Paris, França.
Jimin estava deitado na grama do parque junto ao seu amigo Taehyung. Eles haviam acabado de completar a meta diária de caminhada. Desde que recebeu alta do hospital, o Park vinha seguindo a risca as recomendações de seu médico. Agora possuía - ou ao menos, tentava ter - uma vida saudável.
— Você está acabado, Minnie — murmurou Taehyung com um sorrisinho brincalhão.
— Olha só quem fala, parece que um caminhão passou em cima de você e "foram só 4 quilômetros". — debochou, repetindo a frase que seu amigo falou antes da corrida.
— Ok, você venceu. Mas eu ainda posso desistir, já você não.
— Você nem ouse em me deixar aguentando essa tortura sozinho, você prometeu me apoiar.
— Não sei de nada...
— Kim Taehyung!
O castanho gargalhou.
— Calma baixinho, 'tô só brincando, não vou te deixar sozinho.
Jimin sorriu. O Kim vinha sendo seu apoio desde o primeiro dia em que se viram. Era o melhor amigo que poderia ter e foi por isso que decidiu contar sobre a única coisa que estava ocupando seus pensamentos desde que havia recebido alta.
— Taetae?
— Diga.
— Você confia em mim?
— Não seja bobo!
— Confia?
— É claro que sim.
— Pois bem, é que eu tenho algo muito importante para te contar.
— Você vai morrer?
— Cruzes, não. Não é algo ruim, quer dizer, depende do seu ponto de vista.
Taehyung o encarou como forma de incentivo. Jimin mordeu os lábios apreensivo, era algo bobo, mas ele precisava desabafar com alguém.
— Desde que eu voltei para casa não consigo parar de pensar em como minha vida mudou. Não falo só da minha nova rotina, mas de tudo. É como se eu tivesse morrido e renascido. Não sei se alguém consegue entender isso, mas é assim que me sinto.
— Eu fico muito feliz em ouvir isso. — respondeu Taehyung com um sorriso. Ele não gostava nem de pensar na ideia de perder o amigo. — Mas ainda não entendi onde você está querendo chegar com isso.
— Bom, eu falei tudo isso para que você entenda pelo menos um pouco o que vou te dizer agora.
— Meu Deus, Jimin, esse suspense está me matando.
— Euqueroencontrarmeudoador. — falou rápido e em um fôlego só.
— Você o que?
— Eu quero encontrar a pessoa que foi meu doador.
— Mas isso não é confidencial?
— É sim, os doadores tem o direito de se manter em anônimo.
— Então como você espera conseguir isso, gênio?
— Eu não sei, mas você vai me ajudar.
— Jimin, eu te amo, mas não me meto com coisas ilegais.
— Não vamos fazer nada ilegal.
— Não? Mexer em arquivos confidenciais não é algo ilegal? Não estamos em um filme, podemos ser presos!
— Então você não vai me ajudar?
— Eu não disse isso, só não acho um boa ideia.
— Bem, você quem sabe, irei dar um jeito com ou sem você.
— Ok, eu te ajudo. Mas se eu for preso, você paga minha fiança.
***
O plano era bem simples. Jimin iria pro hospital para mais uma de suas consultas de rotina e Taehyung iria o acompanhar. Quando estivessem na recepção, o Park fingiria um mal estar para distrair a secretária e o Kim procuraria no computador os dados do doador. Não tinha como dar errado, ou pelo menos era isso que Jimin esperava.
— Você tem certeza de que quer fazer isso, Minnie? — sussurrou Taehyung para o amigo. Eles estavam no consultório do médico esperando o resultado dos exames.
— Eu já disse que sim, não vou mudar de ideia. Você pode desistir se quiser. Eu dou um jeito.
— Já falei que vou te ajudar, só não consigo entender essa sua vontade de encontrar essa pessoa.
— Ninguém entende, mas eu sinto que preciso.
— E o que você vai fazer quando encontrá-la? O que vai falar pra ela? Não tem como saber se é alguém legal ou com boas intenções.
— Eu não sei, mas não pode ser alguém ruim. Essa pessoa salvou minha vida, Taehyung. Realmente não sei o que fazer quando encontra-la, mas preciso fazer isso.
— Só me prometa que não vai criar nenhum tipo de espectativa. Não quero te ver decepcionado ou algo assim.
— Eu sei, não vai acontecer nada, não se preocupe. Já estou ciente desse papo de que eu não devo nada a ele e que também não criamos nenhum tipo de ligação depois da cirurgia. Mas ainda assim, preciso disso para recomeçar.
Taehyung assentiu. Por mais apreensivo que estivesse com a situação, não deixaria Jimin na mão. E foi assim que eles deram início ao plano.
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Reviver
RomansaPark Jimin era um promissor dançarino clássico que viu seus sonhos serem interrompidos ao receber o diagnóstico de que tinha leucemia. Kim Namjoon era um poeta desesperançoso que procurava por motivos para continuar vivendo. Jimin vivia na França. N...