Adorável Chefe.

Capítulo 1

Um prédio comercial em Campinas abrigava uma das marcas de perfumes e hidratentes mais conhecida no sudeste do país. Os Perfumes Uckermann eram os preferidos de muitos.

Esse era o primeiro ano em que um dos  filhos de Victor Uckermann assumia a presidência, por meio de votação. Há mais de trinta anos no mercado, Christopher tem um grande peso nas costas.

E já tem sua primeira tarefa, uma negociação com empresários franceses. Iriam trazer matéria-prima nova e poderia ser um grande passo para agradar os acionistas.

Estava tudo certo, partiriam no sábado de manhã e até inicio da noite estariam em Paris. Junto de Christopher seu amigo e o braço direito na empresa ira para ajudar a ter uma boa apresentação.

Christopher estava em sua sala, organizando alguns papéis em cima da mesa e olhando o computador quando seu celular começou a tocar.

- Fala irmão! - Atendeu ao segundo toque, era Christian.

- Ucker, você não vai acreditar! - A voz de Christian estava grave, parecia estar chorando.

- O que foi? - Christopher endireitou-se na cadeira, preocupado com o amigo.

- O meu filho vai nascer, a Cristal vai vir ao mundo. Agora, eu to no hospital, e eu não sei se tenho coragem de entrar na sala!

- Ela não estava prevista para o final de mês?

- Pois é, ela é apressadinha igual a mãe.

- Eu estou indo para ai!

Desligou a chamada, pegou seu paletó e caminhou em direção a porta. Christopher era um homem de um metro e setenta, cabelos escuros, pele bronzeada e corpo musculoso. Tinha uma rotina de alimentação e exercícios. Andava sempre com ternos caros, cabelos bem penteados e tinha um sorriso generoso.

Quando saiu da sala, encontrou na mesa da frente Dulce Maria, sua assistente. Dulce era assesistente de seu pai até o ano passado, e ele pediu que continuasse com Dulce. Ela era prestativa, simpática e uma boa funcionária.

- Dulce, você pode cancelar meus compromissos hoje a tarde? O bebe de Christian vai nascer. - Esclareceu, já indo pedir o elevador.

- Claro senhor Christopher, se puder diga ao Christian que desejo uma boa hora as duas.

- Eu direi. - Entrou no elevador sem olhar para trás.

Christian era amigo de longa data de Christopher, os dois se conheceram na faculdade e acabaram indo trabalhar juntos na mesma função. Com o novo cargo de Christopher, Chris se tornou seu braço direito e conselheiro em várias decisões.

O trânsito estava movimentado apesar de não ser horário de pico, não demorou muito para Christopher chegar ao hospital.

Na recepção estavam os pais de Christian e Maite, sua esposa.

- E então? - Perguntou.

- Christian acabou de entrar, em pouco tempo Cristal estará em nosso mundo. - Disse o pai de Christian, com os olhos brilhando.

Ficaram na recepção esperando notícias, e logo outras pessoas chegaram. A irmã mais nova de Maite, a avó de Christian, Julie amiga de May e Poncho outro grande amigo de Christian e Christopher.

- Estou ansioso cara, fala serio é o primeiro bebe do nosso grupo. - Disse Poncho emocionado.

- Você tem razão, tínhamos que comprar algo para dar a May.

- Verdade, vou pedir para Annie trazer flores.

Alfonso namorava Anahí, a irmã mais nova de Christopher. Os dois já sentiam uma química a algum tempo, mas apenas no último ano decidiram ir em frente com o que sentiam.

No começo Christopher não gostou muito, era sua irmã e ele conhecia muito bem o amigo. Mas com o tempo se acostumou, e hoje da o maior incentivo para os dois.

Uma hora e meia depois Christian saiu pelas portas que davam para o corredor principal, ainda usava roupas cirúrgicas, seus olhos estavam marejados e ele suava.

- Nasceu!!! - Gritou para todos, em seguida sendo abraçado por todos ali presente.

- Parabéns irmão! - Christopher o abraçou forte.

- Ela é linda, branquinha com o cabelo ralinho. E o chorinho, ah cara, foi o som mais lindo que eu já ouvi.

Alfonso também foi abraça-lo, feliz pelo amigo. Todos estavam contagiantes com a ideia de um bebe entre eles. E por alguns instantes Christopher pensou em como seria ter um bebê.

Em poucos meses estaria completando 30 anos, e sabia que já era hora de sossegar. Ele via os amigos se casando, tendo filhos, firmando relacionamentos.

Christopher nunca encontrou alguém como Christian e Poncho haviam encontrado.

Um longo tempo depois foi permitido que alguns familiares entrassem para ver o bebê e Maite. Porém tinham que ser rápido, a mãe estava cansada e precisavam dormir.

Primeiro foram os pais e a irmã de May, depois os pais e a avó de Christian.  E por fim foram Christopher, Poncho e Annie que havia chegado a pouco tempo.

- Parabéns Mayzinha! - Annie foi a primeira a entrar, entregando um buquê pequeno e a abraçando.

- Obrigada Annie, são lindas!

Depois foi a vez de Poncho a abraçar e parabenizar e por fim Christopher.

- Parabéns mamãe, que menininha linda!

- Obrigada Ucker, essa apressadinha deu um susto na mamãe.

- Olha como ela é linda. - Annie puxou Christopher pelo braço o levando para o bercinho ao lado da cama de Maite.

A garotinha era linda, usava um macacão rosinha enrrolada em uma colcha também rosa clarinha. Era gordinha, as mãozinhas estavam fechadas e o cabelo bem ralinho estava todo bagunçado.

- Ela é muito linda! - Por um longo tempo todos ficaram apenas em silêncio admirando o pequeno bebê ali.

Como não poderiam ficar muito tempo, logo saíram do quarto. Era quase fim de tarde, não valia a pena voltar para a empresa. Sua irmã e Poncho foram para casa, e Christipher fez o mesmo.

Morava em um apartamento sozinho e uma área nobre da cidade. A funcionária de seus pais vinha todas as quartas e sextas arrumar a casa, e no restante dos dias Christipher se virava. Sempre gostou de cozinhar, e gostava também de ficar sozinho.

Porém o dia de hoja havia mexido com suas emoções. Ficou pensando em como Christian deveria estar se sentindo, vendo aquela coisinha tão pequena e que precisava de tanto cuidado e amor por parte dele. Se ele mesmo sendo o tio, estando distante de toda o envolvimento que é a gravidez, já estava emocionado, imagine só os pais.

Sentia vontade de sentir todas essaa emoções, de encontrar um pessoa com quem pudesse ter planos de casamento e filhos. Mas por enquanto estava um pouco longe disso.