3. A paixão de Sum

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Summer foi todo o caminho em completo silêncio. Pensei que tivesse dormindo quando parei a caminhonete. Mas, a loirinha desceu rápido sem falar comigo, entrou na casa batendo a porta. Uma atitude infantil e incomum.

Caminho devagar e respiro fundo antes de abrir a porta. A casa está escura, encontro a pequena no meu quarto, em pé, olhando para a janela. Acho que ela está estranha, não por ter bebido, tem alguma outra coisa a incomodando.

_Vai me emprestar uma camisa sua? - ela pergunta e não parece estar mais tão bêbada quando antes, um pouco amarga.

Não digo nada, vou até a porta, entro no armário e pego um das minhas camisas. Summer pega da minha mão num puxão e entra na porta do banheiro sem dizer nada. Qual o seu problema loirinha? - Quando volta está de banho tomado e vestindo minha camisa que mais parece um vestido no pequeno corpo.

A cor escura do tecido que a cobre destaca a pele clara dela. Summer é bonita e vê-la vestida com uma peça minha me aqueceu o peito de uma forma estranha que me fez sorrir. Não quero pensar que sentimento é esse, termino de arrumar o chão onde pretendo dormir.

Ela percebe o que estava fazendo e se deita na cama antes que eu deite no chão ao seu lado. Escovo meus dentes, tiro minha roupa tomo banho e me deito vestindo apenas uma box. O sono não chega por isso me reviro várias vezes.

_Tyler... - ela diz baixinho depois de virar diversas vezes como eu. - Tyler? Você já dormiu?

_Já e você deveria dormir também. - resmungo fingindo um sono que não sinto.

Summer sorri, eu não vejo seu sorriso, só ouço e imagino. Minha mente cria seu lindo sorriso.

_Deita aqui.

Péssima ideia princesa!

_Não acho que vai ser legal pequena. - respondo com sinceridade.

_Ty... Você está com medo de mim? - a loirinha provoca enquanto sorri.

Estou com mais medo de mim...

_Nunca, com esse tamanho você não ameaça ninguém. - devolvo sua provocação e minha voz denuncia meu sorriso.

_Então vem. É melhor comigo do que nesse chão frio... Você pode ficar doente. Por favor, vem. - Eu faria qualquer coisa que ela quisesse, pedindo desse jeito é impossível negar. Mesmo tendo certeza que foi uma péssimo ideia.

_Como vou dizer não a você Sum? - me ergo e me deito ao seu lado levando uma das cobertas comigo.

Summer me abraça se gruda em mim de um jeito gostoso. Eu nunca gostei desse tipo de contato físico, se trazia uma garota para o meu quarto era para transar e só. Nada de dormir juntinho, nada de abraços após o ato sexual.

Com Sum é diferente, é novo e tê-la aqui me faz sentir medo e outro sentimento que me enche o peito.

"Território proibido, território proibido, PROIBIDO!" - minha mente grita, me finjo de surto enquanto sinto um carinho leve correr minha barriga e o tórax quase chegando a minha garganta.

O correr dos pequenos dedos pálidos, eles sobem e descem lentos. É bom, muito bom. Summer se ergue, seus olhos encontram os meus, ela beija, um beijo leve, simples. Seus lábios estão frios. Então de novo e mais uma vez.

Algo cria vida em mim. Se ela é território proibido ou não, seja o que for, me sinto corajoso o suficiente para beija-la de verdade. Em algum momento me esqueço que essa é a pequena Summer, a loirinha que cresceu cercando os times do qual seu irmão e meu melhor amigo participava.

Quando nossas línguas se tocam o universo parece parar, meu coração pula como em dia de jogo, só que em ritmo diferente. É novo, não é carnal, é forte e vívido.

As mãos que corriam pelas minhas costas me apertam com força, estou me perdendo em algum lugar da minha mente. Dando lugar ao desejo, a carne. Meus lábios descem até o pescoço dela. Eu quero e Summer dá lugar, seu corpo me recebe sem cerimônia.

Meus lábios correm pela pele macia do pescoço dela. Eu não sei o que sinto mas é forte. Isso deveria ser errado, eu não me sinto culpado, não me sinto nenhum pouco culpado.

_ É minha primeira vez... - ela diz com a voz entrecortada.

Não faça isso! Não faça!

Eu sou um cara mau, eu sou não sou digno de Summer, nunca fui, mais eu quero, eu quero muito. Me aperta o peito, me faz tremer inteiro. Não serei capaz de abrir de mão dela.

Eu talvez devesse ter perguntado se ela tinha certeza, se queria mesmo ser minha.

Não foi como as outras garotas, foi diferente, me sinto pertencer a alguém, me sinto em paz como se esse fosse o meu lugar. Fecho meus olhos e sinto um sono tranquilo me abraçar. Tenho a garota mais bonita do mundo nos braços.

_Eu sempre fui apaixonada por você Ty, desde sempre. Eu sei que amanhã provavelmente você vai estar com outra garota aqui... - sinto o pesar na voz dela e meu peito dói, não abro os olhos, permaneço entre o sono e a consciência. - foi especial, foi muito especial pra mim. Obrigada. - Sum diz achando que eu dormi, mas ainda estou em algum lugar entre o sono e a consciência. Eu ouvi o que ela disse, senti o que deve ser uma lágrima molhar meu peito onde minha pequena repousava sua cabeça.

Nenhuma outra garota estaria naquela cama comigo, não como ela, com toda certeza.

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