Capítulo 10

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Bernardo.

Eu estou fodido. Lucca me avisou que a Malu tinha visto tudo, tentamos correr atrás dela mas foi tudo em vão. Eu não sabia o que fazer, se ela já estava dividida e não queria saber de mim, agora piorou tudo. Eu já estava bebado e quando acordasse iria conversar com ela.
Lucca e Augusto foram para minha antiga casa e dormiram lá. Eu já estava deitado na minha cama, não conseguir dormir, eu pensava o que ia falar, na cara dela me olhando, nela chorando a noite inteira só de pensar. Às vezes penso que eu não mereço essa mulher e nem a família que eu tenho. Eu praticamente abandonei minha mulher e quando volto faço isso, queria juízo na minha cabeça.

Acordei 9:46 e fui direto para o banheiro, tomei um banho demorado para tentar aliviar a ressaca que eu estava sentindo. Sair do banheiro, coloquei uma bermuda e uma camisa básica qualquer, desci e os meninos estavam tomando café.

— Boa sorte — Augusto disse com tom de ironia.

— Viado — Falei pegando a chave do carro e saindo de casa.

Entrei dentro do carro e dirigi até a casa da Maria Luiza, minha cabeça não parava de doer, de fome e de pensar no que ia vim pela frente.
Não demorou muito e eu já estava parado no condomínio, na porta da nossa casa, Lua continuava morando perto de nós e eu poderia até pagar e dizer que ela estava na casa da Lua.
Desci do carro e fui andando até a porta, abrir a mesma e só encontrei uma mulher sentada no sofá com a Sophia que assistia TV.

— Paiii — falou animada e correu até mim.

— Oi meu amor — Falei e peguei ela no colo. — Cadê a Malu? — Perguntei a moça que me olhava.

— Avisou que não iria dormir em casa e que voltava pela manhã — Ela falou.

Dormiu com a Lua, algumas coisas não mudam.

— Vai ficar aqui com a gente hoje? — Perguntou Sophia ainda no meu colo.

Escutei o barulho da porta abrindo e me virei. Era ela. Estava com uma cara nada boa, seu rosto estava inchado e seus olhos também, maquiagem borrada, cara de quem chorou a noite toda. Coloquei a Sophia no chão.

— Vai com ela pra o quarto por favor — Pedi a moça que estava sentada e ela fez, Sophia não questionou e foi andando com a babá olhando pra mãe, querendo fazer perguntas e eu fiz que não com a cabeça.

— Como você tem coragem de vim aqui? — Malu falou firme.

— Eu quero conversar contigo — Falei chegando perto dela.

— O que? Não. Eu que tenho que conversar contigo. Você não passa de um moleque, eu sempre estive contigo todo esse tempo, passei por tudo com você, eu poderia ter tido um relacionamento normal e desde o começo foi tudo uma bagunça, nós tivemos uma filha e você volta pra fazer isso comigo? Eu estava com outro cara porque achava que você estava morto — Ela falava em um tom mais alto e apontando o dedo no meu rosto.

— Olha... — Abri a boca e fui interrompido.

— Olha nada, cala a sua boca nojenta. Eu não quero saber mais de você, segue sua vida bem longe de mim, o único contato que vou ter com você é pra falar da Sophia, querendo ou não é a única coisa que me faz ter uma relação contigo, se não fosse ela nem o básico eu falaria com você. Você é um nojento, o mesmo moleque de sempre de quando te conheci, quantas vezes você me traiu? — Ela gritou e eu me estressei.

— Fala baixo — Pedi.

— Ou o que? Encosta o dedo em mim, tenta. Eu ligo pra polícia — Ela disse e tava com tanta raiva.

Eu estava acabado por dentro.

— Eu não vou te bater — Falei. — Eu quero voltar com nossa família, não quero te ver com outra pessoa — Eu disse e ela riu.

— Fala sério Bernardo! Acorda pra vida, eu sou uma mulher, tenho uma filha e um emprego maravilhoso, acha mesmo que vou querer tá com um cara igual a você? —

— Você se apaixonou por mim assim. — Eu disse e meus olhos estavam querendo cair algumas lágrimas.

Cheguei mais próximo dela e coloquei minha mão em seu rosto, ela simplesmente pegou devagar e tirou.

— Acabou de verdade pra mim — Malu falou com voz de choro.

Eu não sabia o que fazer sem ela, sem minha filha perto de mim, eu passei muito tempo fora e só queria está grudado.

— Eu não vou desistir de você e você sabe — Disse abrindo a porta e saindo da casa dela.

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