"Se a gente pensar que já viveu tudo o que tinha pra viver, que não há mais surpresas nem vertigens pela frente, que graça terá acordar amanhã de manhã?" (Martha Medeiros)
Meu Deus! eu preciso para de me iludir. Preciso colocar os pés no chão e encarar minha realidade com seriedade, tinha que parar de querer tapar o sol com a peneira. Fico no banheiro por algum tempo, em vários momentos nessa noite eu me questionei se estava sendo infantil demais. Que meu ciúme era infundado e sem lógica, mas era algo mais forte que eu, e não conseguia controlar. Peguei outro remédio na bolsa e tomei dois de uma vez, espero mais algum tempo e saio do banheiro mesmo com dor, procuro Adrian no meio do povo e o encontro conversando com a Lilian, percebi que ele estava relaxado com ela, e que eu quem estava sobrando ali. Adrian sumiu e me deixou sozinha por muito tempo. Se antes estava com dúvida sobre nós dois, hoje ela acabou.
Eu sabia que não deveria ter começado esse namoro. Que uma mulher como eu não pode ser feliz, que os poucos meses que passei com ele foi lindo, porém só ilusão da minha parte. Agora iria sofrer demais com esse rompimento, decido ir embora e sigo para a cozinha e de lá para a rua. Agradeço que não topei com ninguém conhecido, chamo um carro pelo aplicativo e espero. Olhei e ele estava a dois minutos de distância, quando ele encostou e eu estava preste a entrar meu braço é segurado. Viro já sabendo quem era.
— Me solta, Adrian. — Peço entredentes.
Ele não me obedece, pega a carteira com uma mão e tira uma nota e entrega para o motorista que nos olha sem entender nada.
— Está tudo bem, moça? Quer ajuda?
Olhei para ele e depois para o Adrian, sabia que se falasse que não, eu poderia estar causando uma confusão maior.
— Ele é meu namorado. Está sim, obrigada.
Vejo o motorista sair e cruzo os braços, irritada e desorientada ao mesmo tempo.
— Por que fez isso? — Exijo uma explicação.
— Porque você não pode ir embora assim. Quando duas pessoas adultas têm algum problema, elas conversam para resolver, Vivian. Fugir só adiaria o dilema. — Sua voz parecia calma, mas eu sabia que ele também estava com raiva.
— Quando uma pessoa namora outra, ela a respeita e você não fez isso. — Joguei minha frustração em sua cara.
— E quando foi que não te respeitei? — Seguindo meu instinto eu dei um passo para trás.
— Eu não posso mais, Adrian. — Falei sentindo meus olhos se encherem de lagrimas.
Seus olhos fixaram em mim, ele me olhava de um jeito que estava tentando achar as palavras certas para falar comigo.
— O que não pode mais, Vivian?
Virei meu rosto de lado e discretamente limpei meu rosto.
— Fala, Vivian? — Sua voz ainda estava inalterada.
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Vingança Nada Saborosa
RomanceAdrian DelMondes teve uma grande perda no passado e culpa Vivian Araújo por essa dor. E há seis anos planeja uma vingança, que segundo ele trará paz ao seu coração atormentado. O que Adrian não contava é que essa vingança seria a causa de mais dor a...