..
Aqui não há promessas, há certezas.
Vão ficar na vida um do outro e eles vão saber escolher....
Com um enorme beijo de carinho, despediram-se.