Henry encontra-se sentado à frente de sua escrivaninha. São quase 21:30. Espalhados a sua frente, estão todos os documentos e anotações do caso Emily, em seu mural agora encontra-se também a foto do rapaz asiático com um grande ponto de interrogação vermelho rabiscado. Tem de haver uma ligação nisso, pensou ele olhando tudo novamente.
Um assalto mal sucedido que levou a um assassinato incomum e mais duas vítimas visivelmente abaladas e com ferimentos inexplicáveis, uma terceira "vitima" que não viu nada e não se feriu. Após isso, um acidente sem proporções no metrô envolvendo a "vitima" que agora devo considerar como a principal suspeita, de algum modo a senhorita Emily revertera a situação do assalto e possivelmente feriu seus agressores, talvez com a ajuda de um cúmplice, talvez esse japonês misterioso… Os órgãos roubados, muito possivelmente foram surrupiados por contrabandistas no transporte.
E a fuga misteriosa do metrô? Como isso pode ser real? Ele acendeu um cigarro. Ok, se esses dois fugiram da cena do crime, provavelmente algum deles tem culpa no cartório, ou talvez, até mesmo os dois sejam culpados. Pela gravação parece que a menina se encontra apavorada e não entendendo o que está ocorrendo a sua volta, enquanto o outro suspeito se encontra sorrindo e de alguma maneira evitando a "situação", bom, se fosse pra eu apostar, diria que esse rapaz tem algo a ver com o acidente. Mas isso ainda não explica onde a senhorita Emily se encaixa...
Henry fora arrancado de seus pensamentos pelo toque do celular.
- Whitehill.
- Henry, é o Chris.
- Diga, Detetive Nolan, alguma novidade sobre o caso?
- Escuta, como você pediu, eu e meu parceiro fomos investigar Emily para tomar seu depoimento, mas...- Hesitou alguns instantes - As coisas saíram um pouco fora de controle.
- Como assim, Nolan? Desembucha!
- Nós fomos até o apartamento dela e estava vazio, então fomos ao seu trabalho ver se conseguíamos descobrir seu paradeiro. Enquanto tomava o depoimento do atendente do caixa, percebi que o cozinheiro estava nos espreitando. Assim que fui averiguar descobri que ele emprestou seu Mag-Leve para a menina e expedi um mandato de prisão e é ai que as coisas saíram do controle.
- Não me diga que a menina resolveu fugir? - Perguntou já sabendo a resposta que ouviria de Nolan.
- Fugir!? Essa garota fez um estrago inacreditável na cidade alta! Assim que foi parada por uma das patrulhas, ela começou uma fuga irresponsável pelos níveis da cidade conseguindo chegar até o nível 43 onde foi abatida.
- Então, pegaram ela?
- Quase, Henry. Quando o policial que à abordou foi captura-la, a menina se jogou da calçada. - Disse o detetive com a voz nervosa.
- Ela se matou!? - Questionou Henry se engasgando com a fumaça do cigarro.
- Não sabemos dizer... As patrulhas no local não conseguiram encontrar o corpo dela. Mas Henry, você precisa vir até aqui ver o local, quem sabe pode achar alguma pista.
- Certo, Nolan, vou estar aí dentro de uma hora, ok?
- Ok, Henry. Tem mais um detalhe... A irmã da suspeita foi encontrada no local do acidente.
- Morta!?
- Bom... Sim e não.
- Respostas Nolan, respostas... - Disse quase irritado com o papo furado do parceiro de profissão.
- Quando o policial foi verificar a menina ela tinha uma barra de aço transpassando seu peito e estava sem pulso algum, mas como não acertou o coração ele resolveu retira-la e injetar células artificiais, na tentativa de salvar a garotinha.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Transcendente
General FictionTodos os vilões foram bons um dia. Escrito por Brandon Rammon e Ricardo J. J