Capítulo VI

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Natasha escolheu um lado, mas isso não significa que ela acha que seja o certo. Mesmo depois de ver aquelas imagens de Steve torturando a Peggy, a reação dele ao vê-la não sai de sua mente. Seria ultrapassado pensar que Rogers se fez de sonso para sair como o certo da situação, e ainda mais, enquanto Margaret batia nele, ele não revidou. Apenas aceitou que estava apanhando e não levantou um dedo para a mulher - algo que com certeza deva ser considerado.

Rogers a protegeu quando ambos estavam na linha de fogo, e naquele momento se fosse necessário ele teria dado a sua vida para salvá-la. Steve está sempre disposto a fazer o bem e se sacrificar para salvar aqueles que ama. Então, as peças do quebra cabeça parecem não se encaixar quando Margaret fala que foi torturada - e mais - por ele. É insano, é fora do normal imaginar que aquela pessoa perfeitinha possa ter feito algo desse tipo.

Talvez Natasha tenha ficado do lado errado, ou talvez ela devesse ter ficado neutra em meio aos dois antes de tomar uma decisão. Mas, agora já é tarde para mudar e as coisas tendem a ficar como estão. Ela deveria ter ouvido a defesa do Steve, com certeza o que ele tem a falar merece ser ouvido, afinal, todo mundo é inocente até que se prove o contrário. A questão, é que Peggy apresentou provas, que podem ou não serem verdade. A questão é que, poderia ser Steve dentro daquela sala, como poderia ser outra pessoa fingindo ser ele.

Está tudo uma confusão e que logo tudo será esclarecido.

— O que vamos fazer primeiro? — assim que as duas adentraram o apartamento de Peggy, Natasha questionou. Mesmo sendo um membro dos vingadores, não sabe exatamente como fazer as coisas em equipe.

— Temos que sair daqui, ele me achou. Dublin deixou de ser seguro. — respondeu de maneira indiferente, indo em direção ao corredor que dava acesso ao banheiro. Para ela não é fácil ter feito o que fez, e nem mesmo o sentimento de vingança consegue anular as lembranças boas do passado. Ela está decidida a se vingar pelo o que aconteceu, porém, a vingança é sempre uma via de mão dupla.

Ela sentou-se na tampa do vaso sanitário e colocou a cabeça entre os joelhos. Fechou os olhos pressionando as pálpebras e começou a respirar fundo. 1,2,3… contava em sua cabeça, em uma esperança falha de se acalmar. Não conseguia. Preparou-se durante a sua vida inteira para ficar frente a frente com Steve, porém, nunca esteve pronta para o momento.

“— O que você vai fazer? O que vai fazer?? — ela gritou ao questionar, e começou a se mexer na cadeira. Rogers veio caminhando em sua direção, abrindo o cinto da calça.

— Nós vamos brincar, Peggy”.

Levantou-se abruptamente, direcionando um soco certeiro no meio da parede, fazendo sua mão atravessar a mesma. Essa era a única lembrança, que ela evita ao máximo pensar e os motivos são óbvios.

“— Steve, por favor. Pode me bater, me torturar. Mas por favor, não faça isso. — ela implorou."

Fechou os olhos e tirou sua mão do buraco que havia feito. Caminhou até o armário embaixo da pia e tirou um frasco do medicamento de lá. Tomou três comprimidos seguidos sem o auxilio da água e esperou as batidas de seu coração voltarem ao normal. Respirou fundo mais algumas vezes, e então conseguiu se acalmar um pouco.

Lavou a mão em uma velocidade absurda, visando apenas tirar o sangue do Steve dela e depois saiu do cômodo. A única coisa que espera, é que não tenha que responder a questionamentos da Natasha, pois não pronta para falar sobre isso, com ninguém.

Ao pisar na sala, viu Romanoff sentada na frente do computador digitando alguma coisa nele, e completamente focada.

— O que está fazendo? — questionou sentando-se no sofá guardando um pendrive no bolso.

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