Surreal. Essa é a palavra. Parecia surreal pensar que aquelas palavras ditas pelo homem, eram reais. Peggy ficou sob o domínio da hidra por mais de vinte anos, sendo torturada, passando por experimentos malucos e vendo o amor de sua vida machucá-la. E agora, depois de mais de cinquenta e cinco anos, ela descobriu que tudo não passou de uma armação.
Com as mãos ensanguentadas dentro do bolso do casaco, ela caminhou pelos corredores vazios e silenciosos da instalação. Não havia mais agentes da hidra lá, e os que restaram, estavam desmaiados em algum canto ou até mesmo mortos. Sua cabeça pareceu ser ligada no 220V e não estava disposta a descansar. Memórias. Lembranças. Devaneios. Não importa como são chamados, só importa que ali estava a fazendo sofrer mais que tudo.
"— Tenho que mergulhá-lo na água. — Rogers falou pelo rádio para a Peggy.
— Por favor, não faça isso. Temos tempo, daremos um jeito — clamou.
— Estou no meio do nada. Se esperar, muita gente morrerá. — um silêncio pairou no ar — Peggy, é a minha opção.
Os olhos da agente encheram-se de lágrimas.
— Peggy.
— Estou aqui.
— Precisarei adiar aquela dança.
— Está bem — lágrimas desciam pelo seu rosto — Uma semana. Próximo sábado, boate Stork.
— Combinado.
— Às 8h em ponto. Nem pense em se atrasar. Entendido?
— Mas ainda não sei dançar.
— Eu te ensino. Esteja lá.
— A banda terá que tocar algo lento. Detestaria pisar no seu…
A comunicação foi cortada.
— Steve? Steve? — chamou mais uma vez com a voz chorosa. — Steve?”
Ela já estava acostumada a lembrar-se da época em que era torturada. Mas, recordar-se da época da guerra, era algo raro, ela nunca o fazia. Pois já havia sofrido o suficiente, e não queria mais isso. Agora que descobriu a verdade não sabe o que pensar, e não sabe como reagir.
Assim que chegou do lado de fora da instalação, deixou o ar gélido da cidade invadir suas narinas. Ela fechou os olhos tentando raciocinar e tomou um pequeno susto, quando uma mão tocou seu ombro.
— Vem, vamos sair daqui. — era Natasha. Ela estava compadecida da dor da nova amiga.
Romanoff não estava sozinha. Estava com Danyela, Daisy, Camila e Steve - o verdadeiro. Estavam todos lado a lado, e encaravam a britânica. Ela não sabia o que fazer, estava se sentindo culpada e ao mesmo tempo, destruída. Não é fácil descobrir que toda a sua vida, fora uma mentira. Os planos. O sentimento de vingança. A vontade de matar o Steve. Os pedidos clamados para ele parar. Tudo isso, fora uma enganação.
— Eu preciso de um tempo sozinha. — era provável que todos fossem para o mesmo local, e isso era a última coisa que Peggy queria. Ela só queria ir para casa, pensar na recente revelação.
— Eu vou com você. — Natasha deu um passo a frente, pondo-se ao lado dela. Romanoff não iria deixá-la ir embora, pois sabe a dificuldade que é enfrentar os problemas sozinha.
— Conheço um esconderijo aqui perto. — Danyela sugeriu. — Podemos ir para lá, e vocês duas nos encontram depois.
— Obrigada. — Peggy não sorriu, e não teve nenhuma reação diferenciada. Apenas virou as costas mais uma vez, e saiu.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Codinome Red Fox
FanficNatasha recebeu a missão de encontrar um fantasma, cujo nome é: Peggy Carter. Depois de ler e reler várias vezes o arquivo dela, chega a conclusão de que "aquela" agente Carter dos anos 50 não existe mais e deu espaço a uma mulher agressiva, vazia...