Capítulo 14

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UM MINUTO PODE PARECER TÃO INSIGNIFICANTE, no entanto, tem a capacidade de estragar muitas coisas. Em poucos segundos, um bala atinge o peito e a pessoa morre, ou uma sentença infeliz influência o desequilíbrio de uma vida. Christian era punido por suas atitudes impensadas, por ter sido impulsivo, quando o momento exigia controle e sabedoria. Foi criado para ser justo, empático, consciente...

Nenhuma das coisas que aprendeu ou que exercia com fluidez, funcionava. Cometia erros regulares, em especial com Lia. Queria tanto uma segunda chance, entretanto, conseguia piorar a situação sempre que estava por perto. Ela o acusou de destruí-la, de fazê-la ir até o fundo do poço. Isso soou como uma maldita injúria no instante que lhe fora dito, porém, agora notava que não era de todo uma mentira.

Dormindo profundamente em seus braços, ele inconscientemente pousou a mão sobre seu ventre, de maneira protetora. Não estava sendo o homem que seria capaz de dar a vida para mantê-los seguros. Agia pior que Logan, que em sua opinião costumava ser o contrário de um exemplo.

Assistiu enquanto ela se desmanchava, deixando que a angústia e tristeza transbordasse e levasse o restante do brilho que existia em seus olhos. Ela nunca foi uma mulher que chorava com frequência, apenas quando era muito difícil de suportar. Presenciou a insanidade atormentá-l enquanto mostrava relatórios, que deve ter levado horas para preparar, ou quando discursava sobre a importância de economizar. Lia não se desesperava, ela ,simplesmente, lutava.

Não reconheceu a mulher em sua frente, a expressão tão cansada que chegava a ser angustiante. Ele era responsável pelo o que estava acontecendo. Antes de aparecer e bagunçar a vida de Lia, era centrada e mantinha o controle firme, manipulando suas emoções e a mantendo em ordem. Todavia, ele foi egoísta, entrando na vida dela e deixando tudo de pernas para o ar.

Seu sono é tranquilo, ele ,por outro lado, não conseguia pregar os olhos. Ainda calçava os sapatos. Tudo que teve tempo de fazer, foi carregá-la, completamente esgotada, até sua cama. Tentou sair, mas ela o segurava tão forte, que não pode deixá-la sozinha. Sabia que tinha de se desvencilhar e ir embora, contudo, tinha medo de acordá-la. Já amanhecia quando ele, finalmente, solta de seu abraço, com uma última olhadela para sua paz enquanto dormia, Christian deixa o apartamento. Tinha que começar a resolver o que estragou. E começaria com Garrett.

Teve de pegar a pasta com as informações do antigo instrutor, para descobrir o endereço. Chegando em sua casa, ele foi recebido por sua esposa. Ela o deixa entrar e conta que o divórcio tinha saído há dois dias, depois disso, não tinha visto mais o ex-marido. Tem um palpite que ele possa estar na casa de sua mãe, e é o segundo lugar que Christian visita.

— Ele está com algum problema? — questiona a mãe de Garrett, quando ele se apresenta como detetive.

— Não, nada disso — ele respira, tentando pensar em algo para convencê-la — Certo, não tenho nenhuma desculpa em mente, então direi a verdade — e com isso, conta para a senhora o que estava acontecendo.

— Ele está morando em Englewood, 764 w 58th st — ela conta — Eu direi algumas verdades para ele, e aí você já terá o terreno preparado quando for enfrentar aquele brutamonte — sra. Taylor era sua heroína naquele momento.

— Obrigado.

Segue para o endereço que ficava próximo ao centro esportivo, PJP, em South Side. Costumava ser um bairro violento, no entanto, o custo dos aluguéis eram mais baixos, não podia afirmar que um instrutor ganhasse bem para custear outro imóvel. O prédio sem estrutura alguma, tinha três andares no máximo, o elevador de serviço estava quebrado, então ele sobe os lances de escadas até o terceiro andar. Localiza sem dificuldade o lar de Garrett, bate a porta duas vezes e aguarda.

Tempestade [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora