Capítulo 36

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Anabell narrando

Eu não sei o que houve com tio Sam, mas ele parecia bravo comigo acho que porque pedi para tomar banho durante a noite, mas eu estava com muito calor e estava cheirando ruim, então quando me banhava eu percebi que ele me observava, como? Seus olhos mudaram de cor, eram um vermelho e brilhava entre as árvores, como eu sabia que era ele? Ele ficou assim quando matou aquele velho, eu nunca perguntei porque sei que ele não gosta de perguntas e isso não pareceu importante na época, então quando percebi que ele me olhava eu fiquei mais tempo na água, eu não sabia o que fazer e meu corpo formigava, eu gostei de ter ele me olhando como eu o olhava, então quando ele parou eu me vesti e fui até ele, ele não sabe que o vi porque eu vi no reflexo da água, não precisei me virar, então fomos para casa e ele parecia bravo, eu deitei e dormi, mas no meio da noite perturbada por sonhos com ele eu acordei suando, então eu abri um pouco meus olhos e vi que ele me olhava e eu vi algo que me fez ficar parada, eu havia me virado para parede, mas via seus olhos em mim, então o vi pegando algo e mexendo, estava escuro e eu não podia ver bem o que era, mas ele parecia estar gostando então resolvi ficar parada, ele estava com os olhos vermelhos como antes, então quando ele fez um barulho e vi algo sair dele indo longe ele parou pareceu se limpar e deitou de costas para mim, eu não sei o que houve e nem o que ele fazia, mas sei que fazia olhando para mim então acho que gosto que ele faça isso, não vou falar nada, vou apenas deixar...

O dia clareou e ele me olhava da porta, eu sentei e esfreguei meus olhos

Ana- Bom dia... – disse com a voz arrastada – posso ir lavar meus dentes? – ele nada disse, me olhava intenso e então saiu e eu fui atrás, ele parecia tenso, e bravo, eu não parava d elembrar da noite, a vontade de perguntar era enorme, eu queria saber, queria ver, mas se eu falasse talvez ele nunca mais fizesse, então me calei. Assim que chegamos a água eu me abaixei e lavei meu rosto, laveis meus dentes com a escova, as vezes encontrávamos pasta, as vezes não, mas eu sempre os lavava, não tenho mau cheiro, ainda bem, mas já li sobre isso, deve ser péssimo, sou tirada de meus pensamentos pela voz grave e rouca dele, isso fez meu corpo arrepiar todo

Sam- vamos, estou sem paciência hoje – Eu recolho tudo e saio andando rápido atrás dele, ele estava com muita pressa, minhas pernas são curtas, é difícil alcançar ele, ele é enorme e tem grandes pernas, eu bato na barriga dele, ele disse que não cresço mais, então o jeito é correr, então eu me apressava, mas quando eu quase o alcancei eu cai e senti uma dor forte em meu joelho, sentei e apertei gemendo baixinho, ele demorou a vir até mim, mas quando veio me assustou o seu olhar, tinha algo a mais, ele analisou toda minha perna e me encarou, seus olhos pareceram mudar de cor para aquele vermelho e eu senti minha pele toda eriçar, então depois de me encarar por um tempo que me pareceu muito ele me pegou como a sua mochila e me pos em seus braços com um braço atrás das minhas costas e outro embaixo dos meus joelhos, eu não sabia o que fazer, ele nunca chegou tão perto assim, eu sempre tentei quando criança, mas ele me afastava, ele não fala muito e não gosta de aproximação e agora estou aqui colada a seu corpo, ele firme, grande e quente, óh sim! Muito quente, então uma fisgada no meu joelho e eu solto um gemido, ele parece rosnar, me assusto então fico calada e choro baixinho, logo a escuridão me toma.

Abro meus olhos e vejo que estou ainda no colo dele, mas agora está escuro, ele não me soltou? Já estamos na estrada?

Ana- já estamos andando? – ele não me olha, mas fala

Sam- sim – mas como?

Ana- como? Porque? Me deixe descer, você deve estar cansado, já estou melhor – ele me olha

Sam- não, eu não quero – fiquei confusa, então resolvi ficar quieta, e assim depois de um tempo minha barriga fez um barulho que me deixou com muita vergonha

Ana- perdoe-me – apertei minha barriga

Sam- vamos parar, você tem que comer – ele parou e me colocou sentada em uma pedra, me deu duas latas e uma garrafa de água e eu vi que ele carregava as duas mochilas, como ele consegue? Ele me carregou sei lá por quanto tempo e ainda carregou as mochilas, ele é tão forte, o encarei e percebi que ele me olhava abaixado a minha frente, mordi o lábio pela vergonha e senti meu rosto esquentar, ele rosnou e rasgou um pedaço do meu vestido, me assustei, mas logo ele ergueu com calma meu vestido até a coxa, senti seus dedos tocarem minha pele bem de leve, ele não me tocou realmente, mas eu senti, ele apenas encostou pelo movimento e eu tive de conter um gemido abafado, ele começou a enrolar meu joelho com aquele pano e a cada vez que ele me tocava eu sentia como seu eu derretesse, eu queria sentir o calor das suas mãos, mas ele nem parecia se afetar, então ele terminou e se afastou, me senti frustrada, eu queria mais, então ele saiu e sentou longe, eu comi e bebi

Ana- Iremos caminhar mais? – ele não me olhou

Sam- não, você não vai, termine e eu te levo, seu joelho está inchado, não foi nada sério, mas é melhor dar um tempo, de dia eu paro e dormiremos – eu assenti, pois eu não via a hora de que ele me encostasse de novo, parece tão certo e tão errado, mas eu quero.

Terminei e pedi para fazer xixi, ele relutou, mas eu realmente precisava, ele me segurou e eu ergui o vestido, abaixei a calcinha e fiz, foi estranho, muito estranho, ele não via nada, mas era estranho fazer isso na frente dele, me sequei e ele me pegou novamente e então saímos, eu resolvi encostar minha cabeça em seu peito, ele nada disse, fiquei ali escutando seu coração e sentindo o cheiro dele, ele não tinha cheiro ruim, era o cheiro dele, era forte e delicioso, aspirei mais forte para guarda-lo na mente, ele falou

Sam- o que está fazendo? – ai que vergonha, o que vou dizer

Ana- sentindo seu...cheiro – mordi o lábio e não olhei para cima

Sam- porque? – ó céus o que vou dizer?

Ana- porque eu gosto – ele não disse mais nada, e eu agradeci por isso.

O caminho foi silêncio total, então os primeiros raios de sol saiam, e chegamos a uma caverna, ele entrou me largou no chão e foi fechar a frente da caverna, então voltou e me deu duas latas de comida e água, eu comi e depois deitei, estava com sono adormeci.

Samael narrando

A diaba se cortou e tive de carregar ela em meus braços, confesso que gostei de sentir seu calor, sua pele, sentir que ela dependia de mim, só de mim, ela era minha, só minha, era o que eu sentia, eu sentia os batimentos dela oscilarem muito acho que ela ficou com medo de mim ou de estar em meu colo pela primeira vez, mas eu gostei, quando ela começou a me cheirar eu fiquei duro na hora, assim como quando ela gemeu pela dor e quando toquei sua perna, senti ela arrepiar e morder o lábio e que merda de rosto lindo ela tinha, eu tive vontade de eu mesmo morder os lábios dela.

Ela disse que gostava de me cheirar, então eu me calei, gostei de ouvir aquilo, mas eu precisava me concentrar não podia falhar na minha vingança e nem no meu ato de repelir ela, é algo desprezível minha atração por ela, eu a criei, eu a ensino tudo, mas essa parte não poderei ensinar, nunca jamais, e mesmo se eu não fosse um mostro destruído e cheio de ódio eu a mataria no momento em que a tomasse, eu quase fiz isso uma vez, e eu nem senti a metade do que sinto por Ana, ela tem algo incomum e que me deixa fascinado e louco, mas eu não posso, nunca poderei, ela é inocente e doce eu jamais poderia tirar isso dela, eu nunca daria a ela uma vida boa ou uma chance de ser feliz, quando eu acabar aqui eu irei para o inferno e me trancarei lá para que nunca mais eu possa fazer mal aqui, ficarei no lugar onde eu pertenço, já ela, tenho certeza que terá uma vida boa, pois eu eliminarei tudo que pode tirar isso não só dela, mas de todos os humanos, eles para mim terão de ser só comida, nunca alguém que eu vou ferrar com a vida a mente e o coração, sou um desgraçado por querer apenas a olhar, mas eu farei apenas isso, vou resistir, assim como resisti a meu demônio, ele não me controla, eu o controlo, e controlarei isso que está se formando em meu peito, em mim só vai existir raiva e magoa até que tudo esteja vingado e eu esteja no lugar em que eu ficarei por toda a eternidade...

Bem Vindo ao fim das Eras (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora