Capítulo Dois - Homicídio

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O detetive Henry Whitehill está tomando seu café e lendo o jornal do dia enquanto a cidade de Hong Kong se prepara para dormir. Geralmente, de todos os crimes que acontecem na cidade, a maioria o homem não se envolve. Os policiais cuidam dos casos mais simples, como roubos e assaltos. Casos mais graves ficam para Henry, que por competência, resolve-os o mais rápido possível. Por essa razão, o mesmo leva um susto quando seu telefone toca estridentemente.

- Detetive Whitehill – atendeu a chamada.

- Detetive, uma viatura está esperando pelo senhor. Definitivamente vai querer este caso.

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Ohio possui uma vista decadente; lojas imundas, pessoas andando com suas bolsas coladas a pele, ouve-se choro de crianças e o barulho constante de buzinas. Não é o lugar dos sonhos para o detetive Whitehill. Após a morte de sua mulher em um acidente de carro, visto que nada mais o prendia aos Estados Unidos, resolveu aceitar a oferta de subir de cargo e morar do outro lado do mundo. É um lugar estressante para morar e trabalhar, mas bem remunerado.

Henry pôde ouvir as sirenes de longe, antes mesmo de chegar à Avenida Chiuan. Aproximando-se da cena, ele analisa o policial que ata uma fita em uma das extremidade da rua.

- Boa noite, Kennedy. Poderia me botar a par do caso? – questionou o detetive enquanto mostrava sua identidade.

- O inspetor Doney está logo ali, detetive. Acredito que ele possa explicar ao senhor – O jovem policial seguiu para outra extremidade, a fim de manter os curiosos longe da cena.

Ao analisar bem a cena, Whitehill soube que gastaria algum tempo solucionando o caso. Dois rapazes são levados aos gritos para a ambulância. Mais adiante, o detetive reconhece os peritos analisando algo sobre o latão de lixo.

Um rapaz loiro jaz de bruços sobre o tampão, porém sua cabeça está virada para cima. Seus olhos – ainda abertos – olham para o céu como se buscassem liberdade.

- O que temos aí, Andy? – perguna Whitehill, aproximando-se.

- É uma boa pergunta, detetive. Aqui, neste estado, é quase impossível saber a causa da morte ou qualquer outra informação que seja importante. Nada de identidade, nada de documentos. Vou levar este bonitão aqui para o furgão e daqui a trinta minutos estarei analisando o corpo no necrotério. É um convite, Henry. – o patologista recolhe suas coisas e segue os peritos que levam o corpo do garoto.

Whitehill não sabe se o rapaz fora a vítima, mas estava disposto a descobrir.

Doney é muito mais baixo que o detetive e pesa trinta quilos a mais. Provavelmente um dos motivos para que o mesmo odiasse Henry.

- Inspetor Doney – cumprimentou o detetive.

- Ora essa, Henry! Aconteceu um assassinato aqui, porque diabos você está com essa cara de paisagem? Seu trabalho não é descobrir a causa? Os marmanjos estão impossibilitados de dar-nos qualquer informação, o policial Kennedy só está esperando por você para poder seguir pra delegacia. – Ele se virou e seguiu em direção aos colegas de profissão. Whitehill fica feliz por não precisar responder, mas em seguida lembra-se de que o caso é seu e que ele deve resolvê-lo o mais rápido possível.  

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- Eu deveria supor que os dois estavam somente passeando em um beco escuro justamente no local de um homicídio? Francamente! – o detetive já cansara de insistir, o rapaz não falava nada com nada. Interrogam o garoto que teve seu braço dilacerado por um pneu. Ele chora aos soluços, provavelmente mais pela dor do que pelo medo de ir para o xadrez.

Quando Whitehill está prestes a desistir da interrogaçao, Kennedy entra no quarto com a ficha dos dois rapazes. Analisando um pouco as folhas, ele já confirmava sua hipótese; antecedentes criminais. Ambos já haviam sido indiciados por roubo e assalto à mão armada.

- Será que, pela milionésima vez, o senhor Chiu poderia me dizer claramente o que aconteceu naquele beco? – Perguntou Whitehill.

- Senhor... Nós não vimos nada. A gente jura que não viu. – o rapaz olha para o companheiro na maca ao lado, em busca de alguma saída. Sem sucesso, continua – O cara loiro atacou a garota e ela começou a gritar feito doida... Eu não...

- Um momento... Então quer dizer que mais alguém presenciou o caso? Uma mulher, é isso? – interrompe o detetive.

- Bem, nós não diríamos mulher, não ainda... - Nervoso, o sujeito olha para todos os lados do quarto - Ela era magra, tinha cabelo preto e curto... A gente não viu muito, a gente tava só passando. Eu juro, senhor.

Whitehill olha de relance para Kennedy, cujo mesmo já anotara as informações adquiridas.

- E o que aconteceu depois? – Houve um breve silencio. Sem resposta, Whitehill continua - Depois de a garota gritar, Chiu! O que aconteceu? – pressionou o detetive.

Ambos hesitam para responder. Henry conclui que nada mais extrairá dos dois, mesmo que eles estivessem escondendo algo, não estavam dispostos a contribuir. Notando o ferimento nos braço do interrogado, o detetive deu a interrogação por encerrado. 

- Vamos dar um espaço para o casal, Kennedy. Peça para que algum policial questione as outras testemunhas. Encontre a garota. Eu preciso fazer uma visita ao necrotério. 

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