Bernardo.
Eu estava dirigindo para casa depois de ter passado por aquilo. Malu chorava encolhida no banco do passageiro e não tinha falado nada ainda, eu não queria falar nada para não demonstrar a raiva que eu tava sentindo dela ter se envolvido com esse cara e dele ser da máfia. Eu iria surtar a qualquer momento, é muita coisa pra minha cabeça e parece que nunca vou viver em paz.
Decidi que mais tarde iria sair com minha filha, já liguei para meu sogro, ex sogro, não sei que porra é mais e avisei que mais tarde eu pegava a Sophia.
Estacionei o carro na garagem de casa e desci. Malu ficou intacta, continuava chorando... Andei até sua porta e abri, ela me olhou de canto.
— Vem, chegamos Maria Luíza — Falei pegando no braço dela pra ela sair do carro.
Foi em vão.
— Porque sempre comigo? Porque não me deixam em paz — Falou entre choros.
— Porque sabem que eu te amo e tenho uma filha contigo, a única forma de me machucar também — Falei segurando ela praticamente no colo.
— Eu não preciso da sua ajuda — Falou se soltando de mim.
Ave maria, eu quem deveria está com raiva.
— Ok — Falei caminhando até em casa.
— Eu vou buscar minha filha — Falou indo em direção a portaria do condomínio.
— Espera, louca. Dorme aí hoje, liguei pra Felipe e disse que ia passar lá para pegar ela — Falei segurando seu braço devagar.
— Me solta, que mania chata — bateu o pé e eu a soltei.
Agora deu, depois de velha com birra.
— Ok, mas eu não vou ficar aqui sozinha, vou ligar para Lua — Falou não me dando muito valor e andou até a porta da minha casa.
Eu não sabia se eu tinha perdido a mulher da minha vida, ou ela realmente quer me dar o maior gelo.
Entrei logo atrás dela, mandei mensagem para o Augusto contando do acontecido e iria conversar com ele amanhã... Minha filha iria passar mais tempo comigo agora, eu sabia que iriam tentar de qualquer jeito mexer com minha família e a coisa mais importante no momento é minha filha.
— Pra onde você vai levar ela? Pra uma boate? Algo do tipo? — Malu debochou e me irritou.
Decidi não responder.
— Você sabe onde fica meu quarto, tem roupa minha se quiser tomar banho — Falei tirando a blusa.
— Acha mesmo que eu vou usar sua roupa? Acorda, não temos mais nada! — Disse quase em um berro para o condomínio todo ouvir.
Andei até ela e segurei seu rosto devagar.
— Você tem uma filha comigo, isso vai ser pra sempre, não esqueça — Falei e ela deu um tapa na minha mão.
— Já falei que se você me bater eu ligo pra polícia? — Maria Luiza falou olhando nos meus olhos dando passos para trás.
Acompanhei seus passos lentamente.
— Eu juro que se você pedir eu ainda te bato — Sussurrei, nossas bocas estavam bem perto e eu jurei que iríamos nos beijar.
— Nunca — Malu me provocou falando com o lábio mais perto ainda e saiu.
Miserável.
Olhei ela saindo de perto de mim, indo para cozinha pegando uma maçã que estava na fruteira. Ela tava diferente e eu tenho medo disso.
Olhei no celular e já são 14:30, marquei de pegar a Sophia de tardezinha, vou passear no shopping com ela, toda criança gosta de shopping, eu acho.
A campainha tocou e Malu apressou os passos para abrir.
— Graças a Deus — Malu abraçou Lua assim que abriu a porta e logo atrás Lucca.
— Rapidez — Falei e Lucca apertou minha mão.
— Sempre — Lua me abraçou e me deu um tapa na cabeça com um pouco de força, me fazendo fazer careta.
Acho que entendi o recado.
— As coisas estão feia para seu lado — Lucca falou baixo para eu escutar.
— Temos coisas piores para se preocupar, amanhã conversamos no trabalho, já avisei ao Augusto — Falei.
Malu e Lua sumiram pela casa e eu não vou atrás, as duas quando estão juntas...
Lucca só veio deixar a Lua e vazou.Subi para o quarto e me joguei na cama, estava exausto.

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OBSESSÃO ll
RomansaAnos se passaram e muitas coisas mudaram. Bernardo, morto? Maria Luiza conseguiu superar a morte do Bernardo e seguiu sua vida com sua filha? Acompanhem para saber. Muita coisa mudou.