capítulo I

190 27 101
                                    

Romanoff está sentada na frente do computador a quase duas horas. Já olhou cada rua da cidade umas três vezes, e vai continuar, até encontrar o mínimo resquício de que Peggy está na cidade. Não sabe como, mas, seus instintos dizem que sim, Margaret está em algum lugar de Dublin.

Já não estava conseguindo se concentrar mais, o barulho do quarto ao lado estava tirando ela do sério. Trinta minutos atrás, o casal estava discutindo aos berros, sobre um suposto caso extraconjugal. E agora, estão fazendo as pazes na cama. Deixou as costas chocarem contra o colchão, na esperança de conseguir pelo menos descansar. Naquele momento, Natasha desejou ser surda.

Olhou para o lado de fora, e percebeu que já passava das oito da noite e a rua ainda estava meio movimenta. Isso, serviu como um incentivo para ela ir fazer uma caminhada. Deixou o laptop sobre a mesa e colocou o tênis para voltar à rua. Decidiu ir até um singelo café que viu, no caminho para o hotel e jurou para si mesma que em algum momento passaria por lá. O momento chegou.

A única coisa que levou consigo, foi aquela pasta de arquivos que Melinda lhe entregou aquele dia. Não confia na segurança do hotel para deixar os papéis lá, e com certeza, se os perder ficará ainda mais no escuro do que já está.

Usando uma touca e um casaco preto, ela caminhou pela rua tentando passar despercebida fazendo o possível para não chamar atenção.

Ela queria poder ligar para Steve, contar o que está acontecendo, pois afinal, em sua percepção ele tem o direito de saber. Consegue imaginar ele emocionado, com os olhos cheios de lágrimas tentando raciocinar e processar a informação. Nunca foi segredo para a ruiva, que Rogers sempre foi apaixonado por Peggy Carter. E por um tempo, ele tentou descobrir mais informações sobre ela, mas nada aconteceu.

Adentrou o café, e logo ouviu o sininho da porta tocar. Como de costume, rodou o olhar pelo ambiente, tentando captar todas as informações possíveis sobre o local. Havia duas garçonetes servindo outras pessoas, e um homem contando dinheiro no caixa. Avistou a janelinha que dá acesso a cozinha, e mais as duas portas do toilet.

— Boa noite. — uma das garçonetes a cumprimentou com um singelo sorriso nos lábios e logo em seguida colocou o cardápio sobre a mesa que Natasha havia se sentado.

Romanoff retribuiu com um sorriso, mas permaneceu calada. Colocou a pasta de arquivos sobre a mesa, e voltou a estudá-la, tentando captar mais informações. Mesmo que já esteja quase decorando o que está escrito, não consegue parar de pensar que tem algo bem errado em meio a tudo aquilo.

O sino da porta tocou mais uma vez, e Natasha se viu virando o rosto para a porta, afim de ver quem havia entrado.

— Acho que esqueci minha bolsa aqui, Claire. — A voz não foi reconhecida pela ruiva, mas o rosto da dona dela sim. Era Peggy. Margaret estava diante dos olhos de Romanoff, usando um sobretudo preto para se proteger do frio, e ainda, dispunha de um sorriso simétrico nos lábios.

— Sim, eu guardei para você. — A garçonete - que agora Natasha sabe que se chama Claire - caminhou até o caixa, e tirou de trás do balcão a bolsa da Peggy e logo em seguida entregou para a mesma. Romanoff teve em torno de sessenta segundos para analisar a mulher, e tentar decifrá-la. Por incrível que pareça, ela percebeu que as duas parecem ter muito em comum.

Quando Margaret saiu do café, Natasha apenas se levantou sem dar satisfações e saiu do estabelecimento pondo-se a seguir a mulher. Não pode se dar ao luxo de perder a Peggy de vista, levando em conta que acabou de encontrá-la. Percebeu que ela não é muito simpática com as pessoas, anda pela rua com expressões faciais sérias e sem cumprimentar ninguém.

Agradeceu a si mesma por ter seguido seu instinto de espiã, e ter viajado para a cidade, mesmo que tudo indicasse que Peggy nunca estaria lá. Logicamente que ela pensou na possibilidade daquilo ser uma armadilha. De ser algum agente da hidra disfarçado, a levando para algum lugar. Contudo, seu sexto sentido dizia que não.

Codinome Red Fox Onde histórias criam vida. Descubra agora