Capítulo 17

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MARATONA- Cap. 5/6

No gabinete do delegado, estavam agora vários homens. Um deles parecia mais importante do que os outros. E era:
Quando me viu entrar, adiantou-se:

   - O senhor é o Cole?

   - Sim.

   - Ainda bem que cheguei a tempo. Sou o Diretor de Relações Públicas do banco e vim aqui para esclarecer uma terrível confusão que foi armada.

Eu senti que chegara a minha vez. Afinal, alguma coisa de bom começava a surgir.

   - Demos pelo desfalque na manhã de hoje - continuou ele. - Avisamos a polícia. Foi fácil prender o Belmiro, que ainda estava na rodoviária, esperando o ônibus para Goiás. Na mala, havia parte do dinheiro roubado. A outra parte, segundo nos confessou, havia ficado com o sócio dele. Deu o seu nome. Disse que vocês haviam escondido o dinheiro no colchão. Ele dava o fora, ia começar a vida em Goiás com o dinheiro roubado. Você preferira continuar em São Paulo e por isso guardara o dinheiro no colchão. Bem, a palavra dele, até prova em contrário, valia tanto quanto a sua.

   - Eu pedi que me fizessem uma acareação com ele - esclareci. - Mas o Doutor Jorge Reinhart, aqui presente, disse que só poderia realizar esta medida preliminar daqui a dias...

Eu acentuara propositadamente a palavra doutor. Notei que Jorge ficara vermelho.

   - Não será preciso acareação nenhuma. Conseguimos uma prova melhor.

E dizendo isto, o diretor fez sinal para um policial que guardava uma das portas de acesso do gabinete. Por ela, entrou uma moça magrinha, com uniforme de bancária.

   - Esta é Sulema - continuou ele. - É caixa em nosso banco e teve um namoro com Belmiro. Ontem... bem, é melhor que ela mesma conte tudo o que sabe.

E a moça contou. Belmiro gostava dela e insistira pelo namoro. No início, aceitara a companhia dele, mas logo notou que o rapaz não era exatamente o que ela pretendia. Deu-lhe o fora. Belmiro entrou em depressão. Prometeu-lhe mundos e fundos. Disse que um dia seria rico e que poderiam viver muito bem, como fazendeiros em Goiás. Ela cometeu a imprudência de zombar dele, " você nunca será nada na vida " - dissera ela.
Belmiro passou a evitá-la. Vivia pelos cantos, não falava com ninguém. Na véspera do roubo, repentinamente a abordara:

   - Você disse que eu nunca seria nada na vida. Pois está enganada. Vou ficar rico agorinha mesmo, tenho um plano genial!

   - Que plano? - perguntara ela.

   - Vou levar um dinheirão aqui do banco e fujo para Goiás.

Sulema pensara numa brincadeira. Evidente que Belmiro não faria aquilo. Mas naquela manhã, estava indo para o banco quando encontrou o rapaz no ponto de ônibus que ela tomava todos os dias para ir ao trabalho. Trazia na mão uma mala nova.

   - Belmiro, você por aqui?

   - Vim me despedir. Olha, aqui dentro da mala tenho uma fortuna. Dei um desfalque no banco e agora vou para Goiás. Lá eu conheço todas as tocas, vou me esconder num lugar onde ninguém me encontrará. Em breve a polícia me esquecerá e aí aproveitarei o dinheiro. Virei buscar você, para nos casarmos.

   - Mas Belmiro, isso é uma loucura! Eu não amo você mas, sinceramente, acho que está fazendo besteira, não gostaria que nada de mal lhe acontecesse. E a polícia vai pegar facilmente um ladrão tão boboca...

   - Boboca, não! Parte do dinheiro que roubei eu escondi no colchão de um colega de pensão. Ele chegou muito tarde ontem à noite. É estudante de Engenharia. A polícia vai achar o dinheiro com ele e pensará que demos o golpe juntos. Enquanto perder tempo com ele, eu fujo e me escondo pra valer.

A moça contou a sua história. Todos me olhavam agora, com certa pena. Eu estava em frangalhos. E o que não tinha feito ainda, acabei fazendo: levei as mãos ao rosto e comecei a chorar.

* Pessoas, esse é o penúltimo capítulo e eu não sei se vou escrever mais histórias. Comentem aí se vocês querem mais alguma história ou não 🤭.
* Espero que gostem❤️.
* Se gostarem favoritem e comentem ❤️.
               
  *Bjs bjs ❤️

~❤️𝑈𝑚𝑎 𝐻𝑖𝑠𝑡𝑜𝑟𝑖𝑎 𝐷𝑒 𝐴𝑚𝑜𝑟❤️~ Adaptação Sprousehart ❤️ Onde histórias criam vida. Descubra agora