Capítulo 9

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LIA OLHA PERPLEXA PARA O PORTÃO DE FERRO, ainda levantado depois de Christian passar voando por ele, como diabo foge da cruz, ele fugiu dela. Não conseguia sentir mágoa naquele momento, já que a fúria que corria no sangue Snow toma conta dela e ela soca o saco de pancada até que seu equilíbrio voltasse em cena.

Decide que não sairá dali, irá esperar até que o cretino do Christian voltasse e eles finalmente tivessem a conversa que precisavam ter. Não era do seu feitio postergar decisões que considerava importante. Era uma criança que estava em jogo, óbvio que era primordial que os pais encontrassem alguma sintonia para pelo menos criar o bebê, devidamente.

Ela senta no sofá da sala, liga a televisão e tenta se distrair com os programas que estavam passando. Desiste depois de zapear pelos canais e não encontrar nada interessante. Olhando ao redor, observa os livros e lê os títulos. Christian tinha predileção por tramas de suspense, ficção científica e mistério. Deitando no sofá, se deixa levar por um livro de Robert Galbraith, O chamado de cuco. A história sobre a morte de uma modelo que foi dada como suicida, contudo, o irmão adotivo não aceita a conclusão do inquérito e contrata um detetive particular.

Lê em voz alta para o bebê ouvir, leu na internet que era recomendado, mas depois pensa melhor e resolve não contar sobre morte e assassinato para seu pequeno. Talvez em outra ocasião com O Pequeno Príncipe, por exemplo. Mesmo que a história a embala, o cheiro do shampoo de Christian na almofada a distrai e ela abandona o livro, enterrando o nariz ali, sorvendo o perfume que sentiu tanta falta.

Lily diria que isso é coisa de pessoa apaixonada, mas nunca engravidou, então não podia julgá-la por se sentia como um cão farejador. Seu olfato se tornou apurado e qualquer coisa chamava sua atenção. Cheirosa como aquela almofada ou não. E os enjoos matinais? Parecia que não sobreviveria àquela tortura. O apetite feroz, esses dias, devorou uma pizza inteira, sozinha e ainda era de massa grossa. A sensibilidade dos seios e o desejo sexual insano.

Há dez dias ela vinha tendo sonhos eróticos e só havia descoberto a gravidez há cinco dias. O objeto de sua líbido aprimorado era Christian. Hoje, quando chegou e o viu quase não pode se conter. Era como quando se vê o ídolo favorita e essas coisas. Lia tinha de pesquisar como acabar com tais pensamentos, não podia meter sexo na relação deles dessa vez. Intimidade tinha o poder de estragar tudo. E outra, ele tinha sido pago para fazer o que tinha feito com ela antes.

Embora tudo parecesse verdadeiro, Lia se deixou enganar por aquilo que queria sentir. Não podia ter os mesmos desejos e se entregar a Christian novamente. No entanto, evitaria aquele assunto com todo esforço que possuía, não deixaria que ele fosse o bastardo egoísta com seus sentimentos de novo. E para piorar ainda achava que tinha o direito de se sentir ferido. Não passou por metade do que ela experimentou nas últimas duas semana, sentindo-se péssima pelo fato do pai achar que necessitava pagar alguém para que houvesse interesse por sua pessoa.

O remorso de ter sido tão tola, o coração partido. Lia nunca permitiu que alguém entrasse, tampouco se expôs à experimentar o que tinha tido com Christian, todavia, havia aprendido sua lição. O seu bebê seria o melhor que tirou de tudo isso, não importa quão machucada tivesse saído daquele caso.


DESPERTA SENTINDO CONFUSA. Leva mais do que o tempo necessário para se lembrar do que havia acontecido nas últimas horas. Talvez fosse do culpa do sono acumulado, o fato de não conseguir pregar os olhos direto por várias noites consecutivas. E finalmente, sentir o doce sabor de descansar plenamente. Ela havia dormido no sofá da casa de Christian, no entanto, agora estava em sua cama.

Um sorriso se abre em seus lábios quando sente o perfume dele a envolver. Era pacífico não pensar em nada e apenas se deixar levar pelo quão bem estava se sentindo. Aquela paz não demorou muito a ir embora. Seu estômago embrulha e ela levanta, caminhando tropegamente até o banheiro. Se debruça sobre o vaso sanitário e o corpo expele tudo o que restava de energia em Lia.

Tempestade [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora