Capítulo Quarenta e Três: Últimas Lembranças

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Harry respirou fundo ao terminar a primeira carta. A maior parte da sua infância havia sido terrível vivendo com os Dursley. Estava ansioso para saber o que havia dado de errado para que a noiva de seu padrinho não houvesse conseguido sua guarda.

Só de imaginar a vida que poderia ter tido com seus pais lhe doía o peito. Mas imaginar que, mesmo com a morte deles poderia ter uma infância boa, com alguém que poderia lhe amar, que ele contaria sua história, sua mente doía.

Talvez pudesse encontrar ainda a tal Malfoy. Pelo que dizia no diário, ela possuía uma casa na Irlanda. Se contatasse o Ministério para que buscassem por ela, talvez conseguisse a encontrar. Ela com certeza o receberia. Ele poderia ter alguém que ainda fosse de sua família.

Guardou suas expectativas por um momento e prosseguiu para a próxima carta, ansioso para obter respostas.


Querido senhor Potter,

Passei anos preso naquele lugar miserável injustamente. Quando tive oportunidade, não hesitei em fugir. Isso levou quase 12 anos. É muito tempo para alguém ficar trancafiado em uma prisão.

Quando saí comecei a vigiar Harry na casa da família trouxa com quem ele morava. Aparentemente Dumbledore não havia permitido que Frida ficasse com a guarda dele. Provavelmente por mim culpa.

Eu deveria ter ido atrás dele assim que saí. Mas tinha quase certeza que, se eu fosse atrás dela, assim que olhasse nos olhos esverdeados dela, desistiria de qualquer plano que eu tinha de encontrar Rabicho e fazê-lo pagar pelo que fez a mim e a vocês.

Não só isso. Estava com medo de ela acreditar que eu havia feito tudo aquilo. Assassinado aquelas pessoas e o próprio Pettigrew. Quem sabe até que eu houvesse entregado você e Lily. Eu não iria suportar o julgamento dela. Precisava provar minha inocência primeiro.

Acabei em Hogwarts enquanto seguia Harry. Remus estava lá. Após uma confusão onde Harry achou que eu havia entregado vocês para o Lord das Trevas, Remus, por incrível que pareça, intercedeu por mim. Ele havia visto Rabicho em Hogwarts com o mapa do maroto. Sabia que eu não estava mentindo.

Quando eu vi aquela criatura asquerosa que um dia eu chamei de amigo eu quis matá-lo com minhas próprias mãos. Infelizmente o desgraçado fugiu e eu não consegui me vingar por vocês.

Harry me ajudou a fugir de Hogwarts. Aquilo acendeu uma chama de esperança no meu coração. Após me salvar de um beijo de dementador, fugi de Hogwarts e fui parar na minha antiga casa no Largo Grimmauld. Walburga havia falecido quatro anos após eu ser preso. Infelizmente havia um maldito quadro dela naquela casa que eu não conseguia arrancar.

Quando chegou o verão Remus apareceu para me ver. Contou sobre Harry e que agora estava tudo bem com o garoto. Fiquei feliz com isso.

Remus acreditava na minha inocência após testemunhar com os próprios olhos Rabicho estando vivo. O Mapa do Maroto nunca mente, você melhor que ninguém sabe disso, meu amigo.

Pedi para que ele intercedesse por mim quando eu fosse atrás de Frida. Perguntei onde ela estava e como fazia para encontrá-la. Estava planejando que ele fosse até ela e contasse sobre o que descobriu. A essas horas Frey já saberia que eu escapei de Azkaban, afinal, estava em todos os jornais.

A resposta de Remus não foi muito boa. No princípio achei que estivesse tentando esconder ou proteger Frida de mim. E ele nunca teve esse direito. Ela era minha garota, afinal.

Dear Mr. PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora