Adrian DelMondes teve uma grande perda no passado e culpa Vivian Araújo por essa dor. E há seis anos planeja uma vingança, que segundo ele trará paz ao seu coração atormentado. O que Adrian não contava é que essa vingança seria a causa de mais dor a...
"Toda ação, há sempre uma reação..." ( Isaac Newton)
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Fico parado observando-a virar a esquina sem acreditar que levei um fora, algo que não estava acostumado receber. Sempre tive tino com as mulheres e todas as vezes que eu queria alguma, eu dava um jeito de conseguir, seja vencendo pela insistência ou colocando dinheiro no meio. Sei que muitas mulheres e homens são movidos pela ganância, e eu sabia o ponto fraco das pessoas.
Vivian Araújo era o meu alvo há tanto tempo, que encontrar com ela frente a frente não foi nem um pouco surpreendente. Não foi como achei que seria, que eu a olharia com todo o ódio que trago dentro de mim, foi normal e até mesmo natural, como se realmente a conhecesse. Passei seis anos da minha vida investigando tudo o que precisava saber sobre ela. Aonde ia, o que fazia, com que saia, Vivian tinha cada passo seguido por mim. Gastei uma pequena fortuna para que ela fosse devidamente vigiada, mas o dinheiro nunca foi problema e esse em especial, foi muito bem aplicado.
Sei que ela é bem tratada pelos pais, amada e muito mimada por todos a sua volta. Trabalha na construtora que é minha, na qual dei um jeito de ela entrar como estagiária e posteriormente ser efetivada. Faz faculdade a noite, chega em casa quase uma da manhã de segunda a sexta feira, quase não se diverte, tem poucos amigos, não namora com ninguém no momento e de vez em quando sai com sua melhor amiga para alguma Balada, que geralmente é a mesma. Esse foi meu plano desde o início - saber até os mínimos detalhes sobre ela.
Eu tracei um plano, estudei-o cuidadosamente e hoje estava colocando em prática a primeira etapa; me aproximar dela como quem não quer nada, conquistar sua confiança e por último, fazê-la ficar perdidamente apaixonada por mim, só assim minha vingança poderá chegar até as últimas consequências. Hoje não saiu bem como eu esperava, mas quando entro em uma guerra, nunca é pra perder.
Vivian Araújo ainda iria ouvir falar sobre mim. Passo a mão pelos meus cabelos e caminho até onde meu carro estava estacionado. Mesmo estando com um humor péssimo, eu precisava voltar para o escritório, que é onde administro minha função dentro do grupo DelMondes. Sou responsável pelos frigoríficos, Antônio, meu irmão caçula é responsável pelas fazendas, e meu pai fica à frente de tudo, ou seja, ele é o que dita as ordens. E ficará somente mais três anos à frente da presidência e depois se aposentará, passando a responsabilidade de tudo para nossas mãos, minha e do meu irmão.
Chego à empresa e passo pela recepção com a cabeça fervilhando, uma mistura de raiva e frustração, aceno com a cabeça ao responder os cumprimentos dos funcionários. Entro em minha sala e aviso para a minha secretária não passar nenhuma ligação, ando de um lado para o outro, muito puto com esse primeiro encontro. Olho através do vidro para poder ganhar novamente algum auto controle, observo as pessoas andarem com pressas, como se a suas vidas dependessem dessas passadas largas. Nesse momento eu sinto que de alguma forma eu falhei no primeiro encontro. Tinha planejado tanto, para no fim tudo sair do controle.
— Droga!
Volto para a minha mesa e bato a mão, fazendo vários papéis voarem pelo chão, pego a cadeira e a jogo com força contra a parede. Precisava extravasar minha raiva, ou eu ficaria louco. Só vejo um jeito para me acalmar.
