Capítulo Seis

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"Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar." ( Clarice Lispector)

" ( Clarice Lispector)

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Levanto da cadeira com uma dor tão lancinante que sinto o vômito vindo até minha bile. Chego ao banheiro apalpando as paredes, por causa da visão turva causada pela dor. Emborco no vaso sanitário jogando para fora tudo o que tinha no meu estômago. Alguns minutos depois, meu estômago se acalmou, mas minha cabeça ainda continuava doendo. Meu maior medo era a convulsão voltar, que os remédios que eu tomo diariamente parassem de fazer efeito de vez. Tinha dias que a gente nem deveria sair da cama e esse particularmente era um deles. Meu corpo estava tão cansado. Essa maldita dor de cabeça não poderia aparece depois?

— Vivian, você está bem?

Paraliso ao escutar um toque de leve na madeira da porta, e a voz do Adrian vindo do lado de fora.

— Eu... Sim, já estou saindo. — Gaguejo limpando a lágrima que caia pela minha face.

Me ajeito como posso, lavo a boca e saio do banheiro colocando uma expressão neutra no rosto, encontro Adrian encostado com o ombro na parede. Assim que ele me viu e fixou seus olhos em mim, eu senti um alento para o vazio em que essa doença estava me puxando e ao mesmo tempo eu senti medo de prosseguir em frente, medo do que o amanhã poderia me trazer.

— Desculpa, deu um mau jeito no meu pescoço quando fui virar de repente.

Essa foi à única desculpa que consegui pensar no momento.

—Vamos embora, você está muito abatida. Se não estava bem, era só ter me falado que a gente marcava outro dia para sair. – Seu tom soa com censura e eu fico com vergonha por estar levando uma bronca.

— Já disse que estou bem, Adrian. Foi apenas um mal estar passageiro, nosso lanche deve estar pronto...

— Podemos deixar esse lanche para outro dia. Vem, vou te levar pra casa.

Não tive forças para argumentar com ele, estava tão fragilizada que queria somente o colo da minha mãe nesse momento. Adrian segurou minha mão na sua e me levou até a mesa em que estávamos.

— Já volto.

Ele saiu e retorna algum tempo depois de mão vazias.

— Podemos ir?

— Ainda acho que podemos comer nosso lanche. — Argumento para logo morder o lábio inferior com o olhar que ele me lançou. Um olhar de pura reprovação.

— Para começo de conversa, você nem deveria ter saído de casa estando indisposta.

Não retruquei e o acompanhei para fora da lanchonete, deixando a brisa fresca bater na minha face. Lado a lado, começamos a andar de passos lentos, cada um perdido em seus pensamentos, até ele falar primeiro quebrando o silêncio.

Vingança Nada SaborosaOnde histórias criam vida. Descubra agora