Mãos de Seda

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Das mãos maiores seda,
Do corpo quente uma fuga,
Do olhar um medo, compelido pelo desconhecido.
Mais dentro, apenas o paladar, o sabor dos lábios e o sabor de cada respiração.
Tudo previsto, com os sentidos trémulos.
Tanto ficou de fora.
A sede de voltar, regressar ao colo dos dedos que se alongam nos braços até nos tocarmos.
Da enorme distância, a respiração sincronizou-se num minimo.
O uníssono não esteve lá.
Não o deixamos entrar.
Eu, estava coberta pelos fantamos do passado.
Ele, estava apenas em mim. E temo que ele próprio, não tivesse efectivamente ido.
Puta que pariu o que é bom e não podemos ter.
Foi nesse sonoro expontâneo que se deu a mim.
Fez-me seda no resto dos dias, agora acariciasse em mim ao mesmo tempo que nos despedimos pela necessidade em partir. E por fim ficamos, em reservas de imagens e memórias que não construimos.
São as faltas desta vida que nos pararam um no outro.

Com a maresiaOnde histórias criam vida. Descubra agora