Capítulo II

173 27 91
                                    

Natasha encarou a tela do computador, enquanto Peggy conectava o pendrive, para que a ruiva possa ver as filmagens. Margaret guardou tudo, nesse pendrive que leva para todos os lados consigo, e se recusa a ficar longe dele, mesmo que tenha outras cópias pelo mundo afora.

— Espero que isso faça você ver, que Steve Rogers não é o santo que todos acham que é. — proferiu tais palavras, antes de clicar no ícone do vídeo e ele começar a ser reproduzido.

Assim que começou, Natasha não estava acreditando no que estava vendo. Steve adentrou o quarto, com uma faca na mão e Peggy se encolheu no canto da cama. Via-se o pavor nos olhos dela, disfarçados em meio a uma expressão facial inalterável. Ela queria chorar, Romanoff via que sim. Mas talvez, naquele dia, ela não tivesse forças para o fazer.q

O que ele fez a seguir, fez Natasha arregalar os olhos e tentar raciocinar mais rápido. Aquilo parecia ser tão real, Steve Rogers estava diante de seus olhos, amarrando Peggy em uma cadeira, com um sorriso nos lábios. Romanoff cogitou a possibilidade de ser um clone - mesmo que não fosse a melhor da suas opções - mas, seu instinto de espiã dizia que não era isso. Parou de prestar atenção no momento, e começou a reparar no suposto Capitão que estava ali. Os olhos eram da mesma cor, o nariz tinha o mesmo formato, o cabelo tinha o mesmo corte, a estatura era idêntica… tudo naquela filmagem, deixava a crer que sim, Steve Rogers é um soldado da hidra e ele torturou Margaret Carter.

— Impossível! — quando olhou para Peggy, percebeu que a mesma não estava assistindo as filmagens. Ela estava com os braços cruzados, olhando pela janela o outro lado da rua. — Deve ter alguma explicação para isso. — fechou a página que reproduzia o vídeo, e voltou-se para a inglesa.

— Eu estava lá. Eu passei por tudo isso… — ela fechou os olhos e respirou fundo algumas vezes. Colocou as mãos no bolso do casaco, para que Romanoff não reparasse que estava começando a tremer. Esse é um dos sintomas que tem, quando se vê obrigada a pensar no que aconteceu. Ainda é difícil e traumatizante lembrar daquela época. — Eu tenho a leve impressão de que você seja amiga dele, e… — ela fez uma pequena pausa para pensar. Sabe que a probabilidade de vencer em uma luta, é alta e por mais que Romanoff seja ótima, Peggy tem algumas vantagens. Porém, Margaret não quer lutar. Fez isso por tantos anos, que agora, só quer descansar. — Eu peço por favor, para que não conte que eu estou viva. — em quarenta anos, essa era a primeira vez que Peggy pedia por favor.

Natasha viu nos olhos dela o desespero, no fundo, Margaret implorava para não ter que ver Steve Rogers novamente. Mesmo depois de tantos anos, nunca conseguiu se esquecer de tudo e isso, se tornou sua fraqueza. Peggy é capaz de lutar com um batalhão de cinquenta pessoas, e garantir que todos saiam sem vida de lá. Porém, se for colocada frente a frente com o Capitão irá ficar parecendo uma criança assustada. Depois de tantas experiências ruins ao lado dele, não consegue nem olhar em seus olhos.

Mesmo quando era uma agente da RCE, tinha o gênio forte e a fama de ser indomável. Qualquer vilão que desse de cara, iria conseguir lidar muito bem com ele. Algumas vezes, até contava com a ajuda de alguns aliados. Ela ainda é assim, porém, o maior vilão que já enfrentou, foi o amor de sua vida.

Quando a hidra conseguiu capturá-la, consideraram isso um grande feito para a organização. Ter sob posse deles alguém tão importante, fora algo a ser comemorado. Foi então, que Alena sugeriu que colocassem Peggy em um projeto. O projeto Red Fox. Claro que os líderes da hidra foram contra logo no início, até porque, o projeto havia falhado em suas sessenta e quatro tentativas. E, na visão deles, seria mais seguro - para evitar uma perda - colocá-la em algo já existente. Um cientista sem importância, até sugeriu que ela se torna-se a soldado invernal. Contudo, essa ideia foi esquecida rapidamente.

Codinome Red Fox Onde histórias criam vida. Descubra agora