Capítulo 17

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~ Mais cedo, naquele dia~

— QUEM ERA? — indaga Christian.

— Mia, esqueci que havia marcado um dia de garotas — conta, franzindo o cenho — Eu acho que ela ficou chateada, desligou na minha cara — completa, pesarosa.

— Não se preocupe, ela não fica chateada com coisas tão insignificantes — a tranquiliza — E como íamos adivinhar que iam adiantar a consulta?

— Certo, eu compenso ela depois — promete.

Desde a noite passada, Christian não conseguia parar de pensar no que aconteceu dentro do seu carro. Em como ela perdeu a batalha e se entregou para ele. Bastava se concentrar um pouco que ainda podia ouvir os gemidos graves, as bochechas rosadas, lábios inchados pelos beijos selvagens que trocaram e o grito surdo que ela ecoa sempre que goza. Uma visão um tanto que memorável.

Ficou aninhada em seu colo até se recuperar no clímax, então, só aí se lembrou que estavam em frente a sua casa e saiu abruptamente de cima dele. Ela ficou tão constrangida, que se despediu rapidamente, saltando do carro e caminhando mais depressa que podia para dentro do prédio. Ele sorriu feito bobo o restante da noite, ainda parecia imaginação, entretanto, nenhum dos dois tocou no assunto essa tarde, quando ligaram avisando que teriam um horário mais cedo para a consulta.

Aproveitaram a oportunidade, tinha tanto o que perguntar a Dra. Renée Madison, estava curioso em ouvir o coração do bebê e poder compartilhar daquele momento com Lia. Ainda que fosse tardiamente, precisava dessa experiência, para tudo se tornar mais crível.

Estaciona em frente ao consultório e desce rapidamente do carro, para não perder a chance de abrir a porta para Lia. Então, caminham lado a lado para dentro da clínica. Lá dentro era tudo esbranquiçado como esperava. Nota na sala de espera, todas as mulheres grávidas acompanhadas por alguém e isso o pega de jeito. Não conseguia nem imaginar como Lia se sentiu solitária aqui das outras vezes.

— Ela vai fazer a ultrassom? — questiona, achando o silêncio desconfortável.

— Sim, nos primeiros meses, ultrassonografia sempre que possível — responde enquanto digita uma mensagem no celular.

— O gel que eles passam é muito frio? — continua, desejando manter o assunto, ela ri e deixa o aparelho de lado, o encara.

— Não, ele ajuda, já que é uma intravaginal e ela tem de inserir um transdutor no meu canal — conta.

— O quê? — pergunta mais alto do que o necessário, Lia revira os olhos.

— É uma sonda, ela a protege com um preservativo lubrificado com gel e me penetra — esclarece, impaciente.

— Ai Deus! — ele respira fundo, engolindo a saliva — Acho que não estou me sentindo muito bem — comenta, sentindo-se, de repente, tonto. Ela apenas ri, achando graça do sofrimento dele.

— Srta. Snow? — uma enfermeira a chama e eles a seguem até a sala da doutora.

— Boa tarde, Lia — cumprimenta a mulher, sentada atrás da cadeira, preenchendo alguns papéis.

— Boa tarde, Dra. Renée — responde — Esse é Christian, o pai do bebê — esclarece desconfortável, notando o olhar questionador da médica.

— É um prazer, conhecê-lo — educada, estende a mão e ele a segura em um cumprimento.

Renée pede uma nova coleta de sangue, para verificar se a anemia de Lia está controlada e ele a encara irritado, não sabia que ela estava anêmica. Depois teriam uma conversa sobre isso. Relata como está se sentindo nos últimos dias e a médica acha tudo normal. Em seguida, Lia vai para a sala de atendimento, se preparar para a ultrassom, deixando Christian e Dra. Madison sozinhos.

Tempestade [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora