Bernardo.
Eu não iria ligar, de problema na minha vida eu já estou cheio, não quero mais um para lista.
Continuei andando com a Sophia super empolgada com seu novo brinquedo e não parava de falar.— Que tal um cinema, pai? — Perguntou.
— Que tal um lanche e casa? — Falei e ela fez cara de emburrada.
Eu não estava com paciência, minha cabeça doía, pensar na Malu em casa e no que iria fazer me deixava preocupado, eu não tenho como fugir do meu destino para sempre.
— O senhor é velho demais, tudo está cansado. Meu tio Diogo uma vez me levou para o cinema e foi tão legal, só fui duas vezes — Falou enquanto andávamos.
— Seu tio Diogo vai ficar muito machucado e não vai mais para o cinema com você — Falei imitando sua voz e irritado.
Ela não falou mais.
Decidimos lanchar e ir embora, já não aguentava mais andar naquele shopping.
Estávamos na fila da Burguer King e Sophia falou...
— Olá moça, quero aquele sanduíche e aquelas batatas, tem a coroa para me dar? Gosto de usar — Falou e a atendente super simpática sorriu.
— Temos sim, vou colocar duas na sua bandeja — Respondeu enquanto anotava os pedidos na tela.
— Isso, vou usar com meu pai — Falou e eu revirei os olhos imaginando a vergonha que eu iria passar.
Comemos, fiz a Sophia engolir quase tudo e ela já estava quase pegando no sono no meu colo. Andei com ela até o carro e dirigi até em casa.
— Shii, dormiu... — Malu Falou abrindo a porta de casa.
— Faz silêncio antes que ela acorde — Sussurrei e reparei na roupa que a Malu estava usando.
Estava com uma camisa social minha e ela fez questão de não fechar todos os botões. Ela pegou a Sophia e a levou para o outro quarto, um quarto só dela, não está tão enfeitado quanto deveria, mas é dela. Fiquei observando a Malu andando, a camisa não tava tão grande, estava quase mostrando a polpa da sua bunda. Respirei fundo mil vezes.
Andei até a cozinha e vi que tinha janta, resolvi não comer, o lanche do shopping me deixou cheio.
— Eu vou dormir com a Sophia, amanhã de manhã volto para casa com ela — Escutei a voz da Malu, estava encostada na bancada da cozinha.
— Tudo bem — Falei e ela virou em direção ao corredor da casa onde ficava alguns dos quartos.
Andei um pouco até sair da cozinha e fiquei observando.
— Pra quem não iria vestir minha roupa, né? Você ficou bonita — Falei e ela parou de andar se virando para mim.
— Infelizmente minha roupa estava suja, desde cedo que eu estava com ela e a única opção que eu tive foi pegar uma das suas camisas. Ridículo! — Me mostrou o dedo do meio e voltou a andar pelo corredor.
Andei mais rápido, quase correndo só que no maior silêncio. Segurei seus dois braços e a encostei na parede, seu rosto ficou pressionado na mesma. Meu pênis ficou encostado em sua bunda e não preciso dizer o quanto ele ficou duro.
— Bernardo... — Falou com dificuldade pois sua boca estava espremida na parede.
— Oi? Sabe o que é? Às vezes sinto saudade de quando você era adolescente, de quando tinha medo de mim, hoje eu vi que não tem mais medo... Será que é porque eu não te machuco mais? Não sente saudade? Eu sinto. — Sussurrei em seu ouvido e pude sentir seu corpo arrepiado.
Maria Luiza tentava se soltar e era em vão, pisava e chutava meu pé, enquanto eu apertava mais seus braços contra a parede.
— Você me paga — Falou.
— Tá vendo como estou ficando? — Apertei mais meu corpo no seu para ela sentir minha ereção.
— Você não muda! Continua um cachorro, mas eu não vou cair como antes, Bernardo — Falou entre os dentes.
Ela estava com raiva e eu já estava ficando louco.
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OBSESSÃO ll
RomantizmAnos se passaram e muitas coisas mudaram. Bernardo, morto? Maria Luiza conseguiu superar a morte do Bernardo e seguiu sua vida com sua filha? Acompanhem para saber. Muita coisa mudou.