Capítulo 8

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Bernardo.

Eu não fui pra casa, não tava louco, Malu ia surtar e eu não tava com cabeça, não queria brigar na frente da minha filha. Terminei meu trabalho na empresa e fui direto pra casa do meu pai, deixei algumas roupas lá caso aconteça algum imprevisto.

Meu pai não tava em casa, graças a Deus. Não queria explicar sobre a Malu, sobre meu relacionamento, prefiro que ele saiba só o necessário.

— Oi Bernardo , está sumido... — Dona Julia falou surgindo na sala.

— Oi Dona Júlia, quanto tempo. Correria — Falei sorrindo.

— Quer algo pra comer? Seu pai já chegou e saiu —

— Quero sim, mais tarde vou sair, não vou dormir aqui. — Falei, ela concordou com a cabeça e voltou para cozinha.

Fiquei mexendo no meu celular, falei com a Malu pelo WhatsApp, ela visualizou e não me respondeu. Realmente, eu tava lascado.

Lembrei que minha filha tá com um celular novo. Resolvi ligar.

— Pai? — Ouvi sua voz desconfiada.

— Oi filha, é o papai, onde você está? — Falei.

— To em casa com a minha mãe, eu que pergunto, onde você está? — Ela disse mandona.

— Eu que sou seu pai, você não é minha mãe — Disse e ela ficou calada por um tempo.

Ela desligou. Desligou na minha cara. Essa menina...

Não demorou muito tempo e Dona Julia trouxe minha comida, comi igual mendigo. Estava morto de fome mesmo, logo depois peguei no sono.

Malu.

Eu estava arrasada, Bernardo voltou pior, o Bernardo que conheci dentro do banheiro. Só sabia trabalhar igual um louco, mal da atenção a Sophia que sente saudade do Diogo, conversei com ela pra não ficar perguntando na frente do Bernardo, acho que ele iria infartar.
Diogo conversava comigo algumas vezes e pedia para eu pensar, eu estava confusa, até demais. Hoje ele pediu para conversar comigo, que tinha um assunto seríssimo, adivinha? Vai trabalhar com o santo do Bernardo, na mesma empresa. Eu disse que não seria uma boa ideia... Aí ele chegou e saiu me arrastando de lá.

Chegou a hora dele voltar pra casa e nada.

Perguntei a Lua sobre o Lucca e ela me avisou, disse que os homens iriam sair hoje. Ela estava com tanta raiva que decidiu ir também, escondido, não com eles. Coisa de adolescente! To até com saudade disso.
Coloquei a Sophia para dormir, que pegou no sono rápido, ela não para. A babá vai ficar com ela essa noite, a babá que cuidou dela quando era bebê e eu tinha que trabalhar.

22:47, decidi me arrumar antes que a Lua apareça louca aí.

Tomei um banho demorado, não molhei o cabelo pois queria ele com volume. Escolhi um vestido colado azul escuro, não tão curto... Fiz uma maquiagem, eu perdi até a prática, tem anos que não sei o que é sair, fiz no rosto o que eu sabia, até que fiquei bonita.

— Vamos logo! — Ouvi o grito da Lua.

Desci correndo com o salto na mão.

— Fala baixo sua vaca, minha filha está dormindo — Falei baixo.

— Nossa senhora! Quantos anos não te vejo assim — Falou com a mão na boca.

Lua estava linda, com um vestido tão curto quanto o meu. Lucca vai morrer.

—  To uma velha — Falei rindo, sentei no sofá e coloquei meu salto.

— Bernardo não tá aqui? Onde ele está? — Ela perguntou.

— Eu não sei. — Falei sem da importância.

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