Capítulo 16

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Bernardo.

Eu estava dirigindo para casa depois de ter passado por aquilo. Malu chorava encolhida no banco do passageiro e não tinha falado nada ainda, eu não queria falar nada para não demonstrar a raiva que eu tava sentindo dela ter se envolvido com esse cara e dele ser da máfia. Eu iria surtar a qualquer momento, é muita coisa pra minha cabeça e parece que nunca vou viver em paz.

Decidi que mais tarde iria sair com minha filha, já liguei para meu sogro, ex sogro, não sei que porra é mais e avisei que mais tarde eu pegava a Sophia.

Estacionei o carro na garagem de casa e desci. Malu ficou intacta, continuava chorando... Andei até sua porta e abri, ela me olhou de canto.

— Vem, chegamos Maria Luíza — Falei pegando no braço dela pra ela sair do carro.

Foi em vão.

— Porque sempre comigo? Porque não me deixam em paz — Falou entre choros.

— Porque sabem que eu te amo e tenho uma filha contigo, a única forma de me machucar também — Falei segurando ela praticamente no colo.

— Eu não preciso da sua ajuda — Falou se soltando de mim.

Ave maria, eu quem deveria está com raiva.

— Ok — Falei caminhando até em casa.

— Eu vou buscar minha filha — Falou indo em direção a portaria do condomínio.

— Espera, louca. Dorme aí hoje, liguei pra Felipe e disse que ia passar lá para pegar ela — Falei segurando seu braço devagar.

— Me solta, que mania chata — bateu o pé e eu a soltei.

Agora deu, depois de velha com birra.

— Ok, mas eu não vou ficar aqui sozinha, vou ligar para Lua — Falou não me dando muito valor e andou até a porta da minha casa.

Eu não sabia se eu tinha perdido a mulher da minha vida, ou ela realmente quer me dar o maior gelo.

Entrei logo atrás dela, mandei mensagem para o Augusto contando do acontecido e iria conversar com ele amanhã... Minha filha iria passar mais tempo comigo agora, eu sabia que iriam tentar de qualquer jeito mexer com minha família e a coisa mais importante no momento é minha filha.

— Pra onde você vai levar ela? Pra uma boate? Algo do tipo? — Malu debochou e me irritou.

Decidi não responder.

— Você sabe onde fica meu quarto, tem roupa minha se quiser tomar banho — Falei tirando a blusa.

— Acha mesmo que eu vou usar sua roupa? Acorda, não temos mais nada! — Disse quase em um berro para o condomínio todo ouvir.

Andei até ela e segurei seu rosto devagar.

— Você tem uma filha comigo, isso vai ser pra sempre, não esqueça — Falei e ela deu um tapa na minha mão.

— Já falei que se você me bater eu ligo pra polícia? — Maria Luiza falou olhando nos meus olhos dando passos para trás.

Acompanhei seus passos lentamente.

— Eu juro que se você pedir eu ainda te bato — Sussurrei, nossas bocas estavam bem perto e eu jurei que iríamos nos beijar.

— Nunca — Malu me provocou falando com o lábio mais perto ainda e saiu.

Miserável.

Olhei ela saindo de perto de mim, indo para cozinha pegando uma maçã que estava na fruteira. Ela tava diferente e eu tenho medo disso.

Olhei no celular e já são 14:30, marquei de pegar a Sophia de tardezinha, vou passear no shopping com ela, toda criança gosta de shopping, eu acho.

A campainha tocou e Malu apressou os passos para abrir.

— Graças a Deus — Malu abraçou Lua assim que abriu a porta e logo atrás Lucca.

— Rapidez — Falei e Lucca apertou minha mão.

— Sempre — Lua me abraçou e me deu um tapa na cabeça com um pouco de força, me fazendo fazer careta.

Acho que entendi o recado.

— As coisas estão feia para seu lado — Lucca falou baixo para eu escutar.

— Temos coisas piores para se preocupar, amanhã conversamos no trabalho, já avisei ao Augusto — Falei.

Malu e Lua sumiram pela casa e eu não vou atrás, as duas quando estão juntas...
Lucca só veio deixar a Lua e vazou.

Subi para o quarto e me joguei na cama, estava exausto.

OBSESSÃO llOnde histórias criam vida. Descubra agora